Argentina Campeã da Copa das Confederações 1992

Diante do crescimento do futebol em escala mundial entre os anos 1970 e 1980, alguns torneios entre seleções surgiram, como a Taça Independência do Brasil (1972), os Bicentenários dos Estados Unidos (1976) e da Austrália (1988), as Copas Stanley Rous e Artemio Franchi (ambas em 1985), e a Copa Kirin (1978), que até recebeu clubes nas primeiras edições. Nada disso era muito relevante até que, em 1992, o Rei da Arábia Saudita bancou uma competição em seu quintal, ainda sem o aporte da FIFA.

Os sauditas aproveitaram-se do fato de a sua seleção ter sido campeã asiática em 1988 e convidaram para um mata-mata outros três países vencedores em seus continentes: Costa do Marfim (Copa Africana de 1992), Estados Unidos (Copa Ouro da Concacaf de 1991) e Argentina (Copa América de 1991). De 15 a 20 de outubro, semifinal e final definiram o ganhador. Todos os jogos aconteceram no Estádio King Fahd, na capital Riad.

O torneio foi chamado oficialmente de Copa do Rei Fahd, em honra [sic] ao seu fiador. À boca pequena, porém, o encontro foi conhecido como Campeonato Intercontinental ou - preste atenção - Copa dos Campeões de Confederações. Isso mesmo.

Ampla favorita ao título, a Argentina experimentava uma nova fase após o vice na Copa do Mundo de 1990. Com Diego Maradona suspenso por doping, a seleção albiceleste seguia um processo de renovação que rendeu frutos já na conquista da Copa América de 1991. Na semifinal, ela goleou a Costa do Marfim por 4 a 0, com dois gols de Gabriel Batistuta, um de Ricardo Altamirano e outro de Alberto Acosta.

Um dia antes, a Arábia Saudita despachou os Estados Unidos por 3 a 0. Na disputa do terceiro lugar, os norte-americanos bateram os marfinenses por 5 a 2. 

Argentinos e sauditas disputaram a decisão. Os donos da casa bem que tiveram esperança em uma possível zebra, tanto que cerca de 75 mil torcedores compareceram ao estádio. Mas não deu. Leonardo  Rodríguez, Claudio Caniggia e Diego Simeone anotaram um gol cada, Saeed Al-Owairan descontou para 3 a 1, e a Argentina tornou-se a primeira campeã do que viria a ser a segunda competição de seleções mais importante da FIFA. Ora amada, ora desdenhada.

A campanha da Argentina:
2 jogos | 2 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 7 gols marcados | 1 gol sofrido

 

Foto Arquivo/AFA

Uruguai Campeão do Mundialito 1980

Para comemorar os 50 anos da Copa do Mundo, em 1980, a FIFA resolveu criar um torneio especial. Sua premissa era simples: reunir todos os ganhadores mundiais e definir o "campeão de ouro". Logo ficou decidido que a competição seria disputada no primeiro país sede da histórias das Copas, o Uruguai. E que Itália, Alemanha, Brasil, Inglaterra e Argentina seriam os demais participantes. Nasceu então a "Copa de Oro de Campeones Mundiales", no idioma anfitrião. Para os brasileiros, ela ficou apelidada de Mundialito.

Mas nem tudo foram flores de início. Primeiro, a desistência dos ingleses. Eles acabaram substituídos pela Holanda, vice dos últimos dois Mundiais. Depois, o calendário. A FIFA não conseguiu achar brecha para introduzir o Mundialito durante 1980. Somente no penúltimo dia, 30 de dezembro, que a bola rolou. As seis seleções ficaram em dois grupos. No A, Uruguai, Holanda e Itália. No B, Brasil, Argentina e Alemanha. Todos os jogos aconteceram no Estádio Centenario, em Montevidéu. Só o líder de cada chave avançava de fase.

Na abertura, os uruguaios bateram os holandeses por 2 a 0. Em 1º de janeiro de 1981, os argentinos estrearam com vitória por 2 a 1 - de virada - sobre os alemães. No dia 3, os Charrúas fizeram outro 2 a 0, agora nos italianos, e confirmaram a classificação antecipada à decisão. No dia 4, ocorreu a estreia brasileira, no empate por 1 a 1 com os Albicelestes. No dia 6, a Azzurra e a Laranja cumpriram tabela no empate por 1 a 1. E no dia 7, a Canarinho também garantiu seu lugar na final ao golear a Nationalelf por 4 a 1.

A classificação dos grupos ficou assim: no A, Uruguai líder com quatro pontos, Itália e Holanda fora com um cada. No B, Brasil e Argentina somaram três - com saldo de três gols para os brasileiros e um para os argentinos - e a Alemanha não marcou nada.

A decisão, em 10 de janeiro, reuniu Uruguai e Brasil no Centenario. De um lado, a chance de recuperar  parte do tempo perdido desde a última boa Copa, em 1970. Do outro, mais uma oportunidade de vingar o Marcanazzo de 30 anos antes. Em campo, os uruguaios compensaram a baixa na experiência internacional (o último Mundial jogado era o de 1974) com a força do torcedor na arquibancada. Já os brasileiros apresentavam o embrião do time de 1982 já sob o comando de Telê Santana. Jorge Barrios abriu o placar aos cinco minutos do segundo tempo. Sócrates empatou, de pênalti, aos 17 e Waldemar Victorino fechou em 2 a 1 aos 35. O Uruguai era o campeão de ouro.

A campanha do Uruguai:
3 jogos | 3 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 1 gols sofrido


Foto Bob Thomas/Getty Images

Corinthians Campeão da Supercopa do Brasil Feminina 2022

As supercopas abrem a temporada nacional de 2022 no futebol brasileiro. Primeiro, a Supercopa Feminina, uma das criações da CBF neste para aumentar ainda mais o leque de competições para as mulheres. Mas ela funciona de uma forma diferente em relação ao que se vê no masculino, pois são oito clubes invés de dois, num formato que se assemelha mais a uma copa.

Mas não confunda com a finada Copa do Brasil, que existiu entre 2007 e 2016. Na Supercopa, o critério da classificação das equipes é o ranking de federações estaduais e, a partir dessa lista, o de clubes. São Paulo e Rio Grande do Sul tiveram direito a duas vagas, enquanto Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e Pará receberam um lugar cada.

O regulamento foi bem simples: quartas de final com confrontos definidos por sorteio, semifinal e final, tudo em partidas de mando único para quem estivesse melhor posicionado no ranking de clubes. Com essa vantagem, o Corinthians levou o título na edição de estreia. Nas quartas, as minas enfrentaram o Palmeiras na Neo Química Arena e venceram por 3 a 0. A semifinal foi contra o Real Brasília, que passou pelo Internacional. Atuando na Arena Barueri, as alvinegras fizeram 2 a 0 e se classificaram para a decisão.

A disputa derradeira foi contra o Grêmio, que havia eliminado o Cruzeiro e o Flamengo, que por sua vez foi até a semi ao baterao Esmac. Na casa corinthiana, as gremistas tentaram ao máximo segurar a pressão, mas as minas chegaram à vitória por 1 a 0 aos 48 minutos do segundo tempo, no gol de cabeça da Gabi Zanotti. Mais um título para a quase incontável galeria do Corinthians.

A campanha do Corinthians:
3 jogos | 3 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 6 gols marcados | 0 gols sofridos


Foto Thais Magalhães/CBF

Chelsea Campeão Mundial 2021

O mundo começou a retomada em 2021. A pandemia de covid-19 persistiu, mas a vacinação em escala global permitiu que muitos países pudessem reabrir, aos poucos, suas atividades. Com o futebol não foi diferente. Se em 2020 quase todos os campeonatos foram disputados ou sem público ou com grandes limitações, na temporada seguinte o que se viu foi um afrouxamento das regras.

O Mundial de Clubes também passou por essas privações. A disputa anterior, realizada no Catar, contou com somente 30% da ocupação dos estádios. E a competição de 2021 foi marcada para acontecer no Japão. Mas o país oriental desistiu de ser sede após não dar as garantias sanitárias necessárias (lembrando que a Olímpiada de Tóquio foi quase toda sem público). Com isso, a FIFA precisou abrir um novo processo eletivo, e os Emirados Árabes foram a casa mundialista pela quinta vez. Devido ao tempo curto até dezembro para organizar tudo, o torneio foi novamente postergado para fevereiro de 2022.

Impulsionado pelo dinheiro do milionário russo Roman Abramovich, o Chelsea subiu de patamar no futebol europeu e conquistou o bicampeonato da Liga dos Campeões ao vencer o Manchester City. Só faltava o Mundial de Clubes para completar a galeria de taças. Seu principal oponente foi o Palmeiras. O clube brasileiro venceu a Libertadores pela segunda vez seguida ao derrotar o Flamengo. Os demais times foram: Al-Ahly, campeão africano; Al-Hilal, vencedor asiático; Monterrey, ganhador pela Concacaf; Pirae, indicado da Oceania; e Al-Jazira, representante do anfitrião.

A disputa teve início na goleada por 4 a 1 dos donos da casa sobre o Pirae, clube amador do Taiti. Nas quartas de final, o Al-Hilal fez 1 a 0 no Monterrey e o Al-Jazira levou 6 a 1 do Al-Ahly. Na primeira semifinal, o Palmeiras vingou-se da derrota nos pênaltis para os egípcios no ano anterior e venceu por 2 a 0. E no dia seguinte, o Chelsea fez 1 a 0 no adversário saudita. Nas disputas de posição, os mexicanos foram quinto ao derrotarem por 3 a 1 o Al-Jazira, e o Al-Ahly foi terceiro ao golear por 4 a 0 Al-Hilal.

No dia 12 de fevereiro de 2022, Chelsea e Palmeiras se enfrentaram no Mohamed Bin Zayed, em Abu Dhabi. Mais de 32 mil torcedores compareceram ao estádio. A partida foi equilibrada na maior parte do tempo. Mas os ingleses aproveitaram melhor suas qualidades e saíram na frente aos aos nove minutos do segundo com o belga Romelu Lukaku. Aos 19, o VAR detectou um toque de mão do zagueiro Thiago Silva, e Raphael Veiga empatou de pênalti para os brasileiros.

O jogo foi à prorrogação, e a preparação física do Chelsea então se sobressaiu. Aos 12 minutos do segundo tempo, o árbitro de vídeo viu outro toque de mão, agora na área palmeirense, e o alemão Kai Havertz fez 2 a 1 cobrando outro pênalti. Comandados pelo técnico - também alemão - Thomas Tuchel, o Chelsea chegou ao título que faltava e ampliou mais ainda o domínio da Europa sobre o restante do planeta.


Foto Darren Walsh/Chelsea/Getty Images

Corinthians Campeão Paulista Feminino 2021

Confirmando a posição de melhor time do futebol feminino da atualidade no Brasil, após levar os títulos do Brasileirão e da Libertadores, o Corinthians também levou a taça do Paulistão de 2021. O tricampeonato da Minas do Timão coroou uma temporada histórica, em que as derrotas quase não existiram.

Neste ano, o estadual foi disputado por 12 equipes, que jogaram todas contra todas em turno único. Das 11 partidas que disputou, o Corinthians venceu dez e empatou uma, com 47 gols marcados e três sofridos. Com 31 pontos, a liderança veio após disputa ponto a ponto com o São Paulo, que somou 30. Quatro clubes passaram à semifinal, e o alvinegro enfrentou a sempre presente Ferroviária. Na ida, em Araraquara, vitória corinthiana por 1 a 0. Na volta, em Barueri, as minas ganharam por 4 a 0 e chegaram à final.

Contra o São Paulo, o Corinthians passou por um pequeno sufoco ao perder no Morumbi por 1 a 0. Precisando vencer no Majestoso da volta, na Neo Química Arena, as alvinegras foram ao ataque.Gabi Zanotti marcou duas vezes no primeiro tempo, mas as são-paulinas descontaram ainda antes do intervalo. Quando tudo se encaminhava para ir aos pênaltis, Adriana fez 3 a 1 e confirmou o tricampeonato estadual.

A campanha do Corinthians:
15 jogos | 13 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 55 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Alexandre Battibugli/FPF

Flamengo Campeão Carioca Feminino 2021

O Flamengo voltou ao topo do futebol feminino no Rio de Janeiro. Depois do penta estadual entre 2015 e 2019, o clube ficou fora da final em 2020. Mas retornou para levar o sexto título em 2021. Foram 12 os participantes do último Cariocão, que se enfrentaram em turno único na Taça Guanabara. As rubro-negras passearam nos 11 jogos que disputaram, com dez vitórias, um empate e 67 gols marcados. Líder, a equipe foi campeã da taça e se garantiu na semifinal.

Contra o Vasco, venceu por 4 a 1 em casa e avançou à final. A partida derradeira foi contra o Fluminense. Na Gávea, o Fla-Flu de jogo único que decidiu o estadual terminou empatado por 1 a 1. Nos pênaltis, o Flamengo teve muito mais eficiência que o rival, venceu por 3 a 0 e se sagrou campeão invicto.

A campanha do Flamengo:
13 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 72 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Paula Reis/Flamengo

Internacional Campeão Gaúcho Feminino 2021

No Rio Grande do Sul, o Internacional manteve a hegemonia no futebol feminino e levou o tricampeonato estadual em 2021, somando 11 títulos na sua história. Oito clubes participaram do Gauchão, divididos em dois grupos e atuando em dois turnos.

As Gurias Coloradas ficaram na chave B, e venceram todos os seis jogos. Cinco deles foi por goleada: 10 a 0 no Elite, 8 a 0 e 6 a 0 no Flamengo de Tenente Portela, e 8 a 0 e 13 a 0 no Juventude. Com 18 pontos, o Inter liderou seu grupo e foi à semifinal. Contra o Brasil de Farroupilha, mais duas partidas e duas vitórias largas, por 6 a 1 na ida, fora, e por 10 a 0 na volta, em casa.

Na final, o previsível Grenal, com o Grêmio tendo eliminado o Flamengo. Desde 2019, a decisão acontece em partida única. E tal qual em 2020, a disputa  de 2021 foi na Arena Cruzeiro, em Cachoeirinha. O Inter saiu atrás no placar aos sete minutos do primeiro tempo, mas conseguiu o 1 a 1 com Fabi Simões, aos 41. Nos pênaltis, as coloradas venceram por 4 a 3.

A campanha do Internacional:
9 jogos | 8 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 65 gols marcados | 3 gols sofridos


Foto André Ávila/Agência RBS