Corinthians Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1954

O momento histórico vivido pelo Corinthians na primeira metade da década de 1950 teve seu ponto final em 1954. Naquele ano, o clube alvinegro levou para casa as conquistas do estadual (o famoso título do quarto centenário, já que a cidade de São Paulo completou 400 anos de fundação) e do Torneio Rio-São Paulo. Logo depois, o Timão amargaria o longo jejum de 23 anos sem conquistas, descontando o agridoce título dividido do Rio-SP de 1966 (e que vamos contar mais tarde).
O torneio de 1954 teve uma mudança de nome, para Torneio Roberto Gomes Pedrosa. A troca ocorreu em função da morte do então presidente da Federação Paulista de Futebol. O regulamento foi o mesmo, com dez equipes em turno único, com o adendo de ter sido em meio à Copa do Mundo daquele ano. Então, muitos clubes atuaram desfalcados. O Corinthians, por exemplo, ficou sem o goleiro Cabeção e sem o atacante Baltazar na maioria dos jogos.
Mas isso não foi problema, pois o Timão venceu as seis primeiras e logo pulou rumo à luta pelo tricampeonato. A estreia foi com 2 a 1 sobre o Botafogo fora. Depois, o clube fez 4 a 3 no America-RJ em casa, 4 a 1 no Vasco em casa, 1 a 0 no Fluminense fora, 3 a 2 na Portuguesa em casa e 2 a 1 no Flamengo fora. As derrotas só apareceram na sétima e oitava rodadas, por 2 a 0 para o Santos e por 1 a 0 para o São Paulo, ambas fora de casa.
Para a última rodada, a situação ficou a seguinte: Fluminense com 13 pontos e Corinthians e Palmeiras com 12. Enquanto os cariocas enfrentariam o Vasco no Maracanã, os dois paulistas fariam o Derby decisivo no Pacaembu. Em São Paulo, o Timão fez sua parte e derrotou o rival por 1 a 0. E no Rio de Janeiro, o tricolor carioca levou 1 a 0 dos vascaínos. A combinação de resultados deixou o Timão com 14 pontos e o tri do Rio-SP.

A campanha do Corinthians:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Arquivo/Corinthians

Corinthians Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1953

O Torneio Rio-São Paulo de 1953 viu a consolidação de um dos melhores times da história do Corinthians, e que também foi o último a conquistar títulos antes da famosa fila de 23 anos sem conquistas, que só acabaria em 1977.
O início da década de 1950 foi feliz para o torcedor corinthiano. Tudo começou no Rio-SP de 1950, depois passou pelos estaduais de 1951 e 1952. A sequência de títulos seguiu com o bicampeonato regional. Com o regulamento de sempre, dez times se enfrentaram em turno único.
A campanha do Timão começou com vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo em casa. Na sequência, o clube perdeu por 3 a 1 para o São Paulo e imediatamente emendou uma invencibilidade de seis partidas, com quatro vitórias - a melhor delas por 6 a 0 sobre o Flamengo na quarta rodada - e dois empates que o conduziram à primeira colocação.
O último jogo do Corinthians foi contra o Vasco, no Maracanã. Um triunfo simples confirmaria a conquista do Corinthians, mas a equipe de Baltazar, Roberto Belangero, Carbone e do goleiro Cabeção acabou derrotada por 1 a 0. O Timão encerrou o Torneio Rio-São Paulo com 12 pontos, enquanto os cariocas atingiram 11 com mais uma partida para fazer.
Então foi preciso secar. O Vasco não podia pontuar contra o Santos, do contrário até mesmo o empate poderia forçar dois jogos extras. Mas a secada deu certo, os santistas venceram os vascaínos por 3 a 2 e confirmaram o bicampeonato do Corinthians.

A campanha do Corinthians:
9 jogos | 5 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 22 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/Sport Ilustrado

Mirassol Campeão Brasileiro Série C 2022

O Campeonato Brasileiro Série C passou por mais uma alteração no regulamento em 2022. A CBF resolveu colocar a primeira fase em um grupo único de 20 clubes. Tal mudança ocorreu devido ao fato de a competição ter ficado com excesso de times do Norte e do Nordeste. Antes, era feita a divisão de dois grupos regionalizados. Com 12 nordestinos e nortistas, a fórmula ficou obsoleta.

O que não mudou na Série C foi a imprevisibilidade. Um pouco de tudo aconteceu nas 19 rodadas iniciais. E o título ficou com um dos clubes melhor estruturados: o Mirassol. Vencedor da Série D em 2020, a equipe paulista conseguiu o passe rumo a segunda divisão logo na segunda tentativa. O time foi o melhor em todas as fases.

A estreia do Leão foi com vitória por 2 a 1 sobre o Ferroviário em casa. A invencibilidade durou por cinco jogos, com mais três vitórias e um empate que já alçaram a equipe às primeiras posições. Depois de perder por 3 a 1 para o Remo fora, o Mirassol seguiu a campanha com tranquilidade. A classificação à segunda fase veio com antecedência e o time ficou na primeira colocação depois de 19 partidas, com 33 pontos, dez vitórias, três empates e seis derrotas.

No quadrangular seguinte, o Mira ficou em grupo com Botafogo-SP, Aparecidense e Volta Redonda. Em seis jogos, o clube paulista não perdeu, e conquistou o sonhado acesso depois de vencer mais três e empatar outros três. A confirmação veio na última partida, junto com a liderança da chave e a vaga na final, na vitória por 2 a 1 sobre a Aparecidense. A outra vaga na Série B ficou com o Botafogo-SP. Do outro grupo, subiram ABC e Vitória.

O Mirassol disputou a decisão com o ABC, que superou, além do Vitória, Figueirense e Paysandu. O primeiro jogo foi em Natal, no Frasqueirão, e acabou empatado por 0 a 0. O segundo jogo foi em casa, num lotado José de Campos Maia. O título começou a ser desenhado aos cinco minutos do primeiro tempo, com o gol de Camilo. Aos 45, Vinícius Mingotti fez 2 a 0 e consolidou a conquista do Leão da Alta Araraquense.

A campanha do Mirassol:
27 jogos | 14 vitórias | 7 empates | 6 derrotas | 45 gols marcados | 28 gols sofridos


Foto Reprodução/CBF

Cruzeiro Campeão Brasileiro Série B 2022

Foram três anos de sofrimento, incerteza e distância da elite do futebol brasileiro. Mas costumam dizer que são das dificuldades que sem vem a força. O Cruzeiro provou o gosto da Série B da pior forma, pois não conseguiu o acesso imediato após o rebaixamento em 2019. Ao contrário, chegou a flertar com a terceira divisão em alguns momentos. Até que 2022 chegou trazendo de volta uma antiga cria da casa, disposta a levantar o clube mais uma vez.

Depois de 28 anos, Ronaldo Fenômeno desembarcou em Belo Horizonte para adquirir a SAF cruzeirense. O ídolo tornou-se dono do futebol da Raposa e deu início ao processo de renovação do time. Em campo, um elenco renovado. No banco de reserva, o técnico uruguaio Paulo Pezzolano.

A Série B de 2022 contou outra vez com cinco campeões de Série A: Cruzeiro, Grêmio, Bahia, Vasco e Guarani, além do Criciúma vencedor da Copa do Brasil. Mas a Raposa não deu bola para os adversários e foi rumo ao acesso e ao título com uma campanha arrasadora. É bem verdade na estreia que o time perdeu por 2 a 0 para o Bahia em Salvador, porém esta foi uma das pouquíssimas derrotas no campeonato. Até a conquista inédita, foram só três reveses azuis. A primeira vitória veio no Mineirão, na segunda rodada, por 1 a 0 sobre o Brusque. A liderança foi obtida para não ser mais perdida na sétima partida, na vitória por 1 a 0 sobre o Náutico em Recife.

O acesso à primeira divisão chegou na 31ª rodada - com sete rodadas de antecedência -, na vitória por 3 a 0 sobre o Vasco no Mineirão. Na partida seguinte, o Cruzeiro goleou por 4 a 1 a Ponte Preta no Mineirão. Dois dias depois, o Grêmio perdeu para o Sampaio Corrêa e o Bahia caiu ante a Chapecoense. A combinação de resultados tornou possível a conquista antecipada do título cruzeirense, com 71 pontos em 32 jogos, 18 a mais que os gremistas e 19 a mais que os baianos.

A campanha do Cruzeiro:
38 jogos | 23 vitórias | 9 empates | 6 derrotas | 57 gols marcados | 26 gols sofridos


Foto Thomas Santos/Staff Images/Cruzeiro

Portuguesa Campeã do Torneio Rio-São Paulo 1952

Na quarta edição da história - a terceira desde a retomada -, o Torneio Rio-São Paulo encarou uma expansão de oito para dez clubes participantes. Cada estado colocou cinco times na competição em 1952. O regulamento permaneceu o mesmo, a diferença foi o aumento de sete para nove rodadas no turno único.
E nessa disputa, uma nova equipe entrou na galeria dos campeões: a Portuguesa de Desportos. Terceira colocada no Paulistão de 1951, a Lusa contava com grandes nomes no elenco, como Djalma Santos, Julinho Botelho, Pinga e Brandãozinho. Por unanimidade, a torcida considera o time do início dos anos 1950 como o maior de todos os tempos.
A campanha rubro-verde começou com derrota por 4 a 2 para o Fluminense em casa. Depois de um início irregular, com uma vitória e outra derrota, a Portuguesa cresceu e arrancou para a liderança do campeonato. Foram quatro vitórias, um empate e uma derrota até o fim das nove rodadas. Entre os triunfos conquistados, o destaque fica para as goleadas por 5 a 1 sobre o Santos e sobre o Bangu. A Lusa ficou com 11 pontos, empatada com o Vasco. Houve a chance do título na última rodada, mas o clube paulista ficou no 1 a 1 com os cariocas no Maracanã.
Dessa forma, foi preciso mais duas partidas com os vascaínos. A primeira foi no Pacaembu, e terminou com vitória da Portuguesa por 4 a 2. Os gols foram marcados por Nininho (duas vezes), Pinga e Julinho botelho. O segundo jogo foi no Maracanã, e a Lusa conquistou seu título mais importante na história ao empatar por 2 a 2. Os dois gols foram marcados por Pinga.

A campanha da Portuguesa:
11 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 29 gols marcados | 20 gols sofridos


Foto Arquivo/Portuguesa

Palmeiras Campeão do Torneio Rio-São Paulo 1951

O Torneio Rio-São Paulo passou a ser uma competição regular nos anos 1950. A terceira edição aconteceu em 1951, com o mesmo regulamento da temporada anterior: oito clubes em turno único. Mas, diferentemente do que ocorreu na segunda ocasião, quando o calendário de jogos atravessou a virada do ano, desta vez as partidas foram realizadas entre fevereiro e abril. Portanto, meses antes da Copa Rio Internacional, a primeira competição mundial de clubes.
Campeão paulista de 1950 e garantido na Copa Rio, o Palmeiras utilizou o Rio-SP como balão de ensaio. A estreia foi com vitória por 2 a 0 sobre o São Paulo, seguida por uma goleada histórica por 7 a 1 sobre o Flamengo. Nos cinco jogos restantes, o Verdão venceu três e perdeu dois, o que lhe deixou com dez pontos na tabela. A disputa pelo título foi até o fim com o Corinthians, que também somou dez pontos. Na última rodada, o Palmeiras goleou por 4 a 1 o Vasco fora de casa e precisava secar o rival, que enfrentou o Flamengo em casa. Mas os corinthianos fizeram 3 a 0 e o empate na primeira colocação foi consolidado.
Numa época em que sequer existia o saldo de gols como critério de desempate, tampouco o número de vitórias (o Palmeiras ficaria na frente em ambos), foi preciso marcar dois jogos extras para definir o campeão. Ambos foram no Pacaembu, e o clube que somasse mais pontos levava a taça. O primeiro Derby terminou com vitória palmeirense por 3 a 2. Os gols foram marcados por Liminha, Homero contra a Aquiles.
A vantagem podia fazer com que o Palmeiras até empatasse a segunda partida. Mas o alviverde ganhou novamente para não deixar nenhuma dúvidas. Jair Rosa Pinto marcou duas vezes, o artilheiro do Torneio Rio -São Paulo Aquiles fez outro, e o Verdão faturou o bicampeonato com vitória por 3 a 1.

A campanha do Palmeiras:
9 jogos | 7 vitórias | 0 empate | 2 derrotas | 31 gols marcados | 17 gols sofridos


Foto Arquivo/Gazeta Esportiva

Criciúma Campeão Catarinense Série B 2022

Em Santa Catarina, o Criciúma corrigiu seu percurso com a conquista de um título improvável: o da Série B do Catarinense. Em 2021, o clube foi rebaixado na primeira divisão pela primeira vez na história. E o título da segunda divisão veio logo na sequência, em 2022. O resultado não poderia ter sido outro, dado a diferença de estrutura e elenco comparado com os demais.

A competição teve a participação de dez equipes, que se enfrentaram em turno único. As oito melhores passaram ao mata-mata. Na primeira fase e em meio à disputa da Série B do Brasileirão, o Tigre confirmou o favoritismo. 

Em nove jogos, o time conseguiu cinco vitórias e três empates, que lhe deixou classificado na liderança, com 18 pontos. Nas quartas de final, o clube carvoeiro passou pelo Guarani de Palhoça, após vencer a ida por 3 a 1 fora e a volta por 2 a 1 em casa. A semifinal foi contra o Nação, de Canoinhas. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1 fora. Na segunda partida, vitória por 3 a 1 em casa e acesso garantido.

A final foi jogada contra o Atlético-SC, que superou Metropolitano e Inter de Lages. A ida aconteceu em  Palhoça e terminou empata por 0 a 0. A volta foi no Heriberto Hülse, e o Criciúma foi campeão ao ganhar por 1 a 0.

A campanha do Criciúma:
15 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 1 derrota | 25 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Divulgação/FCF