A Copa Intercontinental e seu êxito em apontar um campeão mundial sempre despertou na FIFA um tipo de “ciúme”. A entidade buscou, por diversas vezes, algum tipo de parceria e a inclusão de outras confederações no torneio. Só que nunca houve acordo com Europa e América do Sul.
Na virada do milênio, a FIFA resolveu criar sua própria competição, anual e paralela à UEFA, Conmebol e Toyota. A ideia, levantada em 1993 e aprovada em 1997, foi o último grande ato de João Havelange na presidência da entidade — e o primeiro de um ainda candidato à presidência Joseph Blatter, que viria a ser eleito em 1998.
O Mundial de Clubes estava previsto para o fim de 1999, e o Brasil acabou escolhido como sede, com grande lobby. Porém, como a temporada brasileira terminava somente na semana do Natal, a disputa foi postergada para janeiro de 2000.
Cada confederação indicou seu representante campeão. A UEFA convocou o Manchester United (vencedor da Liga dos Campeões); a Conmebol optou pelo Vasco (vencedor da Libertadores 1998); a Concacaf designou o mexicano Necaxa; a CAF trouxe o marroquino Raja Casablanca; a AFC enviou o saudita Al-Nassr; e a OFC teve o australiano South Melbourne. Para completar oito equipes, a FIFA convidou o Real Madrid, campeão mundial de 1998, e a CBF chamou o Corinthians, campeão brasileiro do mesmo ano, que viria a vencer também em 1999.
Embalado e com um ótimo time, o Timão jogou a fase de grupos no Morumbi. Sua estreia foi contra o Al-Nassr, vencendo por 2 a 0. No jogo seguinte, empate por 2 a 2 contra o Real Madrid, com Edílson brilhando e marcando os dois gols — o segundo com direito a janelinha nas pernas do volante Christian Karembeu. Por fim, 2 a 0 sobre o Raja Casablanca garantiu a classificação à decisão, com o Corinthians liderando a chave com sete pontos e quatro gols de saldo. O Real foi segundo, também com sete pontos, mas saldo três.
A final foi contra o Vasco, que vinha de ótimas vitórias sobre o Manchester United e os demais adversários. Em 120 minutos, nada de gols. Nos pênaltis, Freddy Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu converteram para os corintianos, enquanto apenas três vascaínos acertaram. Marcelinho Carioca teve a chance de fazer o gol do título, mas perdeu a última cobrança.
A sorte do dia 14 de janeiro de 2000 estava do lado do Corinthians: Edmundo também errou o último chute carioca. Por 4 a 3, o Alvinegro conquistava seu primeiro título mundial, uma taça especial no coração da fiel torcida. E, apesar do sucesso da FIFA na organização, o Mundial de Clubes nascia com mais dúvidas do que certezas. Como seria em 2001?
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