Internazionale Campeã da Liga Europa 1991

A bela fase do futebol italiano na Copa da UEFA atingiu seu terceiro ato na edição de 1991, logo após a realização da Copa do Mundo no país. Tudo era festa, exceto pela eliminação da Azzurra na semifinal do Mundial. O título ficou com a Alemanha. Mas o que isso tem a ver? É que alguns dos alemães vencedores na seleção foram os pilares do primeiro título da Internazionale na Copa da UEFA,

Lothar Matthäus, Jürgen Klinsmann e Andreas Brehme era o trio alemão que, à sua forma, emulava na Inter o que o rival Milan possuía com a trinca holandesa (Van Basten, Rijkaard e Gullit) na mesma época. O ápice foi a conquista da Copa da UEFA, que em 1991 teve o retorno do regulamento de 64 times e da Inglaterra entre os representantes.

A jornada do clube nerazzurri teve início contra o Rapid Viena, o qual bateu com muita dificuldade. Na ida, derrota por 2 a 1 na Áustria, de virada. Na volta no San Siro, a Internazionale devolveu o resultado nos 90 minutos, com dois gols de Nicola Berti e um austríaco a dois minutos do fim. Na prorrogação, Klinsmann fez 3 a 1 e sacramentou a classificação.

Na segunda fase, o adversário foi o Aston Villa, em mais uma passagem com drama. O primeiro jogo foi na Inglaterra, e a Inter perdeu por 2 a 0. A segunda partida aconteceu em Milão, e com gols de Klinsmann, Berti e Alessandro Bianchi, a equipe italiana avançou para as oitavas de final.

A tranquilidade enfim apareceu nas oitavas, contra o Partizan. O clube nerazzurri venceu a ida em casa por 3 a 0 para depois segurar o empate por 1 a 1 na volta em Belgrado, Iugoslávia. Nas quartas, um confronto regional com a Atalanta. A primeira partida aconteceu na cidade de Bergamo, e acabou empatada sem gols. O segundo jogo foi no San Siro, e a Inter venceu por 2 a 0.

A semifinal foi disputada contra o Sporting, de Portugal. A ida ocorreu no José Alvalade, em Lisboa, e mais uma vez a Internazionale conseguiu segurar o empate por 0 a 0. A volta foi realizada na Itália, e com gols de Klinsmann e Matthäus a Inter venceu por 2 a 0 e se classificou à final.

Assim como em 1990, a final da Copa da UEFA de 1991 foi entre italianos: Internazionale e Roma. Os romanos chegaram lá ao superarem Benfica, Valencia, Bordeaux, Anderlecht e Brondby. A ida foi jogada no San Siro, para mais de 73 mil torcedores. Matthäus abriu o placar aos 10 minutos do segundo tempo, de pênalti. Aos 22, Berti fez 2 a 0 e consolidou a vantagem. A volta foi no Olímpico de Roma. Com a pressão de quase 71 mil na arquibancada, a Inter perdeu por 1 a 0, mas comemorou o título.

A campanha da Internazionale:
12 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 3 derrotas | 17 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

RB Bragantino Campeão Brasileiro Feminino Série A2 2023

O Campeonato Brasileiro Feminino Série A2 completou seis anos e sete edições de existência em 2023. E nesse meio tempo, já temos um clube despontando como o maior vencedor da competição: o Red Bull Bragantino, que tornou-se bicampeão duas temporadas após a primeira conquista. O rebaixamento da primeira divisão em 2022 não tirou o foco da equipe feminina, que busca firmar-se no alto da mesma forma que aconteceu com o time masculino.

O regulamento da segunda divisão sofreu mais uma alteração, porém ainda com o número de 16 participantes. Ao invés de quatro grupos de quatro equipes, em 2023 foram duas chaves de oito, com enfrentamentos em turno único. Todo o resto permaneceu inalterado: quatro acessos, quatro rebaixamentos, mata-mata a partir de quartas de final...

A campanha das Bragantinas começou no grupo A, com goleada por 7 a 0 sobre o Cresspom em casa. Nas demais seis partidas, o Massa Bruta conseguiu outras três vitórias, dois empates e só uma derrota, com destaque para o 1 a 0 sobre o Botafogo em pleno Rio de Janeiro na segunda rodada. Ao todo, o time alvinegro somou 14 pontos, que o deixou classificado na segunda colocação da chave.

Nas quartas de final, o RB Bragantino enfrentou o União Desportiva, de Alagoas. Logo na partida de ida, em Maceió, o time paulista tratou de encaminhar o acesso ao golear por 7 a 1. Na volta, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, a vitória por 5 a 2 confirmou a vaga. Na semifinal, o Braga despachou o América-MG (que subiu) ao fazer 2 a 0 em Minas Gerais e 3 a 0 em São Paulo.

A decisão foi contra o Fluminense, que eliminou JC-AM e Botafogo (os cariocas também obtiveram o acesso). A primeira partida aconteceu nas Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e as Bragantinas conseguiram outra categórica vitória por 3 a 0. O título foi consolidado no Nabi Abi Chedid, com outra vitória, mais simples, por 1 a 0. O gol da conquista foi anotado pela atacante argentina Paulina Gramaglia, que coroou uma trajetória quase perfeita do clube de Bragança Paulista.

A campanha do RB Bragantino:
13 jogos | 10 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 34 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Fernando Roberto/Red Bull Bragantino

Juventus Campeã da Liga Europa 1990

O futebol da Itália era, de muito longe, o mais competitivo da Europa entre o fim da década de 1980 e quase toda a de 1990. Liga forte, clubes fortes e jogadores consagrados. Tal fato se refletia também nas competições europeias. Na Copa da UEFA, de 1972 até 1988, só um título ficou em solo italiano. Já entre 1989 e 1999, foram oito conquistas, fora os vices.

O título solitário da Itália havia sido em 1977, com a Juventus. Em 1990, o clube de Turim chegou ao bicampeonato e deu sequência à hegemonia aberta com o Napoli em 1989. Foi nesta época que o torneio sofreu a primeira mudança de regulamento, com a participação de 65 times. Tudo porque França e Iugoslávia estavam empatadas no ranking da UEFA e precisaram de uma fase preliminar para ver com quem ficaria com uma das vagas da Inglaterra, excluída desde 1986 devido à Tragédia de Heysel.

A campanha do bianconero começou contra o Górnik Zabrze, o qual venceu por 1 a 0 na Polônia, e por 4 a 2 no Estádio Comunale, em Turim. Na segunda fase, a Juve eliminou o Paris Saint-Germain com mais duas vitórias, por 1 a 0 na França, e por 2 a 1 na Itália.

Nas oitavas de final, o adversário foi o Karl-Marx-Stadt (hoje Chemnitzer), da Alemanha Oriental (já sem o Muro de Berlim). A campanha 100% da Juventus continuou firme, com triunfos por 2 a 1 em Turim, e por 1 a 0 fora de casa. Nas quartas, o time bianconeri teve problemas contra o Hamburgo. Depois de vencer por 2 a 0 em plena Alemanha, os italianos levaram 2 a 1 de virada em casa, mas se classificaram.

A Juventus enfrentou o Colônia na semifinal. A ida foi disputada no Comunale, e a equipe teve um grande início com gols de Rui Barros, Giancarlo Marocchi e um contra de Alfons Higl. Mas os alemães se aproximaram com dois tentos no fim e o placar ficou 3 a 2 para Juve. A volta aconteceu no Müngersdorfer. Com resistência, os italianos seguraram o 0 a 0 e chegaram à final.

A final foi contra a Fiorentina, que eliminou Atlético de Madrid, Sochaux, Dínamo Kiev, Auxerre e Werder Bremen. O primeiro jogo foi disputado no Comunale de Turim, e a Juventus abriu vantagem de 3 a 1, com gols de Roberto Galia, Pierluigi Casiraghi e Luigi De Agostini. A segunda partida foi na cidade de Avellino, no Estádio Partenio, pois o Artemio Franchi, em Florença, já estava à disposição da FIFA para a Copa do Mundo de 1990. Num campo praticamente neutro, a Vecchia Signora segurou outro empate sem gols para ficar com o título da Copa da UEFA.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 9 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 20 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Bob Thomas/Getty Images

Napoli Campeão da Liga Europa 1989

A consagração de um dos maiores atletas de todos os tempos. Com Diego Maradona no ataque, na inesquecível parceria com Careca, o Napoli atingia o auge de sua história ao conquistar o título da Copa da UEFA de 1989. O título veio em meio a outros dois no Campeonato Italiano, em 1987 e 1990. E ajudou a ditar a tendência do que seria a década de 1990, com clubes italianos dominando e vencendo taças continentais quase todos os anos.

A campanha napolitana começou contra o PAOK, da Grécia. Na ida, vitória por 1 a 0 no San Paolo, em casa. Na volta, empate por 1 a 1 na cidade de Tessalônica. Na segunda fase, o adversário foi o Lokomotive Leipzig.  O primeiro jogo aconteceu na Alemanha Oriental, e ficou empatado por 1 a 1. A segunda partida foi em Nápoles, e acabou com vitória italiana por 2 a 0.

Nas oitavas de final, o Napoli encarou o Bordeaux. Na França, Andrea Carnevale anotou o gol da vitória dos azzurri por 1 a 0. No San Paolo, os italianos garantiram a classificação às quartas ao ficarem no empate por 0 a 0.

O próximo adversário foi a Juventus, em época de rivalidade pesada. A partida de ida foi disputa em Turim, no Estádio Comunale, e o Napoli acabou derrotado por 2 a 0. O jogo de volta aconteceu em Nápoles, para mais 83 mil torcedores no San Paolo. Maradona abriu o placar de pênalti, e Carnevale fez o gol que igualou o confronto. No último minuto da prorrogação, Alessandro Renica fez 3 a 0 e explodiu a cidade em festa.

A semifinal foi contra o Bayern de Munique. O primeiro jogo aconteceu em casa, e o Napoli abriu vantagem confortável por 2 a 0, com gols de Careca e Carnevale. No Olímpico de Munique, a confirmação da vaga na decisão com o empate por 2 a 2, com mais dois tentos de Careca.

A final foi disputada contra o Stuttgart, que bateu Tatabányai (Hungria), Dínamo Zagreb, Groningen, Real Sociedad e Dínamo Dresden. A ida ocorreu no San Paolo, e o Napoli venceu de virada por 2 a 1. Os gols italianos foram marcados pela dupla Maradona-Careca. A volta foi no Neckarstadion, na Alemanha. Com gols de Alemão aos 18 minutos do primeiro tempo, Ciro Ferrara aos 39, e Careca aos 17 da segunda etapa, os azzurri ficaram com o título ao empatarem por 3 a 3.

A campanha do Napoli:
12 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 18 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Arquivo/Napoli

Bayer Leverkusen Campeão da Liga Europa 1988

O que esperar de um clube que nunca foi campeão de liga ou copa nacional, no máximo venceu uma vez a segunda divisão de seu país, mas que vai para a disputa de uma competição continental? Em 1988, conquistar a Copa da UEFA. Foi o caso do Bayer Leverkusen, campeão de apenas uma 2.Bundesliga em em 1979, e que só viria a ganhar sua única Copa da Alemanha em 1993. Sem dúvidas, um título memorável não só para o clube, mas para o futebol alemão como um todo.

A campanha dos "11 da fábrica" (die werkself) começou diante do Austria Viena. O primeiro jogo foi realizado fora de casa, e ficou no empate sem gols. A segunda partida aconteceu no Estádio Ulrich-Haberland (atual BayArena), e os donos da casa golearam por 5 a 1, numa boa mostra da consistência que viria a seguir.

Na segunda fase, o Bayer enfrentou o Toulouse. A ida foi disputada na França, e terminou empatada por 1 a 1. A volta foi em Leverkusen, e a vitória por 1 a 0 em casa colocou os alemães nas oitavas de final. O adversário seguinte foi o Feyenoord, e o roteiro da classificação rubro-negra foi semelhante: empate por 2 a 2 na Holanda e vitória por 1 a 0 na Alemanha.

Nas quartas de final, foi a vez de encarar o complicado Barcelona. O Bayer mandou a ida no Müngersdorfer, estádio em Colônia maior que o seu em Leverkusen. O problema é que o placar ficou no 0 a 0. A volta foi no Camp Nou, e os alemães conseguiram a vaga na semifinal com uma inesquecível vitória por 1 a 0, com gol anotado pelo meia brasileiro Tita.

A semifinal foi caseira, contra o Werder Bremen. O primeiro jogo ocorreu no Ulrich-Haberland, e o Bayer abriu a vantagem mínima de 1 a 0. A segunda partida foi jogada no Weserstadion, e o clube rubro-negro conseguiu segurar o empate sem gols para chegar na inédita final.

A decisão da Copa da UEFA foi contra o Espanyol, que chegou lá ao passar por Borussia Mönchengladbach, Milan, Internazionale, Vítkovice (Tchecoslováquia) e Club Brugge. E uma das maiores remontadas da história da competição estava para acontecer. A ida foi no Sarrià, em Barcelona, e o Bayer perdeu por 3 a 0.

A volta foi disputa no Ulrich-Haberland, com todos os 22 mil lugares ocupados. Aos 12 minutos do segundo tempo, Tita abriu o placar para os alemães. Aos 18, Falko Götz fez o segundo, e aos 36, Cha Bum-kun anotou 3 a 0. Tudo igual no confronto e na prorrogação, a decisão foi aos pênaltis. Os espanhóis erram três cobranças, com o goleiro Rüdiger Vollborn pegando uma, e as outras indo para fora e na trave. Por 3 a 2, o Bayer Leverkusen era o campeão.

A campanha do Bayer Leverkusen:
12 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 1 derrota | 15 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Sven Simon/Imago

IFK Gotemburgo Campeão da Liga Europa 1987

Em 1987, tivemos a volta do IFK Gotemburgo ao topo da Copa da UEFA, no que é até o momento a última grande incursão da Suécia em competições europeias. Depois de cinco anos, o clube azul e branco chegou ao bicampeonato com campanha invicta, de longe superior às feitas pelo Real Madrid nos títulos das duas temporadas anteriores.

Na primeira fase, o blavitt enfrentou o Sigma Olomouc, da Tchecoslováquia. A ida foi disputada no Leste Europeu, e terminou empatada por 1 a 1. A volta foi jogada no Ullevi, em casa, e o IFK aplicou a primeira goleada da campanha, por 4 a 0. Na segunda fase, foi a vez de encarar o Stahl Brandemburgo, da Alemanha Oriental, e passar com vitória por 2 a 0 na Suécia e empate por 1 a 1 fora de casa.

Nas oitavas de final, o IFK jogou contra o Gent. A partida de ida foi realizada na Bélgica, e terminou com vitória simples dos suecos, por 1 a 0. O jogo de volta aconteceu no Ullevi, e outra vez a equipe alviazul goleou por 4 a 0.

Nas quartas, o confronto mais complicado da campanha, contra a Internazionale. A primeira partida foi em Gotemburgo, mas o IFK não conseguiu sair do 0 a 0. O segundo foi disputado no San Siro, em Milão. Os italianos largaram na frente do placar no começo do segundo tempo. Com parcimônia, os suecos mantiveram a calma e chegaram ao empate aos 33 minutos, com Stefan Pettersson. O 1 a 1 colocou o time nórdico na semifinal.

A semi foi jogada contra o Swarovski Tirol, da Áustria. Desta vez sem passar dificuldades, o IFK logo fez 5 a 1 na ida em casa. Na volta, em Innsbruck, Michael Andersson fez o gol da vitória por 1 a 0 que colocou a equipe sueca na decisão.

A final da Copa da UEFA de 1987 foi entre IFK Gotemburgo e Dundee United, clube da Escócia que no mata-mata superou Lens, Universitatea Craiova, Hajduk Split, Barcelona e Borussia Mönchengladbach. A ida foi jogada no Ullevi. Com gol de Pettersson aos 38 minutos do primeiro tempo, o IFK venceu por 1 a 0. A volta foi no Tannadice Park, em Dundee. Lennart Nilsson abriu o placar para os suecos aos 22 da primeira etapa, e praticamente sacramentou o título. Os escoceses chegaram a marcar 1 a 1, mas não mudou a situação, e os visitantes fizeram a festa.

A campanha do IFK Gotemburgo:
12 jogos | 7 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 21 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Charlie Gustavsson