Itabaiana Campeão Sergipano 1978

O Campeonato Sergipano é um dos mais disputados do Nordeste do Brasil, com a predominância de três forças: Sergipe, Confiança e Itabaiana, cada um com seus momentos de hegemonia.

Em 1978, passado e presente se misturavam. Com 19 títulos, o Sergipe era o maior vencedor, seguido pelo Confiança com oito conquistas. Em terceiro, aparecia o Cotinguiba com seis taças, porém já sem vencer desde 1952. Em quarto, o Santa Cruz de Estância tinha cinco títulos, o último em 1960. O Itabaiana ainda não era um dos principais ganhadores, pois tinha apenas duas conquistas, em 1969 e 1973. O panorama começaria a mudar ainda em 1978, com o início de um pentacampeonato.

O estadual teve nove times: Itabaiana, Sergipe, Confiança, Santa Cruz de Estância, Vasco de Aracaju, Maruinense, Propriá, Olímpico de Aracaju e Lagarto. Foram disputadas quatro fases de turno único e uma continuação chamada de "torneio suplementar", com os quatro melhores em quadrangulares. A fase final contou com dois mata-matas, um para os vencedores dos turnos e outro para os ganhadores dos torneios. O vencedor de cada mata-mata disputou a final do campeonato.

O Itabaiana fez a primeira fase com quatro vitórias, três empates e uma derrota. Com 11 pontos, o Tremendão da Serra ficou em quarto lugar e foi ao torneio suplementar, onde venceu um jogo, empatou outro e perdeu outro, ficando na terceira colocação com três pontos.

Na segunda fase, o Itabaiana conseguiu cinco vitórias e três empates, que valeram a liderança com 13 pontos e a classificação para a fase final. No suplementar, o Tremendão empatou dois jogos e perdeu um, ficando em quarto lugar com um ponto.

A partir da terceira fase, o campeonato seguiu com oito times, após a eliminação do Santa Cruz. Em sete jogos, o Itabaiana venceu quatro, empatou um e perdeu dois, que o deixaram em terceiro, com nove pontos. No suplementar, o clube venceu duas partidas e empatou uma, que somaram cinco pontos, igualado ao Sergipe. No desempate, o tricolor venceu por 3 a 1 e se classificou ao outro mata-mata.

A campanha do Itabaiana seguiu na quarta fase, com três vitórias, um empate e duas derrotas. Com oito pontos, o Tremendão ficou na quarta posição. No suplementar, a equipe obteve novamente duas vitórias e um empate, que a deixaram com cinco pontos e empatada na liderança com o Vasco. Na partida extra, deu Itabaiana por 1 a 0.

Por ter vencido dois torneios suplementares, o Itabaiana foi diretamente à final do primeiro mata-mata. Contra o Sergipe, empatou o primeiro jogo por 0 a 0, o segundo por 2 a 2 e o terceiro por 1 a 1, vindo a vencer a quarta partida por 3 a 1 e se classificar para a decisão geral. No outro playoff, o Tremendão venceu a semifinal por 3 a 1 sobre o Confiança, se reencontrando com o Sergipe na final. Por fim, em três jogos no Batistão, o Itabaiana conseguiu o título antecipadamente após ganhar a ida por 1 a 0, perder a volta pelo mesmo placar e vencer a terceira partida, também pelo resultado mínimo.

A campanha do Itabaiana:
52 jogos | 27 vitórias | 17 empates | 8 derrotas | 68 gols marcados | 31 gols sofridos


Foto Luís Moreira/Placar

Remo Campeão Paraense 1978

O Campeonato Paraense chegou para 1978 com mais uma grande campanha do Remo, que culminou no bicampeonato invicto e no 28º título estadual do clube. Era a metade do caminho do tetracampeonato azulino.

O estadual no Pará tinha uma duração muito mais curta em relação a outros torneios da mesma época. Em 1978, sete times participaram da disputa: Remo, Paysandu, Tuna Luso, Tiradentes, Sport Belém, Liberato de Castro e Abaetetubense. O regulamento foi definido com a realização de dois turnos. O líder de cada fase se classificou para a decisão. Em caso de empate na pontuação dos primeiros colocados, uma partida de desempate seria realizada.

O Leão Azul iniciou a primeira fase com vitória por 2 a 0 sobre o Tiradentes. Depois, empatou três vezes consecutivas. Nas duas últimas rodadas, goleou o Liberato de Castro por 10 a 0 e o Abaetetubense por 9 a 0. Os resultados fizeram o Remo somar nove pontos. Porém, mesmo sem derrotas e com duas goleadas, o time ficou em terceiro lugar, um ponto atrás de Tuna Luso e Paysandu. No desempate, os bicolores venceram e ficaram com a primeira vaga na decisão.

Na segunda fase, o Remo prometeu melhor ainda mais o desempenho. Na estreia, goleou o Liberato de Castro por 5 a 0. Na terceira rodada, enfiou mais 10 a 0 no Abaetetubense. Nos demais quatro jogos, obteve mais três vitórias e um empate, que deixaram os azulinos com 11 pontos, empatados na liderança com a Tuna Luso. No desempate, o Leão bateu a Tuna por 1 a 0 e se classificou para a final.

A final do Campeonato Paraense reuniu os dois maiores rivais para duas partidas no Mangueirão, e se casso fosse necessário, até três. No primeiro jogo, tanto Remo quanto Paysandu não conseguiram converter os ataques em gols e o resultado foi de empate por 0 a 0. No segundo Repa, a equipe azulina foi mais eficiente e conseguiu bater a defesa bicolor duas vezes. A conquista invicta do Remo veio com a vitória por 2 a 1.

A campanha do Remo:
15 jogos | 10 vitórias | 5 empates | 0 derrotas | 50 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Arquivo/Remo

Vila Nova Campeão Goiano 1978

A grande fase do Vila Nova no fim da década de 1970 seguiu com o bicampeonato goiano em 1978. A sétima conquista foi mais uma com imposição sobre os rivais, em um campeonato que, assim como vários da época, só foi acabar em 1979.

A competição foi disputada por 13 participantes. Na primeira fase, oito times disputaram dois turnos enquanto Anapolina, Goiás e Vila Nova se dedicavam ao Brasileirão. O líder se garantiu na fase final com um ponto extra. A segunda fase foi realizada com todas as equipes, novamente em dois turnos. As cinco melhores se classificaram para o hexagonal final, com um ponto extra para o líder. A etapa decisiva também aconteceu em partidas de ida e volta. Não foram encontradas explicações para as ausências de dois times na primeira fase do torneio: Mineiros e Santa Helena. Quem souber, comente.

O Tigrão começou a campanha logo mostrando que era favorito, na goleada por 5 a 1 sobre o Mineiros. Nas 22 partidas seguintes, a equipe conseguiu mais 15 vitórias, seis empates e duas derrotas. Ao todo, o Vila Nova somou 38 pontos, que valeu a classificação na vice-liderança da segunda fase, três pontos atrás do Goiás. Apesar de conseguir uma vaga no hexagonal final, não foi possível obter o ponto extra.

Além do Vila e do Goiás, a fase final contou com Atlético, Anapolina, Goiânia e Itumbiara. Este último se classificou pela primeira fase e era o detentor do outro bônus. Porém, esses pontos a mais não adiantaram de nada, e o time colorado mostrou que não precisava deles. Na estreia, já em 1979, venceu o Goiás por 2 a 0. Nas oito partidas seguintes, acumulou mais três vitórias, quatro empates e uma derrota.

A classificação antes da última rodada do hexagonal colocava o Goiás na liderança, com 13 pontos. O Vila Nova era o vice, com 12. Apenas os dois clubes tinham chances de título, e a decisão aconteceria no segundo clássico entre eles, no Serra Dourada. Enquanto o rival jogava pelo empate, só a vitória interessava ao Tigrão. Desta forma, o time partiu rumo ao ataque e conseguiu o título pelo placar de 1 a 0, gol marcado por Danival. 

A campanha do Vila Nova:
34 jogos | 21 vitórias | 10 empates | 3 derrotas | 59 gols marcados | 18 gols sofridos


Foto Walter Soares/Placar

Ceará Campeão Cearense 1978

É tetra! O Ceará chegou lá em 1978 e coroou uma de suas melhores décadas, com seis títulos estaduais conquistados. A quarta taça da sequência aberta em 1975 representou a 25ª na história do alvinegro.

Des times participaram do Campeonato Cearense, que teve um regulamento simples. Foram disputadas três fases em turno único, com o líder de cada etapa indo para a fase final. Em caso de empate envolvendo mais de duas equipes na pontuação da liderança, partidas extras puderam definir o finalista.

A campanha do Ceará teve início na vitória por 1 a 0 sobre o Tiradentes. Nas oito partidas seguintes, o time emplacou mais quatro triunfos e quatro empates, que o deixaram 14 pontos. Apesar da invencibilidade, o Vozão não conseguiu levar a vaga na final nesta etapa, porque o Ferroviário conseguiu a mesma pontuação com duas vitórias a mais e ficou em primeiro.

Na segunda fase, o Vozão começou com empate sem gols contra o Guarany de Sobral fora de casa. Nos demais nove jogos, foram obtidos outro empate, seis vitórias e uma derrota, que voltaram a colocar o Ceará com 14 pontos. Desta vez, além de ficar empatado com o Ferroviário, o time também fez a mesma pontuação que o Fortaleza, o que levou à disputa das partidas extras. A primeira foi o Clássico-Rei, em que o alvinegro perdeu por 3 a 1. A segunda foi entre Fortaleza e Ferroviário, que empataram sem gols. Nos pênaltis, os tricolores venceram por 5 a 4 e ficaram com a segunda vaga na final.

O Ceará foi para a terceira fase na obrigação de ser o líder. E conseguiu com certa folga. Na estreia, venceu o Icasa por 1 a 0. Depois, conseguiu mais seis vitórias e um empate, que colocaram o Vozão com 17 pontos e na liderança isolada, classificado para a decisão.

O triangular final começou com empate por 0 a 0 entre Ceará e Fortaleza. Depois, os tricolores venceram o Ferroviário, enquanto o Vozão empatou sem gols. No returno, foi a vez do Fortaleza empatar em zero com o time coral e o Ceará vencer por 1 a 0. Por fim, o segundo Clássico-Rei ficou no 1 a 1. Com cinco pontos cada, Ceará e Fortaleza empataram na liderança. Assim, foi preciso fazer mais uma partida entre as equipes. No Castelão, os alvinegros venceram por 1 a 0 e conquistaram o título.

A campanha do Ceará:
33 jogos | 21 vitórias | 10 empates | 2 derrotas | 57 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Edson Pio/Placar

Joinville Campeão Catarinense 1978

Em 1978, o Joinville deu início a maior hegemonia já vista de um só clube em Santa Catarina. A conquista da segunda taça abriu caminho para o que culminaria no octacampeonato na década seguinte.

A competição teve 15 times. Na primeira fase, 12 disputaram dois turnos entre si, com classificação dividida em três grupos. Os dois primeiros de cada chave avançaram ao grupo dos vencedores da terceira fase e a melhor campanha se garantiu no hexagonal final, além do direito de pular a segunda etapa. Esta segunda fase contou os três times que estavam no Brasileirão (Chapecoense, Figueirense e Joinville) e os cinco melhores da fase anterior em dois quadrangulares, que valeram duas vagas à decisão. Os outros seis disputaram um hexagonal que valeu um lugar ao grupo dos vencedores. A terceira fase teve a chave dos vencedores com dez times e a repescagem com os cinco que sobraram do hexagonal, tudo em dois turnos. Os dois melhores ainda sem vaga na final se classificaram, com um ponto extra para o líder do grupo. Na repescagem, o líder ficou com a última passagem à decisão. Finalmente, toda essa maratona acabou no hexagonal que definiu o campeão em dois turnos.

O regulamento era complicado e o campeonato foi longo, mas o JEC só entrou na segunda fase, quando o Brasileiro já havia terminado. No grupo E, o time jogou seis partidas, com três vitórias e três empates. Foram somados nove pontos, que valeram a liderança e a classificação direta ao hexagonal final, à frente de Palmeiras de Blumenau, Chapecoense e Marcílio Dias.

No grupo dos vencedores, o Joinville fez mais 18 jogos. Na estreia, fez 4 a 0 no Operário de Mafra em casa. Depois, acumulou mais dez vitórias, cinco empates e duas derrotas. A campanha deixou o JEC mais uma vez em primeiro lugar, com 27 pontos e o bônus para a etapa decisiva.

Além do Joinville, o hexagonal teve Criciúma (pela primeira fase), Inter de Lages (pela segunda fase), Chapecoense, Joaçaba (ambos pela terceira fase) e Avaí (pela repescagem). Mas o clube da capital abandonou o campeonato e a Federação Catarinense anulou seus jogos. Assim, a estreia do JEC deixou de ser a derrota por 2 a 1 para o Avaí fora e passou a ser o empate por 1 a 1 com o Criciúma em casa.

A disputa pelo título foi contra Criciúma e Chapecoense, e o ponto extra fez a diferença. O empate em casa por 2 a 2 com os alviverdes na penúltima rodada fez o Joinville ir a dez pontos ante sete dos adversários, além de nove pontos dos carvoeiros. Na última rodada, o JEC perdeu por 1 a 0 para o Inter em Lages, porém contou com a vitória da Chapecoense sobre o Criciúma para ser campeão.

A campanha do Joinville:
32 jogos | 17 vitórias | 11 empates | 4 derrotas | 37 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Orestes Araújo/Placar

Santa Cruz Campeão Pernambucano 1978

O Santa Cruz não tomou conhecimento dos adversários no Campeonato Pernambucano de 1978. O 16º título clube foi conquistado com uma campanha quase perfeita, com mais de 100 gols em 25 jogos.

O torneio foi realizado com oito participantes e uma ausência importantíssima. Então campeão, o Sport saiu da disputa devido a uma briga entre dirigentes do clube e da Federação Pernambucana. Quem ficou jogou uma competição de três fases. Na primeira e na segunda, os times se enfrentaram em turno único e os quatro melhores passaram para um quadrangular que definiu uma vaga na decisão. Na terceira etapa, as seis melhores campanhas somadas atuaram em mais um turno, com os quatro primeiros avançando ao quadrangular para apontar o terceiro finalista.

Mas não foi preciso fazer uma final. Na estreia da primeira fase, o Santa Cruz goleou o Santo Amaro por 7 a 0. Depois, venceu todas as seis partidas restantes, com direito a outro 7 a 0 sobre o Íbis e 8 a 0 sobre o Caruaru. Com 14 pontos, a cobra-coral liderou e foi ao quadrangular, onde empatou com o Ferroviário de Recife, venceu América e Náutico, e conseguiu a vaga na decisão com cinco pontos.

Na segunda fase, o Santa iniciou com uma vitória mais modesta sobre o Santo Amaro, por 4 a 1. Nos demais jogos, perdeu um e ganhou cinco, com mais goleadas históricas: 13 a 0 sobre o Íbis, 8 a 0 sobre o Caruaru e 9 a 1 sobre o Central. A equipe somou 12 pontos e passou ao quadrangular em segundo lugar. Na reta final, três vitórias sobre Santo Amaro, América e Náutico deram a liderança com seis pontos ao time cobra-coral, além de um ponto extra na decisão.

O Santa Cruz iniciou a terceira fase fazendo 4 a 0 no Caruaru. Na sequência, seguiu com mais três vitórias e um empate, com goleadas menores que as anteriores: 6 a 0 sobre o América e 5 a 0 sobre o Santo Amaro. A equipe ficou em primeiro com nove pontos e foi mais uma vez para o quadrangular.

Para o Santa, o quadrangular da terceira fase valia o título antecipado. Na estreia, o time voltou a golear o América por 5 a 0, dentro do Arruda. Na segunda rodada, fez 3 a 0 no Santo Amaro. Por fim, contra o Náutico nos Aflitos, a conquista foi confirmada com outro placar tranquilo, 4 a 0 em plena casa rival.

A campanha do Santa Cruz:
28 jogos | 25 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 112 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Silvio Ferreira/Placar