Os rumos do futebol olímpico começaram a mudar a partir da edição de 1952, sediada em Helsinque, capital da Finlândia. O profissionalismo já era a maioria entre os países nessa época, o que inviabilizava as seleções de colocar seus melhores jogadores em campo. Mas isso não era uma regra geral em um mundo claramente dividido após a Segunda Guerra. O amadorismo imperava em todo o bloco socialista, majoritariamente ocupado pelos países do Leste Europeu. Os atletas de lá eram funcionários do governo, ou dos exércitos e, na prática, não recebiam salários. Então era normal ver estas nações atuando com força máxima nas Olimpíadas.
Era o caso da Hungria, que no início dos anos 50 formou um dos melhores times da história do futebol, com jogadores do nível de Ferenc Puskás, Zoltán Czibor e Sándor Kocsis. A seleção magiar encarou os Jogos Olímpicos de 1952 como uma preparação para a Copa do Mundo de 1954. O comando da equipe era feito pelo próprio Ministro do Esporte do país, Gusztáv Sebes. A competição em si levou o mesmo de sempre, com 25 participantes disputando cinco fases de mata-mata.
O time húngaro estreou ainda na preliminar, derrotando a Romênia por 2 a 1. Nas oitavas de final, venceu a Itália por 3 a 0. Nas quartas de final, goleou a Turquia por 7 a 1. Na semifinal, outra goleada, mas sobre a Suécia por 6 a 0. Não foi nem um pouco difícil para atingir a final. Do outro lado chegava a Iugoslávia, que eliminou Índia, União Soviética, Dinamarca e Alemanha. Na disputa valendo a medalha de bronze, os suecos venceram os alemães por 2 a 0.
O ouro ficaria entre húngaros e iugoslavos, que atuaram no Estádio Olímpico de Helsinque. Com uma equipe amplamente superior, a Hungria conquistou seu primeiro título com uma vitória tranquila, por 2 a 0. Os gols aconteceram no segundo tempo, com Puskás aos 25 minutos e com Czibor aos 43. Uma nova era começava. Se para o Mundial não serviu de nada, em Olimpíadas foi o início de um tricampeonato.
A nota final sobre os Jogos de 1952 fica por conta de um estreante sul-americano: o Brasil. Sua primeira jornada olímpica foi até às quartas de final, com vitórias sobre Holanda e Luxemburgo e derrota para a Alemanha.
A campanha da Hungria:
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 2 gols sofridos
5 jogos | 5 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 2 gols sofridos
Foto Arquivo/Getty Images
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