Pachuca Campeão da Copa Sul-Americana 2006

Após os primeiros anos de ajustes, a Copa Sul-Americana entrou num momento de estabilidade a partir de 2006. Pela primeira vez, a Conmebol conseguiu repetir o regulamento da competição em relação à temporada anterior. A única coisa que mudou foi um dos convidados da Concacaf: saem os Estados Unidos, entra no lugar a Costa Rica, com a Alajuelense.

As surpresas do norte não pararam por aí. Também pela primeira vez, um título sul-americano ficou nas mãos de um forasteiro. No caso, o Pachuca, do interior do México. O clube do Estado de Hidalgo superou todas as forças corriqueiras e partiu para uma conquista histórica e inigualável.

A campanha dos "tuzos" (esquilos) começou diretamente nas oitavas de final, contra o Deportes Tolima. O primeiro jogo foi na cidade de Ibagué, na Colômbia, e terminou com derrota mexicana por 2 a 1. A segunda partida aconteceu em Pachuca de Soto, e o time da casa reverteu a desvantagem com uma goleada autoritária por 5 a 1.

Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar o Lanús, que havia eliminado o Corinthians. A ida foi na Argentina, e o Pachuca tratou de fazer a vantagem lá mesmo ao vencer por 3 a 0. Tranquilo para a volta, bastou ficar no empate por 2 a 2 em seu Estádio Hidalgo para chegar na semifinal.

A disputa da semifinal foi contra o Athletico-PR, que tinha passado por gigantes como River Plate e Nacional do Uruguai. Mas os tuzos não ligaram para isso e voltaram a ganhar a ida fora de casa. Desta vez por 1 a 0, na Arena da Baixada, em Curitiba. A volta ocorreu no México, e o Pachuca se classificou para a decisão depois de fazer 4 a 1, de virada.

A final foi entre Pachuca e Colo-Colo. O clube chileno chegou lá depois de bater Huachipato, Coronel Bolognesi, Alajuelense, Gimnasia La Plata e Toluca. A primeira partida foi jogada no México, no Estádio Hidalgo. Andrés Chivita deixou os tuzos na frente do placar, aos 27 minutos do primeiro tempo, mas o adversário chegou ao 1 a 1 no segundo.

O segundo jogo foi no Estádio Nacional de Santiago, e o Pachuca precisou correr. Largou atrás no marcador aos 35 do primeiro tempo. Aos oito do segundo, Gabriel Caballero empatou. Aos 28, Christian Giménez virou para 2 a 1, calou a todos e permitiu aos tuzos arrancar rumo ao título inédito.

A campanha do Pachuca:
8 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 19 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Pachuca

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2005

Mudanças à vista. A Copa Sul-Americana não ficou tão sul-americana assim a partir de 2005. Num movimento parecido com o que fez na Libertadores, a Conmebol expandiu sua segunda competição para o Norte, com a entrada de dois participantes do México. Mais do que isso, a entidade também abriu espaço para um time dos Estados Unidos, o DC United, de Washington.

Essa expansão refletiu no Brasil, que caiu de 12 para oito vagas (o campeão brasileiro e os sete melhores colocados fora da Libertadores). O número geral de equipes baixou de 35 para 34 e o regulamento permaneceu o mesmo, com fases preliminares nacionais e lugares cativos nas oitavas de final para os convidados da América do Norte, o campeão Boca Juniors, além de River Plate e Vélez Sarsfield - um convidado da AFA e o outro, melhor argentino, com uma das vagas herdada do Boca.

Na defesa do título, o Boca Juniors viu no bicampeonato da Sul-Americana (junto com a Recopa) a salvação da temporada, pois o time foi mal na sua liga nacional e não se classificou para a Libertadores de 2006. A campanha começou contra o Cerro Porteño, com o qual empatou por 2 a 2 na Paraguai e goleou por 5 a 1 em Salta, no mesmo Estádio Padre Ernesto Martearena da conquista de 2004.

Nas quartas de final, o clube xeneize também repetiu um adversário da temporada anterior, o Internacional. A ida foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, com derrota por 1 a 0 nos acréscimos do segundo tempo. A volta aconteceu em La Bombonera, e os argentinos tornaram a conseguir a classificação com goleada, por 4 a 1. A semifinal foi contra a Universidad Católica, e o Boca passou depois de empatar por 2 a 2 em Buenos Aires e vencer por 1 a 0 no Chile.

Na final, o Boca Juniors ficou frente a frente com o Pumas UNAM, clube mexicano que passou por The Strongest, Corinthians e Vélez Sarsfield. A primeira partida ocorreu no Estádio Olímpico Universitário, na Cidade do México, e terminou empatada por 1 a 1. O gol xeneize foi de Rodrigo Palacio.

O segundo jogo foi realizado em La Bombonera, com novo empate por 1 a 1. Martín Palermo abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo, com a igualdade mexicana saindo na segunda etapa. Nos pênaltis, o Boca ficou com o bicampeonato ao vencer por 4 a 3. O gol derradeiro ficou por conta do goleiro Roberto "Pato" Abbondanzieri.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Boca Juniors Campeão da Copa Sul-Americana 2004

Com leves modificações no regulamento, a Copa Sul-Americana seguiu para a temporada 2004. As alterações aconteceram na fase brasileira, que deixou de ter quatro triangulares e passou a ser com dois mata-matas. O número de vagas permaneceu intacto: 12 para o Brasil, seis para a Argentina, a do campeão Cienciano e mais 16 divididas entre os demais países do continente.

Nesta terceira edição de Sula, a zebra não teve chance. Se na Libertadores o Boca Juniors foi surpreendido pelo Once Caldas na decisão, aqui o clube argentino tratou de espantar os fantasmas e arrancou para sua primeira conquista. Convidado da AFA, o time xeneize entrou diretamente nas oitavas de final, contra o San Lorenzo. No primeiro confronto, perdeu por 1 a 0 no Nuevo Gasómetro. No segundo, venceu por 2 a 1 de virada no Padre Ernesto Martearena, em Salta, e conseguiu a classificação nos pênaltis, ao ganhar por 4 a 1.

A campanha seguiu difícil nas quartas de final, contra o Cerro Porteño. A ida foi mais uma vez em Salta (La Bombonera estava fechada), e o Boca sofreu para o buscar o empate por 1 a 1 diante dos paraguaios. A volta foi disputada em Assunção, no Defensores del Chaco, e novamente o empate imperou no placar, desta vez sem gols. Nos pênaltis, após 20 cobranças, o time argentino venceu por 8 a 7 e ficou com a vaga na semifinal.

O próximo adversário do Boca Juniors foi o Internacional. De volta à La Bombonera, o time xeneize conseguiu uma categórica vitória por 4 a 2 sobre os brasileiros, de virada. O segundo jogo foi no Beira-Rio, em Porto Alegre, e bastou segurar o empate por 0 a 0 para chegar à final pela primeira vez.

A decisão foi contra o Bolívar, que colocou a Bolívia numa final continental pela primeira vez desta a obscura Recopa de 1970. O time eliminou Aurora, Universidad Concepción, Arsenal de Sarandí e LDU Quito. A ida foi realizada no Hernando Siles, na altitude de 3.625 metros de La Paz. Os argentinos bem que tentaram largar na frente, mas acabou derrotado por 1 a 0.

A volta foi em La Bombonera. Com o apoio de 55 mil torcedores, o Boca reverteu a situação e conquistou a primeira Sul-Americana ao vencer por 2 a 0, gols de Martín Palermo, aos 14 minutos do primeiro tempo, e Carlos Tevez, aos 28.

A campanha do Boca Juniors:
8 jogos | 3 vitórias | 3 empates | 2 derrotas | 9 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Boca Juniors

Cienciano Campeão da Copa Sul-Americana 2003

A Copa Sul-Americana ganhou um "upgrade" de 2002 para 2003. De 21 participantes, a competição saltou para 35. A Argentina passou de quatro para seis vagas e o Brasil enfim entrou na disputa, com 12 posições, todas definidas pelo ranking da Conmebol. Tantos brasileiros no torneio levou à formação de uma mini fase de grupos, com quatro triangulares. Destes, cada líder avançou às oitavas de final.

Ao mesmo tempo, Boca Juniors e River Plate tinham cadeiras cativas no mata-mata principal. Ao contrário, o San Lorenzo, defensor do título, teve de passar pela primeira fase. Mas nem Brasil nem Argentina sorriram no final. O campeão da segunda edição da Sul-Americana foi o Cienciano. Clube médio do Peru, "la furia roja" foi o primeiro (e único) do país a levantar uma taça continental até hoje.

Na primeira fase, o Cienciano eliminou o compatriota Alianza Lima, após vencer por 1 a 0 tanto em Cusco quanto na capital peruana. Nas oitavas, foi a vez de passar pela Universidad Catótica. Na ida, goleada por 4 a 0 em casa, no Estádio Inca Garcilaso de la Vega. Na volta, derrota por 3 a 1 no Chile.

O adversário nas quartas de final foi o Santos. O primeiro jogo foi na Vila Belmiro, e o Cienciano segurou um bom empate por 1 a 1. A segunda partida aconteceu na altitude de 3.300 metros de Cusco, e o clube peruano derrubou mais um gigante ao vencer por 2 a 1. A semifinal foi contra o Atlético Nacional, e o Cienciano venceu os dois jogos: 2 a 1 em Medellín e 1 a 0 no Peru.

A final foi contra o River Plate, que passou por Independiente, Libertad e São Paulo. A ida foi realizada no Monumental, em Buenos Aires. Giuliano Portilla abriu o placar para os peruanos aos 26 minutos do primeiro tempo. Os argentinos viraram para 2 a 1 no começo do segundo tempo, mas Germán Carty empatou aos 22 minutos e Portilla virou de novo aos 34. A cinco minutos do fim, o River empatou em 3 a 3 e deixou tudo em aberto para a volta.

A segunda partida foi na cidade de Arequipa, no Monumental de la UNSA, um estádio maior que o Inca Garcilaso. Todo o Peru apoiou o Cienciano. O gol do histórico título do rojo saiu aos 33 minutos do segundo tempo, com o zagueiro Carlos Lugo. Dá para dizer que esta vitória por 1 a 0 é a maior de todas para o futebol de clubes peruano.

A campanha do Cienciano:
10 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 17 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Arquivo/Cienciano

San Lorenzo Campeão da Copa Sul-Americana 2002

A Copa Conmebol durou até 1999, suplantada pelo aumento de times na Libertadores e o sucesso inicial das Copas Mercosul e Merconorte. Mas não demorou muito para que o modelo de dividir a América do Sul em duas - e quase sempre com os mesmos clubes da Libertadores nas disputas - ficasse insustentável. Pensando nisso, em 2002, a Conmebol resolveu extinguir as Mercos, reunir tudo e recriar no lugar a Copa Sul-Americana, nos moldes do torneio dos anos 90.

A verdade é que a entidade só ressuscitou mesmo a ideia, pois os critérios técnicos ficaram bagunçados. Cada país podia fazer o que bem entendesse: tinha vaga para os melhores times fora da Libertadores, para os melhores também dentro dela, via competições especiais, convidados... Só não teve brasileiros na edição de estreia. A demora da Conmebol em confirmar a Copa Sul-Americana fez com que a CBF fechasse o calendário do segundo semestre de 2002 somente com o Brasileirão.

Assim, o favoritismo pendeu para os clubes argentinos. Como o San Lorenzo, que foi o vencedor da Mercosul de 2001 e recebeu uma vaga na Sul-Americana por causa disso. "El ciclón" superou outros 20 participantes para ser o primeiro campeão do novo torneio, que foi disputado em mata-mata desde o início. Nas oitavas de final, passou fácil pelo Monagas, após vencer por 3 a 0 na Venezuela, e por 5 a 1 em Buenos Aires.

Nas quartas, o San Lorenzo enfrentou o Racing. Na ida, venceu por 3 a 1 no Nuevo Gasómetro. Na volta, perdeu por 2 a 0 em Avellaneda, tendo que fazer 4 a 3 nos pênaltis para passar de fase. A semifinal foi contra o Bolívar. Em La Paz, perder por 2 a 1, de virada. Na Argentina, o time azulgrana teve que suar para vencer por 4 a 2 e se classificar para final.

A decisão foi contra o Atlético Nacional, clube colombiano que eliminou América de Cali, Santiago Wanderers e Nacional do Uruguai. O primeiro jogo foi realizado em Medellín, no Atanasio Girardot. Em atuação de luxo, o San Lorenzo calou mais de 50 mil torcedores e goleou por 4 a 0, gols de Sebastián Saja (goleiro, de pênalti), Pablo Michelini, Leandro Romagnoli e Rodrigo Astudillo. A segunda partida foi no Nuevo Gasómerto, e o ciclón teve apenas que segurar o empate por 0 a 0 para ser campeão.

A campanha do San Lorenzo:
8 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 20 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Juan Manuel Foglia/Olé

Talleres Campeão da Copa Conmebol 1999

Uma despedida discreta. Foi assim que a Copa Conmebol encerrou suas atividades em 1999. O sucesso das Copas Mercosul e Merconorte eclipsou o pouco que restava do prestígio da competição criada em 1999. Além disso, a expansão da Libertadores de 23 para 32 clubes a partir do ano 2000 ajudou muito para que a entidade sul-americana tomasse tal decisão.

O fato é que as federações nacionais já não davam tanta importância assim para a Copa Conmebol. O Uruguai até indicou seus dois representantes, mas ambos desistiram. O Brasil resolveu fazer as quatro vagas via regionais: Paraná (vice da Copa Sul, entrou no lugar do Grêmio), Vila Nova (vice da Copa Centro-Oeste, pegou o vácuo do Cruzeiro), São Raimundo-AM (campeão da Copa Norte) e CSA (semifinalista da Copa do Nordeste, se aproveitou das recusas de Vitória, Bahia e Sport).

Mas o último título foi argentino, do Talleres de Córdoba. E com fortes emoções. A trajetória começou nas oitavas, contra o Independiente Petrolero. Na ida, na Bolívia, foi goleado por 4 a 1. Na volta, na Argentina, fez 3 a 0 no tempo normal e 5 a 4 nos pênaltis.

Nas quartas, o albizaul eliminou o Paraná após vencer por 1 a 0 no Estádio Mario Kempes, perder pelo mesmo placar em Curitiba, e vencer por 3 a 1 nas penalidades. Na semifinal, o adversário foi o Deportes Concepción. O primeiro jogo acabou com vitória em Córdoba por 2 a 1. A segunda partida foi no Chile, e acabou empatada por 1 a 1.

A final mais alternativa de todos os tempos foi entre Talleres e CSA. Os alagoanos eliminaram Vila Nova, Estudiantes de Mérida e São Raimundo-AM. A ida aconteceu em Maceió, no Rei Pelé. Em péssima atuação, o time argentino levou 4 a 2. Manuel Santos Aguilar e Rodrigo Astudillo salvaram a pátria hermana com os dois gols.

A volta foi disputada no Mario Kempes, em Córdoba. Aos 39 minutos do primeiro tempo, Ricardo Silva abriu o placar. Aos 30 do segundo, Darío Gigena fez o segundo. Aos 45, Julián Maidana deu o número final de 3 a 0, que rendeu o título inédito e derradeiro para o Talleres, um clube de apenas média grandeza na América do Sul.

A campanha do Talleres:
8 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 3 derrotas | 13 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Talleres