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Grêmio Campeão da Libertadores 1983

O futebol brasileiro formou ótimos times na década de 80. O Flamengo venceu a Libertadores de 1981 e ficou próximo de repetir em 1982. Só que perdeu na fase semifinal para o Peñarol. Neste mesmo ano o Grêmio fez sua estreia, mas caiu na fase de grupos, também para os uruguaios. O vice no Brasileirão da mesma temporada colocou o clube gaúcho novamente na competição sul-americana, em 1983.

O Tricolor ficou no grupo 2, junto com o próprio Flamengo, além dos bolivianos Bolívar e Blooming. A estreia foi com empate em 1 a 1 com o Flamengo, no Olímpico. Nos cinco jogos seguintes, o time emendou vitórias: na Bolívia, 2 a 0 sobre o Blooming e 2 a 1 sobre o Bolívar. Em Porto Alegre, outro 2 a 0 sobre o Blooming 3 a 1 sobre o Bolívar. Já classificada, a equipe encerrou a fase com ótimos 3 a 1 sobre o Flamengo, no Maracanã. Com 11 pontos, o Grêmio teve a melhor campanha entre os 20 clubes da primeira fase.

Na fase semifinal, o Tricolor enfrentou o Estudiantes e o América de Cali, começando com vitória sobre os argentinos por 2 a 1, em casa. Na Colômbia, derrota por 1 a 0 para o América. Na volta contra os colombianos em Porto Alegre, 2 a 1 a favor.

O Grêmio encerrou a segunda fase na emblemática Batalha de La Plata, onde os gaúchos enfrentaram um Estudiantes hostil e violento, cedendo de propósito o empate por 3 a 3 em troca de tranquilidade na volta para casa. Esse resultado deixou o Tricolor na dependência de um tropeço argentino contra o América. E a partida na Colômbia terminou sem gols, colocando o Grêmio na sua primeira final de Libertadores.

A decisão foi no reencontro com o Peñarol, que defendia a taça depois de eliminar o rival Nacional e o venezuelano Atlético San Cristóbal. Apesar da maior tradição uruguaia, o Grêmio não se deixou levar por novos temores. No Centenario, em Montevidéu, o Imortal conseguiu um bom empate por 1 a 1, com seu gol marcado pelo meia Tita.

A volta foi no Olímpico, em Porto Alegre. Caio e César fizeram os gols da vitória que deu a primeira Libertadores aos gremistas. Entre os dois lances o Peñarol fez o seu gol e tentou atrapalhar os planos, mas o 2 a 1 encerrou ali a questão.

A campanha do Grêmio:
12 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Lemyr Martins/Placar

Peñarol Campeão da Libertadores 1982

Depois de uma década gloriosa e outra perdida, o Peñarol ansiava por tempos melhores. Tricampeão da Libertadores nos anos 60, o clube viu na década de 70 o Nacional se aproximar na supremacia local com um bicampeonato. A situação iria voltar à normalidade pelos lados carboneros em 1982.

Sem o rival para atrapalhar, o Peñarol ficou no grupo 2 da primeira fase, junto do Defensor, do São Paulo e do Grêmio. Não foi problema nenhum para a experiente equipe eliminar os adversários, que juntos ainda não somavam a metade da tradição aurinegra na competição.

Foram quatro vitórias e um empate nas seis partidas da chave, com destaque para os 3 a 0 sobre o Defensor na estreia, em casa, e o 1 a 0 sobre o São Paulo no returno, no Morumbi. A classificação veio nessa partida, com uma rodada de antecedência. Tanto que o time se permitiu levar 3 a 1 do Grêmio no último jogo, em Porto Alegre.

Com nove pontos, o Peñarol seguiu rumo à semifinal, onde encarou Flamengo e River Plate. A força uruguaia foi demonstrada já primeira partida, no Centenario, ao vencer por 1 a 0 o Flamengo. Depois, 3 a 0 sobre o River em pleno Monumental de Nuñez. Mais duas vitórias, por 2 a 1 sobre os argentinos, em casa, e por 1 a 0 sobre os brasileiros, no Maracanã, deram aos carboneros o 100% de aproveitamento e o retorno à final depois de 12 anos.

O adversário do Peñarol na decisão foi o Cobreloa, um novato de apenas cinco anos de existência, mas que já havia dado trabalho ao Flamengo um ano antes na Libertadores. Após passar por Olimpia e Deportes Tolima na semi, a equipe chilena também iria tentar frustrar os planos do Peñarol. Mas camisa pesa. O primeiro jogo foi em Montevidéu, no Centenario, e terminou empatado por 0 a 0.

A segunda parada foi no Nacional de Santiago, com todas as torcidas do Chile unidas em prol do Cobreloa. Tudo encaminhava-se para outro empate sem gols, e a consequente partida extra. Até que o ídolo de uma nova era do Peñarol, Fernando Morena, tirou da cartola o gol do título, fazendo 1 a 0 aos 44 minutos do segundo tempo. Festa do tetra fora de casa, acabando com a fila de 16 anos na América do Sul.

A campanha do Peñarol:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 16 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Flamengo Campeão da Libertadores 1981

A Libertadores de 1981 teve o Brasil representando um de seus melhores esquadrões da época, o Flamengo. Oriundos do título do Brasileirão de 1980, o clube carioca estreava na competição já como favorito. O time de Zico, Júnior, Leandro e Adílio encantava o público desde o ano anterior.

O Fla ficou no grupo 3, ao lado do Atlético-MG e dos paraguaios Olimpia e Cerro Porteño. A estreia foi no Mineirão, e o Flamengo arrancou empate de 2 a 2 com o Atlético. Na sequência, o Rubro-negro recebeu os times do Paraguai no Maracanã, vencendo o Cerro Porteño por 5 a 2 e empatando com o Olimpia em 1 a 1. O returno começou também no Rio, e Flamengo e Atlético repetiram os 2 a 2. A fase de grupos se encerrou com dois jogos em Assunção, vitória de 4 a 2 sobre o Cerro e empate sem gols com o Olimpia.

Cariocas e mineiros encerraram a fase com oito pontos, mas somente um time poderia avançar. Sem o saldo de gols nas regras de desempate, foi preciso marcar uma partida extra  - polêmica até hoje - em campo neutro, que foi o Serra Dourada em Goiânia. O placar foi 0 a 0, mas o Flamengo foi declarado vencedor, pois aos 37 minutos o Atlético ficou com apenas seis jogadores, devido a expulsões de cinco jogadores pelo árbitro José Roberto Wright.

O Rubro-negro foi à semifinal e ficou em grupo com Deportivo Cali, da Colômbia, e Jorge Wilstermann, da Bolívia. O Fla fez uma fase perfeita, vencendo fora de casa o Cali por 1 a 0 e o Wilstermann por 2 a 1. No Maracanã, 3 a 0 nos colombianos e 4 a 1 nos bolivianos, classificaram o time para a final com 100% de aproveitamento.

A adversário foi o Cobreloa, do Chile, que deixou para trás os uruguaios Nacional e Peñarol. A ida foi no Rio de Janeiro, e o Flamengo venceu por 2 a 1. A volta foi no Nacional de Santiago, mas o Rubro- não resistiu à hostilidade chilena e perdeu por 1 a 0.

Assim, a partida de desempate foi acionada no Centenário em Montevidéu, em uma incomum segunda-feira de novembro. No campo neutro, o talento brasileiro se sobressaiu e a vitória por 2 a 0 rendeu ao Flamengo o título da Libertadores de 1981, consagrando a maior geração de craques que vestiu sua camisa.

A campanha do Flamengo:
14 jogos | 8 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 28 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Placar

Nacional Campeão da Libertadores 1980

A Libertadores entra nos anos 80 sem mudança em relação à década anterior. O regulamento do momento ainda duraria mais alguns anos. Outro fato sem alteração foi o interesse das equipes no título, sobretudo as da Argentina e as do Uruguai. Longe do topo desde 1971, os uruguaios voltariam a vencer em 1980 com o Nacional, justamente o último vencedor do país.

Vice da Liguilla Pré-Libertadores uruguaia, o Decano estreou na competição no grupo 2, ao lado do campeão Defensor e dos bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero. Franco favorito à classificação, o clube fez uma primeira fase tranquila, de cinco vitórias em seis jogos. A única derrota foi na altitude da La Paz, por 3 a 0 para o Strongest.

Esse resultado adverso foi compensado com 3 a 0 a favor sobre o Defensor fora de casa, e com os 5 a 0 sobre o Petrolero em Montevidéu. Ainda assim, a vaga na semifinal só foi garantida na última rodada, ao fazer 2 a 0 no confronto direto com o carrasco boliviano do primeiro turno e somar dez pontos na tabela.

Na segunda fase, o Nacional ficou na chave junto do então campeão Olimpia e do chileno O'Higgins. E o time encaminhou bem sua situação ao vencer as duas primeiras partidas por 1 a 0, em Assunção e em Santiago. Na terceira, 1 a 1 com os paraguaios em casa adiou a vaga na final. Ela foi confirmada no último jogo, com 2 a 0 sobre os chilenos no Centenário.

Em sua quarta final de Libertadores na história, foi a primeira vez que o Nacional enfrentou um clube brasileiro: o Internacional, que na sua tentativa de trazer o título de volta ao Brasil bateru na semi o América de Cali e o Vélez Sarsfield. A primeira partida aconteceu no Beira-Rio, em Porto Alegre, e El Bolso voltou das terras gaúchas com um bom, porém perigoso, empate sem gols.

Estava proibido perder em Montevidéu na volta. E a tradição fez a diferença no Estádio Centenario. Aos 34 minutos do primeiro tempo, o ídolo Waldemar Victorino fez 1 a 0 e decretou a segunda conquista sul-americana do Nacional.

A campanha do Nacional:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Olimpia Campeão da Libertadores 1979

Em 18 anos de Libertadores, o título circulou por somente três países: Argentina, Brasil e Uruguai. Embora com muitos times tradicionais oriundos dos outros locais, era complicado quebrar essa barreira. Até que, em 1979, o Olimpia chegou para colocar o Paraguai ao lado do trio forte da América do Sul. Primeiro vice da história, o Decano conquistou o torneio com uma bela jornada, de ponta a ponta.

No grupo 2 da primeira fase, junto ao compatriota Sol de América e dos bolivianos Bolívar e Jorge Wilstermann, o Olimpia não teve dificuldades para liderar. Venceu cinco das seis partidas e somou dez pontos. Sua única derrota foi na altitude de La Paz, por 2 a 1 para o Bolívar. De resto, vitórias categóricas, como os 4 a 2 sobre o Wilstermann e os 3 a 0 sobre o algoz boliviano do primeiro turno, ambos em casa.

O clube obteve a segunda melhor campanha entre os 20 da fase inicial, perdendo no saldo de gols para o Guarani. E o time brasileiro foi um dos adversários dos paraguaios na semifinal, assim como o Palestino, do Chile. Em Assunção, o Decano derrotou o clube de Campinas por 2 a 1. Depois, em Santiago, 2 a 0 nos chilenos. Na volta em casa, 3 a 0 no Palestino encaminhou a classificação.

Bastava secar o Guarani na rodada de folga. E deu certo, pois a equipe brasileira ficou no 2 a 2 em casa com a chilena. No último jogo, sobrou o empate por 1 a 1 no Brinco de Ouro. Com sete pontos, o Olimpia chegava em sua segunda final de Libertadores.

O adversário do time paraguaio na decisão foi o Boca Juniors, que estava atrás do tri seguido e havia batido Indepediente e Peñarol. A partida de ida foi jogada no Defensores del Chaco, em Assunção, e o Olimpia conseguiu uma ótima vantagem de 2 a 0, gols de Osvaldo Aquino e Miguel Piazza. A volta foi em La Bombonera, e era só não perder para ficar com o título inédito. Foi o que aconteceu: empate por 0 a 0 na Argentina e o Decano começava a fazer por merecer um outro apelido futuro: Rey de Copas.

A campanha do Olimpia:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 23 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/ABC Color

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1978

Era mais simples criar uma hegemonia na Libertadores antigamente. Eram menos participantes, limitados a dois por país, e muitas camisas pesadas ficavam de fora por causa da geografia. Bastava liderar um grupo contra alguma nação de menos tradição e pronto, já se chegava na semifinal. Uma vez com o título, a equipe já começava a edição seguinte além da primeira fase, bastando apenas seis ou sete jogos para o bicampeonato e o começo da supremacia.

Foi o caso do Boca Juniors em 1978. A primeira conquista sul-americana um ano antes tirou um peso das costas do clube. A trajetória de seu segundo título foi muito mais tranquila. Até a estreia xeneize, 20 times brigaram por cinco vagas na fase semifinal. A melhor campanha foi do Alianza Lima, com 11 pontos. A disputa mais intensa foi entre River Plate e Independiente, que marcam oito pontos. A classificação ficou com a equipe de Buenos Aires no saldo de gols.

Dessa forma, o superclássico se fez presente na semifinal. a chave do Boca ainda foi composta pelo Atlético-MG. A estreia foi com empate sem gols com o River em casa, mas o clube se recuperou ao fazer 2 a 1 nos mineiros em Belo Horizonte. No returno, vitórias por 3 a 1 sobre o Atlético na Bombonera e por 2 a 0 sobre o arquirrival no Monumental de Nuñez deu ao Boca nova participação na final.

Seu adversário foi o Deportivo Cali, que na outra chave eliminou Alianza Lima e Cerro Porteño. A primeira partida foi marcada para o Estádio Pascual Guerrero, em Cali. E o Boca Juniors segurou um bom 0 a 0 na Colômbia.

Os gols foram guardados para a volta em Buenos Aires. La Bombonera viu um show azul e ouro. Hugo Perotti fez dois e Ernesto Mastrángelo e Carlos Salinas completaram a goleada por 4 a 0, que confirmou o bicampeonato do Boca. Foi uma pequena hegemonia antes de um longo hiato de títulos na Libertadores, quebrado somente na mágica década de 2000.

A campanha do Boca Juniors:
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Boca Juniors Campeão da Libertadores 1977

Sem o título da Libertadores em 1976, era a hora de a Argentina reorganizar suas forças. Sem o Independiente e com Racing e Estudiantes longe dos melhores dias, coube a um clube super tradicional de Buenos Aires chegar à conquista em 1977. Embora multicampeão em terras portenhas, o Boca Juniors jamais havia levado a principal taça sul-americana, tendo batido na trave com o vice em 1963. Já passava da hora de vencer.

A equipe xeneize ficou no grupo 1, contra duas pedreiras: o rival River Plate e o Peñarol, além do Defensor, o outro uruguaio. Apear da dificuldade, o Boca passou a primeira fase com quatro vitórias e dois empates. Os pontos perdidos foram fora de casa, com os 0 a 0 contra Defensor e no clássico contra o River. Os demais resultados foram vitórias magras. Contra o Peñarol, duas vezes 1 a 0. Contra o Defensor, 2 a 0 em casa. Antes disso tudo teve a estreia, no superclássico em La Bombonera, com outro 1 a 0. Ao todo foram dez pontos para classificar à segunda fase.

A campanha continuou econômica na semifinal, contra o paraguaio Libertad e o colombiano Deportivo Cali: dois 1 a 0 nos paraguaios e dois 1 a 1 com os colombianos. A vaga na final veio com seis pontos e uma rodada antes do segundo empate - quando o Libertad derrotou o Deportivo e tirou as chances do clube da Colômbia.

O Cruzeiro apareceu do outro lado da decisão para defender o título, após eliminar o Internacional e a Portuguesa da Venezuela. Só que o Boca venceu o jogo de ida na Bombonera por 1 a 0, gol de Carlos Veglio aos três minutos do primeiro tempo. A segunda partida foi no Mineirão, em Belo Horizonte, e os cruzeirenses devolveram o 1 a 0.

No desempate, no Centenario de Montevidéu os times empataram por 0 a 0, que obrigou a Conmebol a utilizar pela primeira vez a disputa de pênaltis. E os xeneizes ganharam por 5 a 4, levando a primeira de suas seis Libertadores.

A campanha do Boca Juniors:
13 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 10 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Cruzeiro Campeão da Libertadores 1976

O domínio castelhano na Libertadores foi longo, principalmente com a Argentina. Mas o Brasil quebraria essa história em 1976. Vice-campeão brasileiro de 1975, o Cruzeiro, garantiu vaga para sua terceira participação no torneio sul-americano. Nada foi capaz de parar a Raposa.

No grupo 3 da primeira fase, ao lado dos paraguaios Olimpia e Sportivo Luqueño e do próprio Internacional, o Cruzeiro começou a competição com históricos 5 a 4 sobre os gaúchos no Mineirão. Na sequência, a Raposa foi ao Paraguai e fez 3 a 1 sobre o Luqueño e 2 a 2 com o Olimpia. No returno, 4 a 1 sobre o Luqueño em Belo Horizonte e 2 a 0 sobre o Inter no Beira-Rio. A fase foi encerrada com goleada por 4 a 1 sobre o Olimpia, em casa. O Cruzeiro se classificou marcando 11 pontos.

Na fase semifinal, os adversários foram a LDU Quito, do Equador e o Alianza Lima, do Peru. A campanha recomeçou fora de casa, com 3 a 1 sobre os equatorianos e 4 a 0 sobre os peruanos. Quando então ocorreu uma tragédia: a morte do atacante Roberto Batata em um acidente de carro. De luto, os cruzeirenses homenagearam o colega com uma goleada de 7 a 1 sobre o Alianza, no Mineirão. A vaga na final foi confirmada com 4 a 1 sobre a LDU.

O adversário na decisão foi o River Plate, que superou na semi o Independiente e o Peñarol. A ida foi no Mineirão, e o Cruzeiro goleou os argentinos por 4 a 1. A volta foi no Monumental de Nuñez, mas a Raposa perdeu por 2 a 1.

Assim, restou fazer uma partida extra no Chile, no Nacional de Santiago. Lá, os mineiros fizeram dois gols mas cederam o empate em seguida. Até que, aos 43 minutos do segundo tempo, o Cruzeiro teve uma falta frontal. Nelinho estava pronto para bater, quando Joãozinho se intrometeu e colocou a bola no ângulo. A vitória por 3 a 2 fez da Raposa campeã da Libertadores de 1976 com justiça, consagrando o elenco de Raul, Nelinho, Piazza, Palhinha e Jairzinho.

A campanha do Cruzeiro:
13 jogos | 11 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 46 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Célio Apolinário/Placar

Independiente Campeão da Libertadores 1975

A quadrilogia vencedora do Independiente teve seu último ato em 1975. As coisas nesta Libertadores aconteceram nos mesmos moldes do segundo e do terceiro ato, com o time começando a campanha diretamente na segunda fase.

A melhor participação na fase de grupos foi do Universitario. O time peruano anotou dez pontos. No mais, é digna de registro a disputa entre os argentinos. Em uma rara edição sem clubes de Buenos Aires, Rosario Central e Newell's Old Boys ficaram empatados com oito pontos. A classificação ficou com a equipe canalha, que superou a dos leprosos no saldo de gols (3 a 1).

A semifinal teve início com o Independiente enfrentando exatamente o Central. No Gigante de Arroyito, derrota por 2 a 0. A situação piorou quando o time levou outro 2 a 0, do Cruzeiro em Belo Horizonte. Zerado, o time rojo precisava vencer seus dois jogos em casa e torcer para que o Central também derrotasse os mineiros (que haviam vencido os rosarinos no Brasil). Isso tudo se o saldo de gols favorecesse. Na Doble Visera, o Independiente devolveu os 2 a 0 no Central. Em Rosario, o dono da casa aplicou 3 a 1 nos brasileiros.

Ambos ficaram com quatro pontos, contra dois dos rojos. O saldo até ali era de menos um, contra um dos brasileiros e zero dos compatriotas. Ou seja, a vitória sobre o Cruzeiro precisava ser por três gols de diferença. E assim foi, com um 3 a 0 que positivou o saldo para um e negativou o dos cruzeirenses para menos um, que o Independiente chegou à quarta final seguida.

A decisão foi em três jogos contra o Unión Española, do Chile, que eliminou Universitario e LDU Quito. O primeiro foi no Nacional de Santiago, com derrota por 1 a 0. O segundo foi em Avellaneda, com vitória por 3 a 1. O hexa do Indpendiente veio na terceira partida, no Defensores del Chaco, em Assunção, ao fazer 2 a 0 nos chilenos. Sinal da perda de fôlego do elenco e do fim de um ciclo, foi o título com campanha mais irregular.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 3 derrotas | 10 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1974

A história roja continuou a ser escrita em letras douradas. Tetracampeão da Libertadores e atual bi, o Independiente voltaria a superar as próprias barreiras em 1974, em uma edição que um clube brasileiro quase estragou a festa. Os venezuelanos voltaram à competição, deixando a fase de grupos com os 20 times previstos. Enquanto isso, os campeões esperavam pela semifinal.

A primeira fase foi bem competitiva, com a definição de três classificados com só um ou nenhum ponto de diferença para os vice-líderes: Defensor Lima, Peñarol e Huracán. Mas os argentinos fecharam com dez pontos e a melhor campanha junto do São Paulo, que liderou com facilidade sua chave. O Rojo começou sua trajetória exatamente diante do Peñarol e do Huracán.

A estreia foi com empate fora diante do rival argentino, por 1 a 1. Contra os uruguaios, vitória por 3 a 2 em plena Montevidéu. No returno, vitória por 3 a 0 sobre o adversário hermano deixou o Independiente em boa situação para o confronto decisivo contra os carboneros. A partida foi na Doble Visera e os rojos aproveitaram-se de ter a vantagem do empate, fazendo 1 a 1 e conseguindo um lugar na final com seis pontos, contra cinco da equipe uruguaia.

Na outra chave, o São Paulo passou por Millonarios e Defensor Lima para ser o outro finalista. A parada mais difícil para o Independiente até então. Na ida, os argentinos perderam por 2 a 1 no Pacaembu. Precisando da vitória na volta para forçar o desempate, o clube bateu os brasileiros por 2 a 0 em Avellaneda, gols de Ricardo Bochini aos 34 do primeiro tempo e de Agustín Balbuena aos três do segundo.

A derradeira ficou para o Estádio Nacional de Santiago, onde a vantagem do empate seria roja. Mas não foi preciso, pois o Independiente voltou a derrotar os paulistas, desta vez por 1 a 0. O gol de penta saiu aos 37 da etapa inicial, com o capitão e ídolo Ricardo Pavoni.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 12 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1973

Depois de retornar ao caminho dos títulos na Libertadores, o Independiente ficou imparável. Logicamente, entrar já na fase semifinal facilitou as coisas, mas a alcunha "Rey de Copas" começava a se justificar.

Na edição de 1973, a competição ficou desfalcada dos clubes venezuelanos, que enfrentavam problemas internos com a federação do país. A primeira fase foi composta por 18 equipes e um dos grupos foi transformado em confronto mata-mata, entre Millonarios e Deportivo Cali.

As demais quatro chaves transcorreram normalmente, com a melhor campanha ficando na conta do San Lorenzo, com dez pontos no grupo 1. O Independiente já estava na fase seguinte, em que enfrentou o próprio San Lorenzo, além do Millonarios.

A estreia foi com derrota para os colombianos, por 1 a 0 em Bogotá. A recuperação veio na volta, na Doble Visera, derrotando os azules por 2 a 0. Sobraram as partidas com o rival argentino, que definiram o finalista. Em Buenos Aires, empate por 2 a 2 deixou os azulgrana na liderança. Era preciso vencer em Avellaneda para conseguir o lugar na decisão. E assim foi feito, com 1 a 0 no placar.

A decisão foi disputada contra o Colo-Colo, que bateu Cerro Porteño e Botafogo na semifinal. O time chileno veio com força para tentar desbancar o Independiente, tanto que a partida de ida na Doble Visera terminou empatada por 1 a 1. El Rojo não podia perder o segundo jogo. E conseguiu, segurando outro empate, por 0 a 0, no Nacional de Santiago.

O desempate foi marcado para o Centenario, em Montevidéu. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Mario Mendoza abriu o placar, mas Carlos Caszely empatou aos 39. Só na prorrogação houve a definição a favor do tetra do Independiente, com Miguel Giachello fazendo 2 a 1 no primeiro minuto do segundo tempo. O Rey de Copas nunca mais seria ultrapassado no ranking de títulos da Libertadores.

A campanha do Independiente:
7 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1972

Rei morto, rei posto. Um ditado comum na política que pode ser aplicado também ao esporte. Principalmente o futebol. Após três temporadas de domínio, o Estudiantes não levou a Libertadores em 1971, caindo logo depois no ostracismo (levaria uma década para ressurgir). Mas para 1972 a Argentina retornaria com outra dinastia, que já havia tido um ensaio nos anos 1960 e voltaria para assumir todos os recordes, a maioria perdurando até a atualidade, com o Independiente.

Campeão metropolitano, o time rojo participou da primeira fase no grupo 1, junto de Rosario Central e os colombianos Santa Fe e Atlético Nacional. A classificação veio com quatro vitórias, dois empates e dez pontos na liderança da chave. O principal resultado foi o 4 a 2 sobre o Santa Fe em plena Bogotá. 

Na segunda fase, o sorteio colocou o Independiente frente a São Paulo e Barcelona de Guayaquil. Sua estreia foi no Equador, empatando por 1 a 1. Na sequência, vitória por 1 a 0 sobre os equatorianos em Avellaneda. No Brasil, a equipe roja perdeu sua primeira na competição, levando 1 a 0 do São Paulo. A disputa da vaga na final ficou mesmo entre os dois, na Doble Visera, na última rodada. E com vitória por 2 a 0 o clube argentino voltou à decisão depois de sete anos.

Seu adversário foi uma surpresa. Vindo do Peru, o Universitario derrubou simplesmente Nacional e Peñarol na semifinal. A partida de ida aconteceu no Estádio Nacional de Lima, e o Independiente soube segurar a pressão, levando para casa um empate sem gols.

A volta foi em Avellaneda, na Doble Visera. O placar foi aberto aos seis minutos do primeiro tempo, com Eduardo Maglioni. O segundo gol veio aos 16 da etapa complementar, novamente com Maglioni. O Universitario chegou a reagir aos 34 minutos, com Percy Rojas, mas a história já apontava para o Independiente, que venceu por 2 a 1, ficou com o tri da Libertadores e deu início a uma sequência de quatro taças jamais igualada.

A campanha do Independiente:
12 jogos | 7 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Nacional Campeão da Libertadores 1971

Depois de dez anos de desencontros e desentendimentos, a Conmebol encontrou a primeira fórmula perfeita da Libertadores no ano de 1971. Na primeira fase, 20 times atuando em cinco grupos binacionais. O líder de cada chave avança à semifinal, onde se encontram com o campeão anterior e formam outros dois grupos. O primeiro de cada triangular avança à final. Esse regulamento duraria até 1987, sendo até hoje o que mais tempo foi utilizado pela entidade.

Com o Brasil voltando à competição regularmente, foi possível executar tudo dentro da normalidade. E foi nesta temporada que caiu o domínio do Estudiantes, com o título indo parar nas mãos do Nacional do Uruguai. A primeira fase do Decano foi quase perfeita. No grupo 3, junto de Peñarol e os bolivianos The Strongest e Chaco Petrolero, o time conseguiu cinco vitórias e um empate nas seis partidas que disputou, incluindo uma goleada por 5 a 0 sobre o Strongest no quarto jogo.

Com 11 pontos, o Nacional classificou-se à fase seguinte. Seus adversários no triangular foram Palmeiras e Universitario. A invencibilidade da equipe continuou nas quatro partidas que fez, com três vitórias e outro empate, aqui inclusas as vitórias sobre os peruanos por 3 a 0 e sobre os brasileiros por 3 a 1, ambos em casa.

O adversário na final foi o Estudiantes, que eliminou Barcelona de Guayaquil e Unión Española. Era a revanche do confronto de 1969, quando os argentinos levaram o segundo título. Mas a chance do tetra seria interrompida. A ida aconteceu em La Plata, no Jorge Luis Hirschi, com vitória do mandante por 1 a 0. O Nacional empatou na volta, no Centenario, em Montevidéu, ao vencer pelo mesmo 1 a 0.

A terceira partida ocorreu no Estádio Nacional de Lima, no Peru, sem vantagem alguma para as equipes. O primeiro título do Decano se desenhou no gols de Víctor Espárrago e Luis Artime, e a vitória por 2 a 0 deu fim à pressão causada pelos três vices na década de 1960 e pelo tri do seu maior rival.

A campanha do Nacional:
13 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 26 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/Nacional

Estudiantes Campeão da Libertadores 1970

A Libertadores vira a década e entra no ano de 1970 ainda em desacerto com o Brasil. Pelo segundo ano seguido, e pelo terceiro em cinco temporadas, o país não indicou representantes. Outra vez a CBD preferiu priorizar a preparação da seleção para a Copa do Mundo. De forma que, com o retorno dos argentinos desde a fase de grupos, 19 times participaram da edição.

Dono das duas últimas taça e imbatível atuando dentro de seu estádio, o Estudiantes entrou novamente na semifinal e aguardou o desenrolar das partidas. A primeira fase foi composta por quatro grupos, sendo um de seis equipes e três de quatro.

Naturalmente, as melhores campanhas vieram da chave hexagonal, com as classificações de Guaraní do Paraguai e Universidad de Chile. Mas no aproveitamento, Boca Juniors e Peñarol também fizeram bonito em primeiro de seus grupos.

Os oito classificados seguiram à segunda fase, onde jogaram divididos em mais três chaves. Cada líder avançou até a semifinal, onde enfim encontraram-se com os pincharratas. E o confronto de abertura da campanha do tricampeonato do Estudiantes começou de forma caseira, contra o River Plate. Com duas vitórias -  1 a 0 em Buenos Aires e 3 a 1 em La Plata -, os então campeões rumaram à terceira decisão consecutiva.

O adversário na final foi o Peñarol, que sofreu para bater a Universidad de Chile na fase anterior. O jogo de ida foi disputado no Jorge Luis Hirschi, e o Estudiantes abriu vantagem com simples 1 a 0, gol marcado pelo zagueiro Néstor Togneri aos 43 minutos do segundo tempo.

A volta aconteceu no Estádio Centenario, em Montevidéu, e o time pincharrata precisou enfrentar uma enorme pressão. Mas os jogadores conseguiram segurar o 0 a 0 em solo uruguaio e ficaram com a terceira Libertadores nas mãos. Até ali, um feito inalcançável pelos outros.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 5 gols marcados | 1 gol sofrido


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão da Libertadores 1969

A Libertadores de 1969 teve um aspecto marcante, que nunca se repetiu e dificilmente se repetirá na história. A edição do torneio foi a única que não teve nenhum representante indicado do Brasil e da Argentina. O primeiro porque a Taça Brasil ficou travada nos tribunais e o segundo porque campeão e vice do Nacional desistiram da participação. De forma que, o único time argentino na disputa foi o Estudiantes, que defendeu seu título e entrou diretamente na semifinal.

Até chegar nesse estágio, as outras 16 equipes participantes atuaram divididas em quatro grupos. A primeira fase não teve grandes destaques, com Peñarol e Cerro Porteño fazendo as melhores campanhas em suas chaves.

A curiosidade ficou na conta do grupo com chilenos e peruanos, em que todos os times marcaram seis pontos, e - já não havia critérios de desempate - duas rodadas extras além das seis normais foram necessárias para apontar os classificados, Universidad Católica e Santiago Wanderers. 

Na segunda fase, os oito sobreviventes jogaram em mais três chaves, avançando o líder de cada para a semfinal. A estreia do Estudiantes foi exatamente contra a Católica, cansada das partidas a mais. Logo na ida, em Santiago, vitória por 3 a 1 encaminhou a classificação pincharrata. Outro 3 a 1, desta vez no Jorge Luis Hirschi selou a vaga na final.

Do outro lado, o Nacional do Uruguai passou pelo rival Peñarol e também chegou na decisão. O primeiro jogo aconteceu no Centenario, em Montevidéu. Eduardo Flores deu início ao bicampeonato ao fazer o gol da vitória aos 21 minutos do segundo tempo. Com o 1 a 0 de frente, o empate já bastava ao Estudiantes para fazer outra festa em La Plata.

Mas o segundo título da Libertadores veio com outra vitória, agora por 2 a 0, gols de Flores aos 32 e de Marcos Conigliaro aos 38 do primeiro tempo. Nunca houve, e jamais haveria, outro campeão da América com 100% de aproveitamento.

A campanha do Estudiantes:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 9 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Estudiantes Campeão da Libertadores 1968

O início da dinastia do Estudiantes na Libertadores, em 1968, é uma história digna de filme: um time pequeno, localizado fora da região da capital federal da Argentina e que jamais havia tido um título profissional de primeira divisão até 1967, quando levou a taça do Metropolitano.

A glória conduziu o clube ao Nacional daquele mesmo ano, onde foi vice e obteve a vaga de estreante na competição sul-americana, que contou com 21 equipes, sendo 20 delas divididas em cinco grupos na primeira fase.

Com um futebol caracterizado pela máxima "defender primeiro, atacar, depois" e por supostas práticas que adentraram ao folclore da época, como a de zagueiros e volantes atuarem com agulhas escondidas nas mãos para espetarem os atacantes adversários, o plantel comandado por Osvaldo Zubeldía ficou no grupo 1, junto de Independiente e os colombianos Deportivo Cali e Millonarios. Em seis jogos, os pincharratas venceram cinco e empataram um, classificando-se na liderança com 11 pontos.

Na segunda fase, os dez líderes e vices foram reorganizados em três chaves. O Estudiantes voltou a ficar no grupo 1 e a enfrentar o Independiente, desta vez com a companhia do Universitario, do Peru. Com três vitórias em quatro partidas, o clube de La Plata marcou seis pontos e conseguiu um lugar na semifinal, onde já estava o então campeão da América, o Racing. Depois de fazerem 3 a 0 na ida em casa, levarem 2 a 0 na volta fora e segurarem o 1 a 1 no jogo extra, os platenses chegaram à final.

O oponente do Estudiantes na primeira decisão de Libertadores foi o Palmeiras, que havia eliminado o Peñarol. O primeiro jogo ocorreu no mítico Jorge Luis Hirschi, em La Plata, com vitória sofrida por 2 a 1, de virada no fim - gols de Juan Ramón Verón e Eduardo Flores.

A segunda partida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas a derrota por 3 a 1 forçou o desempate. E no Centenario, em Montevidéu, Felipe Ribaudo e Verón marcaram os tentos do 2 a 0 que abriu a porteira do tri pincharrata.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 25 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Racing Campeão da Libertadores 1967

Na Libertadores de 1967, Brasil e Colômbia se acertaram com a Conmebol e indicaram seus times. Mas pouco antes do início, o Santos - vice da Taça Brasil - comunicou sua desistência da competição, alegando conflito de datas com a edição de estreia do Robertão. Somente o Cruzeiro representou o país. 

Outro desfalque veio do Uruguai, pois o Peñarol - então o campeão da América - também foi vice no campeonato local e sua federação indicou somente o vencedor Nacional. No total, 19 clubes participaram do torneio, divididos em três grupos de cinco, seis e sete equipes.

Buscando as mesmas glórias que o seu rival Independiente, o Racing de Avellaneda, entrou na Libertadores como campeão argentino. No grupo 2 da disputa, enfrentou o compatriota River Plate, os colombianos Santa Fe e Independiente Medellín e os bolivianos Bolívar e 31 de Octubre. Ao fim de dez jogos, La Academia liderou a chave com 17 pontos, oito vitórias e um empate.

Os dois primeiros de cada grupo avançaram à segunda fase, onde juntaram-se ao Peñarol em duas chaves. Aqui, o Racing voltou a jogar contra o River e enfrentou também o peruano Universitario e o chileno Colo Colo. Com mais quatro vitórias, um empate e nove pontos em seis partidas, o time argentino tornou a liderar seu grupo e avançou à final inédita.

Seu adversário foi o Nacional uruguaio, que deixou para trás o Peñarol e o Cruzeiro. O primeiro jogo aconteceu no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda, e terminou com empate por 0 a 0. A segunda partida ocorreu no Centenario, em Montevidéu, e outro empate sem gols levou ao jogo-extra, em campo neutro.

A derradeira foi em solo chileno, no Nacional de Santiago, e o Racing levou sua histórica e única Libertadores ao vencer por 2 a 1, gols de João Cardoso, aos 14 minutos, e de Norberto Raffo, aos 43 do primeiro tempo. Milton Viera descontou aos 34 do segundo tempo, mas foi insuficiente.

A campanha do Racing:
19 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 42 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Peñarol Campeão da Libertadores 1966

A Libertadores de 1966 trouxe um avanço. Na sétima edição, o número de participantes dobrou para 21. Isso se deu porque a Conmebol passou a distribuir duas vagas para cada país, geralmente o campeão e o vice da ligas nacionais.

Mas Colômbia e Brasil não indicariam representantes. O primeiro por desentendimentos com a entidade e o segundo porque não concordava com o inchaço da competição e, além disso, preferiu dar prioridade à preparação (ruim) da seleção à Copa do Mundo daquele ano.

Com isso, 16 times ficaram divididos em três grupos: dois com seis e um com quatro na primeira fase, avançando dois cada à segunda fase, composta com a adição do Independiente em uma chave de quatro e outra de três. Daqui, sairiam os dois finalistas. E dessa sopa do regulamento ressurgiu o Peñarol rumo ao seu terceiro título sul-americano.

No grupo 3, os carboneros enfrentaram o rival Nacional, os bolivianos Jorge Wilstermann e Deportivo Municipal, e os equatorianos Emelec e 9 de Octubre. Em dez partidas, o time uruguaio venceu oito e perdeu duas, liderando o pelotão com 16 pontos.

Na segunda fase, o Peñarol voltou a jogar contra o Nacional, além da Universidad Católica. A estreia foi com derrota por 1 a 0 no Chile, mas depois o clube emendou três vitórias - incluindo um 3 a 0 sobre o rival -, e classificou-se à decisão com seis pontos. Do outro lado, o River Plate superava a maratona eliminando Boca Juniors, Independiente e Guaraní-PAR para ser o adversário dos uruguaios.

O primeiro jogo da final foi no Centenario, em Montevidéu, com vitória carbonera por 2 a 0. A segunda partida foi no Monumental, em Buenos Aires, e o River sobreviveu ao virar para 3 a 2 no segundo tempo. O desempate foi marcado para o Nacional de Santiago, que acabou empatado por 2 a 2 nos 90 minutos - gols de Alberto Spencer e Julio Abbadie. No prorrogação, Spencer voltou a marcar e Pedro Rocha finalizou o 4 a 2 que deu o tricampeonato ao Peñarol.

A campanha do Peñarol:
17 jogos | 13 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 34 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Independiente Campeão da Libertadores 1965

A Copa dos Campeões da América mudou para o nome que a consagrou a partir de 1965. Saiu a denominação comum, entrou a homenagem aos homens que lideraram a independência do continente no século 19: Copa Libertadores da América. Apesar da mudança, o campeão continuou igual, com o Independiente juntando-se a Peñarol e Santos no clube dos bicampeões.

O regulamento da competição manteve-se sem alterações, exceto pela exclusão da fase preliminar. Isso porque a Colômbia não indicou representante e nove times formaram a primeira fase, em três grupos. 

Defensores do título, Los Diablos Rojos entraram somente na semifinal. Até chegar lá, a primeira fase correu solta. Boca Juniors e Santos venceram todas as quatro partidas e classificaram-se com folgas. Já o Peñarol precisou superar o Guaraní do Paraguai no saldo de gols para conseguir a terceira vaga.

A campanha do Independiente começou no confronto local contra o Boca. Os dois jogos foram disputados no Monumental de Nuñez. No primeiro, vitória dos vermelhos por 2 a 0. No segundo, os azuis e amarelos fizeram 1 a 0. Como o saldo de gols não era válido neste momento para o desempate, uma partida extra foi realizada no mesmo estádio. Após 90 minutos do tempo normal e 30 da prorrogação, o clássico terminou 0 a 0. Só aqui o saldo entrou como critério, classificando o Independiente à decisão.

Seu adversário na final foi o Peñarol, que também passou pelo Santos em três jogos. A ida contra os uruguaios aconteceu na Doble Visera, em Avellaneda, com Raúl Bernao marcando o gol da simples vitória por 1 a 0. A volta foi disputada no Centenario, em Montevidéu, e os carboneros aplicaram 3 a 1 nos rojos, forçando a terceira partida.

O jogo extra foi realizado em Santiago do Chile, no Estádio Nacional, e em atuação sensacional o Independiente goleou por 4 a 1, gols de Carlos Pérez (contra), Bernao, Roque Avallay e Osvaldo Mura, conquistando assim sua segunda taça.

A campanha do Independiente:
6 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1964

A ainda incipiente Copa dos Campeões da América começava a ganhar suas pequenas histórias de hegemonia. Depois de Peñarol e Santos, seria a vez do Independiente, de Avellaneda, inaugurar para a Argentina uma era de títulos. Pela primeira vez, a competição teria todos os dez países da Conmebol participando, devido a filiação da Venezuela no ano anterior.

No total, 11 times entraram na disputa, divididos em três grupos, com o campeão vigente já na semifinal e um confronto preliminar antes de tudo, para enxugar a primeira fase em nove equipes.

Los Diablos Rojos ficaram no grupo 2, junto com Alianza Lima e Millonarios. Contra os peruanos, os argentinos venceram em casa por 2 a 0 e empataram fora (no estádio do rival Racing) por 2 a 2. Diante dos colombianos, o Independiente aplicou 5 a 1 na Doble Visera, garantindo a classificação com sete pontos. A partida em Bogotá nem chegou a ser realizada, por causa de brigas entre Conmebol e Federação Colombiana.

A semifinal foi contra o Santos. Em dois jogos cercados de enormes polêmicas, o time argentino venceu por 3 a 2 na ida no Rio de Janeiro e por 2 a 1 na volta em Avellaneda, classificando-se à final.

Um campeão inédito seria decretado na decisão da quinta edição da Libertadores. O Independiente enfrentou o Nacional do Uruguai, que havia batido o Colo Colo na semi. Foram duas partidas recheadas de tensão, com os gols quase que desaparecendo. O jogo de ida acabou com empate por 0 a 0, no Centenario, em Montevidéu.

A volta foi disputada na Doble Visera, em Avellaneda, e com gol solitário de Mario Rodríguez, aos 35 minutos do primeiro tempo, o Independiente venceu por 1 a 0 e levou o primeiro de seus sete títulos, no que deu origem a uma alcunha utilizada até hoje por torcida e imprensa: "El Rey de Copas".

A campanha do Independiente:
8 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Independiente