Este texto é uma introdução da série especial sobre a história da Copa América no blog, inicialmente escrita em 2021, mas que será reformulada em função da competição que volta a acontecer em 2024. Na primeira leva, foi contada a história a partir de 1975. Agora, a linha do tempo foi estendida para começar em 1963.
Iniciada em 1916, a Copa América é o segundo campeonato de seleções mais antigo ainda em atividade, perdendo em longevidade apenas para o Torneio Olímpico (1908), e o terceiro em ordem de criação, com o extinto Campeonato Britânico (1884) entrando no topo na lista.
Mas os primeiros passos dessa história começaram um pouco antes, em 1910, quando a Argentina organizou a Copa Centenário da Revolução de Maio, que contou com as presenças de Uruguai e Chile e foi vencida pela dona da casa. O sucesso da competição foi grande, o que levou ao Uruguai fundar, seis anos depois e junto com Argentina, Chile e Brasil, a Confederação Sul-Americana de Futebol, conhecida atualmente pelo acrônimo Conmebol.
No mesmo 1916, foi organizada a primeira competição pela Conmebol, o Campeonato Sul-Americano, sediado na Argentina e vencido pelo Uruguai. No começo, a periodicidade do torneio era anual, sendo assim até 1929. Nesse meio tempo, apenas as edições de 1918 e 1928 foram canceladas, uma devido à pandemia de Gripe Espanhola, e a outra para privilegiar o foco na preparação para o Torneio Olímpico. Em 1930, a disputa também não aconteceu para dar preferência à organização da primeira Copa do Mundo em terras uruguaias. Ademais, as competições 1923 e 1927 serviram como qualificação para as Olimpíadas.
Com a entrada do Mundial no circuito, o Campeonato Sul-Americano passou a enfrentar alguns problemas, sobretudo por causa das divergências que Uruguai e Argentina começaram a ter depois da final da Copa, bem como a transição do amadorismo ao profissionalismo na mesma época. A volta do torneio da Conmebol ocorreu em 1935, como qualificação ao Torneio Olímpico de 1936.
A partir de então, o Campeonato Sul-Americano passou a ser bienal, seguindo assim até 1941. Porém, com o advento da Segunda Guerra Mundial na Europa, mais mudanças voltaram a ocorrer. Em 1942, devido ao cancelamento do Mundial, a Conmebol antecipou a edição que seria organizada em 1943, para voltar a ser bienal em 1945. E deste ponto em diante, a sequência ficou completamente quebrada. Em 1946, outra Copa foi cancelada, o que levou às disputas de três edições seguidas até 1947.
Depois dos três torneios consecutivos, o Sul-Americano voltou a acontecer em 1949. Na sequência, houve quatro anos de hiato até a edição de 1953, e mais dois até as disputas seguidas de 1955, 1956 e 1957. Todas as Copas do Mundo da década de 1950 foram todas puladas no cronograma.
O ápice do caos do Campeonato Sul-Americano chegou em 1959, quando duas competições foram feitas, uma oficial em março, na Argentina, e outra extra em dezembro, para comemorar a inauguração de um estádio em Guayaquil, no Equador. Após a dupla jornada, a periodicidade passou a ser quadrienal, com campeonatos em 1963 e 1967, os últimos de uma era confusa antes da reformulação total.
Após 1967, a Conmebol deixou de lado o Campeonato Sul-Americano para dar atenção à jovem Copa Libertadores. O torneio só voltaria a ser organizado em 1975, com o nome Copa América e novamente periodicidade quadrienal. Os quatro anos foram respeitados pela entidade até 1987, quando o torneio foi reajustado para o formato bienal. Em 2001, a mudança foi para o período trienal, e em 2007, voltou a ser quadrienal.
Em 2016, a Conmebol completou 100 anos. Para comemorar o centenário, a entidade organizou uma edição extra da Copa América nos Estados Unidos, a primeira fora da América do Sul. Num primeiro momento, a disputa não atrapalhou a contagem normal, que eram os torneios de 2011, 2015 e 2019. Porém, em 2020, os dirigentes resolveram fazer outro campeonato, com a desculpa do realinhamento para os anos pares, mas a pandemia de Covid-19 adiou tudo para 2021. Finalmente, em 2024 as Copas América voltam aos trilhos, ainda que mais uma vez em solo estadunidense.
Nos primeiros 43 anos de linha do tempo, entre 1916 e 1959, a Argentina conquistou 12 títulos, contra dez do Uruguai, três do Brasil, um do Paraguai e um do Peru. De 1963 em diante, o ranking é de seis taças para o Brasil, cinco para o Uruguai, três para a Argentina, duas para o Chile, uma para a Bolívia, uma para o Peru, uma para o Paraguai e uma para a Colômbia. Dos nove títulos brasileiros, cinco foram obtidos quando a seleção jogou em casa. Somente uma vez que o troféu foi para outra equipe em solo tupiniquim, em 2021.
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