Itália Campeã Olímpica 1936

Depois da calmaria, a tempestade estava pronta para chegar ao Torneio Olímpico. A estreia da Copa do Mundo, em 1930, mexeu negativamente com a competição e estremeceu a relação entre FIFA e COI. Para os Jogos de 1932, em Los Angeles, não houve acordo, pois a entidade futebolística não queria concorrência e a olímpica não queria abrir mão da modalidade. Desta forma, nada de futebol nos gramados norte-americanos. A situação só seria resolvida para 1936, quando ficou acertado que apenas atletas amadores fariam parte das seleções olímpicas. Como o profissionalismo estava crescente na época, não foi difícil para a FIFA topar a proposta e para o COI manter a tradição.
Dessa forma, a maioria dos 16 times que desembarcaram em Berlim eram compostos pelos quadros de aspirantes ou de jogadores de clubes menores. O regulamento usado nas Olimpíadas da capital alemã foi o mesmo de sempre: mata-mata a partir das oitavas de final. Sem a presença do Uruguai, que boicotou tudo o que se organizava na Europa em represália aos poucos europeus que disputaram a Copa de 1930, a principal seleção era a da Itália, que mesmo com uma equipe B era a mais forte e a favorita ao ouro. Sua estreia foi com vitória por 1 a 0 sobre os Estados Unidos. Nas quartas, a Azzurra goleou por 8 a 0 o Japão, que surpreendentemente passou pela Suécia na fase anterior. Na semifinal, foi a vez de eliminar por 2 a 1, na prorrogação, a Noruega, que também tinha aprontado, batendo a Alemanha uma partida antes. Os noruegueses ficariam com a medalha de bronze, após fazerem 3 a 2 na Polônia.
O ouro ficaria entre Itália e Áustria, que chegou na final após vencer Egito e Polônia e perder para o Peru. Isso mesmo, o time austríaco perdeu nas quartas para os peruanos por 4 a 2. Mas a organização europeia deu um jeito de anular o jogo, alegando invasão de campo da delegação sul-americana. Em protesto, o Peru abandonou o torneio. Italianos e austríacos disputaram a decisão no Estádio Olímpico de Berlim. Sob olhares dos ditadores Hitler e Mussolini, a Azzurra bateu o adversário por 2 a 1, gols marcados por Annibale Frossi (sempre de óculos) aos 25 minutos do segundo tempo e aos dois da etapa inicial da prorrogação - Karl Kainberger havia empatado aos 34. Ao receberam as medalhas, quase todos os atletas fizeram a saudação fascista/nazista, numa triste cultura que havia se tornado comum naqueles tempos. E isso viria a causar um mal enorme ao mundo todo, nos anos seguintes.

A campanha da Itália:
4 jogos | 4 vitórias | 0 empates | 0 derrotas | 12 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/FIGC

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