Inventores do futebol moderno, os britânicos se achavam, durante muitos anos, importantes demais para disputar competições contra clubes e seleções de outros países. Principalmente os ingleses, que sobressaíam diante dos escoceses, galeses e irlandeses. Para eles, o mundo era composto apenas por suas duas ilhas. A figura só mudou nos anos 50, e o preço pela arrogância foi caro. Na Copa Intercontinental, demorou quase quatro décadas para que um time do Reino Unido chegasse ao título.
O feito coube ao inglês Manchester United em 1999, que havia sido vice em 1968. Já com 13 anos de comando no clube, Alex Ferguson encaixou uma ótima equipe, com David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e Gary Neville. Mas o heroísmo no título na Liga dos Campeões da temporada coube a dois reservas: Teddy Sheringham e Ole Solskjaer. Foram eles os autores dos gols na final contra o Bayern de Munique, uma histórica virada de 2 a 1 nos acréscimos do segundo tempo. Antes, os Red Devils já tinham deixado para trás Barcelona, Internazionale e Juventus.
O oponente inglês no Mundial veio do Brasil, que conseguia a terceira taça consecutiva na Libertadores. O Palmeiras enfim chegava ao seu primeiro título com bem lembradas eliminações sobre Vasco, Corinthians e River Plate. Na decisão contra o Deportivo Cali, derrota na ida por 1 a 0 e vitória na volta por 2 a 1 levou o Verdão a precisar vencer também nos pênaltis. E conseguiu fazê-lo, por 4 a 3.
O Nacional de Tóquio recebeu o Mundial de 1999 no dia 30 de novembro. O Palmeiras não devia nada ao United, pois contava com grandes jogadores, como Alex, Zinho, Paulo Nunes, Francisco Arce e César Sampaio. O foco estava todo no time inglês, mas não houve facilidade pelo lado brasileiro, que teve quase o dobro de finalizações durante os 90 minutos.
Dois lances decidiram o título em favor do Manchester United. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Giggs fez boa jogada na ponta esquerda e cruzou na área. O goleiro Marcos saiu mal, não achou a bola, e ela sobrou para Roy Keane finalizar e abrir o placar. Aos nove do segundo tempo, Evair lançou em profundidade para Alex, que saiu de trás da defesa, ficou cara a cara com Mark Bosnich e empatou o jogo. Ou quase isso, pois o lance acabou mal anulado pelo bandeirinha. Até hoje os palmeirenses reclamam do lance, e com razão.
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