Especial Copa América - O primeiro meio século de disputa

Foto Vladimir Rodas/AFP/Getty Images

A Copa América é o segundo campeonato de seleções mais antigo ainda em atividade, perdendo em longevidade apenas para o Torneio Olímpico, e o terceiro em ordem de criação, com o extinto Campeonato Britânico entrando no topo na lista.

Os primeiros passos dessa história começam em 1910, quando a Argentina organizou a Copa Centenário da Revolução de Maio, que contou com as presenças de Uruguai e Chile e foi vencida pela dona da casa. O sucesso da competição foi grande, o que levou ao Uruguai fundar, seis anos depois e junto com Argentina, Chile e Brasil, a Confederação Sul-Americana de Futebol, conhecida pelo acrônimo Conmebol.

Foi no mesmo 1916 que houve a primeira edição do Campeonato Sul-Americano, sediado na Argentina e vencido pelo Uruguai. O começo foi com periodicidade anual, sendo assim até 1929. Nesse meio tempo, apenas as edições de 1918 e 1928 foram canceladas, uma devido à pandemia de Gripe Espanhola, e a outra para privilegiar o foco na preparação para o Torneio Olímpico. A disputa de 1930 também foi postergada para dar preferência à organização da Copa do Mundo. Ademais, as competições 1923 e 1927 serviram como qualificação para as Olimpíadas.

A partir daí o Sul-Americano passou por muitos problemas, sobretudo por causa das divergências que Uruguai e Argentina passaram a ter após a final do primeiro Mundial e o início da transição do amadorismo ao profissionalismo. A volta ocorreu em 1935, para qualificar ao Torneio Olímpico de 1936. Então, o campeonato passou a ser bienal, seguindo assim até 1941. Em 1942, com o cancelamento da Copa do Mundo, a Conmebol resolveu organizar uma edição consecutiva de sua competição. Assim, a disputa de 1943 não foi feita, voltando somente em 1945. Deste ponto em diante, a sequência ficaria ainda mais quebrada e mambembe. Em 1946, outro Mundial foi cancelado, o que levou às disputas de três edições seguidas até 1947.

Após o torneio de 1949, o Sul-Americano amargou quatro anos de hiato, até 1953. As Copas do Mundo deste período foram todas puladas, e três disputas sul-americanas seriam realizadas entre 1955 e 1957. O ápice chegaria em 1959, quando duas competições foram feitas, uma oficial em março, na Argentina, e outra extra em dezembro, para comemorar a inauguração do estádio de Guayaquil, no Equador. Após a dupla jornada, a periodicidade passaria a ser quadrienal, com campeonatos em 1963 e 1967, os últimos de uma era confusa.

Nesses 51 anos de linha do tempo, a Argentina conquistou 12 títulos, contra 11 do Uruguai, três do Brasil e um cada de Bolívia, Paraguai e Peru. Todas as taças brasileiras foram obtidas quando a seleção jogou em casa. E o cenário só começaria a mudar para os brasucas quando a Conmebol reorganizou seu Campeonato Sul-Americano, mudando o nome para Copa América e fixando de vez um calendário sério, a cada quatro anos a partir de 1975.

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