Cruzeiro Campeão Mineiro 1972

Depois de dois vices consecutivos, um para o Atlético e outro para o América, o Cruzeiro voltou a ser campeão mineiro em 1972. O time chegou ao 17º título estadual depois de fazer uma grande campanha, mas perseguido de perto pelo seu maior rival. A campanha foi o início de um tetracampeonato.

O estadual teve 20 participantes na disputa de quatro fases. Na primeira, 13 equipes atuaram divididas em três grupos de dois turnos. Na segunda, cinco classificados juntaram-se à Cruzeiro, Atlético, América, Valeriodoce, Uberlândia, Villa Nova e Tupi, em mais dois grupos com dois turnos. Na terceira, oito classificados ficaram em mais duas chaves, que foram cruzadas em dois turnos. Na fase final, quatro classificados disputaram o quadrangular do título, com possibilidade de jogos extras em caso de empate na pontuação.

Dispensado da fase inicial, a Raposa iniciou o estadual no grupo B da segunda etapa, contra Nacional de Uberaba, Atlético de Três Corações, Uberlândia, Villa Nova e Tupi. A estreia foi com empate por 2 a 2 com o Nacional fora de casa. Nos nove jogos seguintes, a equipe venceu mais cinco vezes e empatou quatro, garantindo a classificação na liderança, com 16 pontos.

Na terceira fase, o Cruzeiro ficou novamente no grupo B, enfrentando os times da chave A. O começo não foi bom com três empates por 0 a 0, contra Caldense, América e Valeriodoce. No quatro jogo do turno, outro empate por 1 a 1 no clássico com o Atlético. Mas a Raposa reagiu com quatro vitórias no returno e se classificou em primeiro de seu grupo, com 12 pontos.

O Cruzeiro chegou para o quadrangular final no Mineirão junto com Atlético, América e Atlético de Três Corações. A estreia foi com goleada por 4 a 0 sobre os tricordianos, seguido por mais duas vitórias, um empate e uma derrota até a penúltima rodada. A Raposa tinha sete pontos, assim como o Atlético. Na última partida, as equipes empataram o clássico por 1 a 1 e chegaram a oito pontos, forçando assim um jogo extra para a definição do título. E neste desempate deu Cruzeiro, na prorrogação, por 2 a 1.

A campanha do Cruzeiro:
25 jogos | 14 vitórias | 10 empates | 1 derrota | 36 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Célio Apolinário/Placar

Internacional Campeão Gaúcho 1972

Ninguém conseguia parar o Internacional no Rio Grande do Sul na década de 1970. No ano de 1972, o clube chegou ao 20ª título gaúcho de sua história, sendo também o tetracampeonato da sequência que levaria ao octa. Era a metade do caminho, que ainda veria outras taças maiores mais tarde.

O Campeonato Gaúcho daquela temporada manteve o número de participantes em 25, mas com novo regulamento. A ideia era poupar a dupla Grenal de participar do início do estadual, portanto a primeira fase contou com 23 times divididos em quatro grupos, com partidas em turno e returno. Os dois primeiros de cada chave passaram para a fase final em um decagonal final em mais dois turnos, juntamente com Grêmio e Inter, para a definição do campeão estadual.

As oito equipes classificadas da primeira fase foram Gaúcho de Passo Fundo, Esportivo, Caxias (novo nome do Flamengo), Aimoré, Cruzeiro de Porto Alegre, Santa Cruz, Brasil de Pelotas e Novo Hamburgo. A estreia colorada se deu contra o Cruzeiro, em vitória por 2 a 0 no Beira-Rio. Depois, a equipe foi empilhando mais vitórias pelo caminho, como os 4 a 0 sobre Caxias, Brasil e Cruzeiro e os 6 a 2 sobre o Santa Cruz.

A dois jogos para o fim do decagonal, o Internacional tinha 30 pontos, contra 27 do Grêmio. Na penúltima rodada, o Colorado dependeu apenas de si para ser tetra. Contra o Esportivo no Beira-Rio, a equipe venceu por 2 a 0 e confirmou a conquista estadual. Na última partida, para completar, o Inter ainda bateu o rival por 1 a 0, em pleno Estádio Olímpico.

Foi um título fácil para o Inter. O time não perdeu nenhuma partida no campeonato estadual, além de quase não ter visto empates na campanha. Em 18 partidas disputadas, foram 16 vitórias e dois empates, que garantiram a taça com uma rodada de antecipação, com 34 pontos contra 29 do Grêmio. Pela primeira vez na sequência, a situação foi diferente das três temporadas anteriores, quando o Colorado só foi campeão na última partida.

A campanha do Internacional:
18 jogos | 16 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 42 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Artur Franco/Placar

Flamengo Campeão Carioca 1972

Eram sete anos sem vencer o Campeonato Carioca, quando o Flamengo entrou no ano de 1972. Desde então, o clube viu os três maiores rivais erguerem a taça, além do Bangu. O time almejava muito voltar a ser campeão. E conseguiu, pela 16ª vez.

O estadual do Rio de Janeiro em 1972 trouxe uma novidade histórica. Pela primeira vez, a Taça Guanabara representou a primeira fase do torneio. Ela foi criada em 1965, como troféu independente, e teve 12 times na disputa, com o campeão indo à decisão e os quatro piores ficando eliminados. As oito equipes restantes disputaram outras duas fases, as Taças Fadel Fadel e José de Albuquerque, com o campeão de cada também avançando ao triangular final. Cada fase foi disputada em turno simples. 

Na estreia da Taça Guanabara, o Flamengo empatou por 1 a 1 com o Olaria. Na sequência, venceu por 1 a 0 o America e engatou mais sete vitórias e um empate até chegar na última partida, quando goleou por 5 a 2 o Fluminense e confirmou o título e a vaga na decisão com 20 pontos.

O Fla continuou no estadual junto com Fluminense, Botafogo, Vasco, America, Olaria, São Cristóvão e Bonsucesso, enquanto Campo Grande, Portuguesa, Bangu e Madureira foram eliminados. Na Taça Fadel Fadel, o rubro-negro estreou com empate por 2 a 2 com o Vasco, seguido de duas vitórias, dois empates e uma derrota até a penúltima rodada. No último jogo, a derrota por 1 a 0 para o Fluminense tirou as chances do time ficar em primeiro, com oito pontos, e colocou o rival na final, com dez pontos.

Na Taça José de Albuquerque, o Flamengo iniciou com vitória por 2 a 1 sobre o São Cristóvão, seguido de mais duas vitórias, três empates e uma derrota até a última rodada. Com nove pontos, o rubro-negro encerrou a fase em terceiro lugar, dois atrás do Vasco, que foi o vencedor e avançou ao triangular.

A fase decisiva contou com três partidas no Maracanã. Na primeira, o Flamengo fez 1 a 0 no Vasco. Na segunda, o Fluminense venceu por 2 a 0 os vascaínos, que foram eliminados. No terceiro jogo, o rubro-negro entrou precisando vencer o Fla-Flu, devido ao saldo de gols. E sob mais de 136 mil vozes na arquibancada, o Fla derrotou por 2 a 1 os tricolores e confirmou o título depois de sete anos.

A campanha do Flamengo:
27 jogos | 17 vitórias | 7 empates | 3 derrotas | 43 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Manchete Esportiva

Palmeiras Campeão Paulista 1972

O auge de um time histórico, que até hoje flutua nos pensamentos dos torcedores. O Palmeiras em 1972 abocanhou os dois títulos que disputou, o Campeonato Paulista e o Campeonato Brasileiro. A Segunda Academia teve ainda outros títulos, como os nacionais em 1969 e 1973 e o estadual em 1974.

Mesmo com tantas conquistas nessa época, também contando os dois Brasileiros em 1967 (Robertão e Taça Brasil), o Verdão sentia falta de uma taça paulista, que não vinha desde 1966. Afinal, era o principal estadual do país. E o 16º título palmeirense veio da melhor forma possível, invicto.

O Paulistão de 1972 teve 16 participantes, com o regulamento idêntico ao de 1971. Na primeira fase, 12 times se enfrentaram, com seis classificados para a fase final de pontos corridos e dois turnos com outros seis clubes: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa e Ponte Preta. Da etapa inicial, avançaram Juventus, Ferroviária, América de Rio Preto, São Bento, Guarani e XV de Piracicaba.

O Palmeiras iniciou a campanha com vitória por 2 a 1 sobre o São Bento em casa. O Verdão ainda teve outros cinco triunfos na sequência, que já deram mostras de que o título poderia vir com tranquilidade. O primeiro tropeço só aconteceu na sétima partida, no empate por 1 a 1 no Derby com o Corinthians.

Porém, se o Palmeiras não perdia de um lado, o São Paulo também ficava invicto do outro. O time tricolor estava atrás do tricampeonato e travou uma luta ponto a ponto com o alviverde. O primeiro Choque-Rei, na metade da fase, ficou empatado por 0 a 0. O segundo foi adiado até a última rodada.

Com 15 vitórias e seis empates, o Palmeiras chegou para a decisão com 36 pontos. O São Paulo tinha 14 vitórias e sete empates, com 35 pontos. Ou seja, outro empate no clássico era suficiente para o Verdão ser campeão. A partida foi no Pacaembu e os alviverdes seguraram a pressão tricolor, garantindo outro 0 a 0 e o título estadual.

A campanha do Palmeiras:
22 jogos | 15 vitórias | 7 empates | 0 derrotas | 33 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Lemyr Martins/Placar

Goiás Campeão Goiano 1971

O futebol goiano pode ser dividido em duas eras: antes do Serra Dourada e depois do Serra Dourada. O estádio foi inaugurado apenas em 1975, e antes disso quem dominava o futebol estadual era o Goiânia, com 14 títulos até 1974. Depois, o clube não ganhou mais nenhum. Por outro lado, o Goiás possuía saltou de três taças para para quase 28 (até 2024).

Em 1971, o Esmeraldino tinha apenas um título, conquistado em 1966. Portanto, o clube estava atrás da segunda taça. Ela veio com emoção, em uma final que atualmente é considerada o maior clássico goiano, contra o Vila Nova.

O Goianão de 1971 teve nove participantes, no formato de pontos corridos com dois turnos. Em caso de empate na pontuação dos líderes ao fim de todas as rodadas, o título seria definido em desempate com as equipes em questão, sejam duas ou mais. Foi o que aconteceu.

A estreia do Goiás no estadual foi apenas na segunda rodada, pois folgou logo na primeira. Contra o Goianésia, o clube venceu por 2 a 0 fora de casa. Na sequência, o time teve mais dois triunfos pelo mesmo placar, contra Goiânia e Goiatuba. No primeiro clássico contra o Vila Nova, empate por 2 a 2 no Estádio Olímpico.

A campanha esmeraldina foi muito regular, com mais sete vitórias, três empates e uma derrota até a penúltima rodada. Porém, o Vila Nova conseguia ser ainda melhor, com 12 vitórias, dois empates e uma derrota em 15 partidas. Com 24 pontos, o Goiás estava em segundo lugar, com dois a menos que o líder Vila, e o segundo clássico entre as equipes foi reservado para a última rodada.

O Goiás precisava vencer o rival para forçar a decisão no desempate. E assim o fez, por 1 a 0 no Estádio Olímpico. Assim, foi preciso mais dois jogos para a definição do campeão goiano. Ambos aconteceram no Olímpico de Goiânia, até então o principal estádio da cidade. No primeiro, o Esmeraldino venceu por 2 a 0 e abriu vantagem. No segundo, o empate por 1 a 1 bastou para a confirmação da conquista.

A campanha do Goiás:
18 jogos | 12 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 28 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Goiás (Quem souber quem são os jogadores na foto, escreva nos comentários)

Ceará Campeão Cearense 1971

Um dos principais campeões cearenses, o Ceará chegou em 1971 com uma fila de oito anos sem vencer o estadual. Um tempo longo, em que o clube alternou alguns vices com temporadas em que sequer chegou próximo da decisão. A história seria diferente naquele ano, que representou o 20º título do time, em uma final rodeada de polêmica e confusão.

O torneio teve os mesmos oito participantes da temporada anterior: Ceará, Fortaleza, Ferroviário, Guarany de Sobral, Quixadá, Calouros do Ar, Tiradentes e América de Fortaleza. Mas o regulamento foi diferente, com a disputa de dois turnos em ida e volta, ao invés de três em mão única. O vencedor de cada turno se garantiu na final e os dois piores do primeiro turno foram eliminados do campeonato.

A campanha do título do Vozão teve início com goleada por 4 a 0 sobre o Quixadá. Nas 13 partidas restantes, o time teve mais nove vitórias, dois empates e duas derrotas. Com 22 pontos, o Ceará venceu o primeiro turno e se garantiu na decisão. A equipe teve um ponto a mais que o Guarany de Sobral, três a mais que o Ferroviário e quatro a mais que o Fortaleza. Quixadá e América foram eliminados.

O segundo turno também teve início com vitória, por 3 a 1 sobre o Calouros do Ar. Nos outros nove jogos, o Vozão obteve mais cinco vitórias, dois empates e duas derrotas. Estes dois revezes aconteceram nas última rodadas e tiraram as chances do Ceará de ser campeão antecipado, para Ferroviário e Fortaleza. Com 14 pontos, o time ficou em terceiro lugar. O rival tricolor foi o primeiro com 17 pontos.

Ceará e Fortaleza disputaram a decisão em uma melhor de três Clássicos-Rei no Presidente Vargas. Na primeiro, o Vozão venceu por 1 a 0. Na segundo, deu empate por 0 a 0. No terceiro, o Fortaleza vencia por 2 a 1 até os 45 minutos do segundo tempo, quando o Ceará empatou, em falta seguida pelo apito final do árbitro. Revoltada, a torcida tricolor invadiu o campo, reclamando da ausência de acréscimos e da não existência da falta que resultou no gol. O empate deu o título ao time alvinegro.

Mas o resultado de 2 a 2 da partida só foi confirmado no dia seguinte, quando foi divulgada a súmula. Diz a lenda que o documento não foi escrito pelo árbitro, que teve que sair escondido da cidade.

A campanha do Ceará:
27 jogos | 17 vitórias | 6 empates | 4 derrotas | 53 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Arquivo/Ceará

América-SC Campeão Catarinense 1971

Um dos estados mais difíceis de se fazer hegemonia no futebol é Santa Catarina, que quase sempre revela uma grande alternância de forças ao longo do tempo. Ainda assim, existem algumas exceções, como o Joinville octacampeão entre 1978 e 1985.

Mas o Joinville foi fundado apenas em 1976, resultado de uma fusão entre dois outros clubes da cidade: Caxias e América. O primeiro foi campeão estadual três vezes, em 1929, 1954 e 1955. O segundo levou cinco taças, em 1947, 1948, 1951, 1952 e 1971. Portanto, a última conquista levou 19 anos para acontecer.

Naquela temporada, o Campeonato Catarinense teve 13 participantes, que se enfrentaram em dois turnos, no formato de pontos corridos e contagem por menos pontos perdidos. A quinta conquista do América começou a ser construída logo na estreia, na vitória por 2 a 0 sobre o Carlos Renaux, em Brusque. O primeiro triunfo em casa, no Estádio Olímpico Edgar Schneider, veio na segunda rodada, por 1 a 0 sobre o Figueirense.

Foi campanha quase perfeita. No primeiro turno, o América fez 12 jogos, vencendo nove e empatndo três. No segundo turno, foram mais sete vitórias e um empate até que acontecesse a primeira derrota, por 1 a 0 para o Hercílio Luz em Tubarão. À esta altura, o título já estava praticamente encaminhado.

Faltando quatro rodadas para o fim, o América era o líder com 36 pontos ganhos e só seis perdidos. O vice era o rival Caxias, com 29. Era questão de tempo para a conquista, e o time resolveu fazer isso com estilo. Contra o Avaí, no Edgar Schneider, a goleada por 4 a 1 confirmou o título da equipe alvirrubra, com 38 pontos ganhos e dez perdidos. Na ressaca das rodadas finais, aconteceram outras duas derrotas.

A soberania do América no campeonato foi tão grande, que até hoje há dúvida sobre quem foi o vice-campeão. Algumas fontes dizem que foi o Próspera, com 35 pontos ganhos e 13 perdidos. Outras, falam que foi o Caxias, com 33 pontos ganhos e 15 perdidos. Porém, para o velho torcedor alvirrubro, isto pouco importa. Dez anos depois da fusão com o Caxias, o América reativou o departamento de futebol, atualmente atuado apenas como time amador.

A campanha do América-SC:
24 jogos | 17 vitórias | 4 empates | 3 derrotas | 46 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Arquivo/América-SC