Villa Nova-MG Campeão Brasileiro Série B 1971

Até 1970, o futebol brasileiro vivia majoritariamente dos campeonatos estaduais, e os clubes deixavam em segundo plano Taça Brasil, Robertão e Libertadores. A história começou a mudar em 1971, quando a CBD transformou sua competição no Campeonato Nacional.

Ela foi disputada sem a concorrência estadual pelos 20 principais times do Brasil na época. E antes dela inchar até abrigar todos os Estados, era necessário criar outro torneios para que muitos times não fechassem portas por quatro meses. Assim nasceu o Brasileirão da Série B, mas sem o sistema de rebaixamento e acesso - não havia conexão com a Série A.

A primeira edição do torneio foi no mesmo ano de 1971 e levou o nome oficial de "Campeonato Nacional de Clubes da Primeira Divisão" (você não leu errado, a Série A era a "Divisão Extra"). Os participantes eram oriundos de todos os Estados, desde os times de melhor posição no estadual sem o convite para a competição principal até aqueles das regiões que não foram contempladas com as vagas.

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A primeira disputa da segunda divisão contou com a participação de 23 clubes (19 na primeira fase e quatro entrando na sequência). Eles foram geograficamente divididos em cinco grupos, sendo grupos 1 e 4 com quatro clubes, grupos 2 e 5 com três, e grupo 3 com cinco membros. Apenas o líder de cada se classificava. O Villa Nova de Nova Lima, Minas Gerais, venceu um torneio seletivo contra Tupi de Juiz de Fora e Uberlândia e não participou desta fase, apenas esperou a definição dos cinco classificados.

Na segunda fase, esses times se juntaram aos quatro "sortudos", formando três grupos com dois times e um com três. O Leão do Bonfim ficou no grupo 2, contra o Central de Niterói, time do extinto Campeonato Fluminense. A estreia foi no Rio de Janeiro, e acabou com empate em 2 a 2. No Castor Cifuentes, a torcida empurrou o Alvirrubro para a vitória por 1 a 0 e a classificação para a fase seguinte.

O Villa Nova enfrentou na semifinal a Ponte Preta. A ida foi em Campinas, e o Leão foi superado por 1 a 0 dentro do Moisés Lucarelli. A volta foi, por opção do Villa, no Independência em Belo Horizonte. Com mais torcedores do que o campo em Nova Lima poderia comportar, o Alvirrubro devolveu o placar de 1 a 0, forçando uma partida extra também em Minas Gerais.

O terceiro jogo foi 1 a 1, e a definição foi para os pênaltis, onde o time mineiro venceu por 6 a 5 e se classificou para a final. O adversário foi o Remo, que havia eliminado o Itabaiana de Sergipe.

A primeira partida foi em Belém, no Baenão, e terminou com o Leão do Bonfim em desvantagem, perdendo por 1 a 0. Os villanovenses devolveram o resultado com juros na segunda partida, em Belo Horizonte, vencendo por 3 a 0. Mais um desempate foi preciso, e o Villa Nova conseguiu, de virada, vencer novamente por 2 a 1 e ficar com o primeiro título brasileiro da Série B, o maior de sua história. 

Mas, como não havia acesso, o Villa não participou do Brasileiro de 1972. Embora o vice Remo tenha recebido o convite da CBD, isso não aconteceu para o campeão, e o Leão ficou fora das competições nacionais no ano seguinte.

A campanha do Villa Nova-MG:
8 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 9 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/Villa Nova-MG

Paysandu Campeão da Copa dos Campeões 2002

A Copa dos Campeões teve um estrondoso sucesso nas duas primeiras edições, juntamente com os torneios regionais. Na temporada de 2002, essas competições assumiram o protagonismo do primeiro semestre, com os estaduais ficando exclusivamente paras as equipes pequenas. Em sua competição, a CBF aumentou o número de vagas de nove para 16 e o de sedes de duas para quatro, mantendo a vaga para a Libertadores ao campeão.

Mesmo sendo lucrativa, esta foi a última edição da copa, que foi extinta por falta de espaço no calendário de 2003, sendo suplantada pelo Brasileirão de pontos corridos. E esta edição foi especial para o Paysandu, que rumou para o maior título de sua história e a honra de ser o primeiro clube do Norte a ir para a maior competição da América do Sul.

Por causa do inchaço, a Copa dos Campeões teve uma fase de grupos. Cinco equipes vieram do Torneio Rio-SP, quatro da Copa Sul-Minas, três da Copa do Nordeste, uma da Copa Centro-Oeste, uma da Copa Norte, e a última vaga foi do campeão vigente, o Flamengo. O Papão ficou no grupo A, jogado todo no Mangueirão, em Belém. O Paysandu estreou contra o Corinthians, e empatou em 1 a 1. Na segunda rodada, novo empate sem gols com o Fluminense. Na última rodada, venceu o Náutico por 3 a 2 e se classificou na liderança com cinco pontos.

O Paysandu enfrentou nas quartas de final o Bahia, vice do grupo D. Venceu o confronto por 2 a 1 e foi para a semifinal. Contra o Palmeiras, o Papão jogou empurrado por sua torcida e se classificou para a final ao vencer por 3 a 1. A final seria em duas partidas contra o Cruzeiro, que passou pelo Flamengo.

O jogo de ida da final foi no Mangueirão, mas o Paysandu não conseguiu manter o embalo em casa e acabou derrotado por 2 a 1. O favoritismo era mineiro, e o jogo de volta foi em Fortaleza, no Castelão. As coisas melhoraram por lá, mesmo com o time bicolor largando atrás no placar. O atacante Vandick marcou três gols e o Paysandu venceu por 4 a 3, forçando a disputa de pênaltis.

Nas cobranças, o Cruzeiro se perdeu e errou as três primeiras. Já o Papão acertou as três e nem precisou cobrar as restantes. Por 3 a 0, o Paysandu se sagrou campeão dos campeões em 2002 e conseguiu ir para sua única Libertadores em 2003, onde chegou a derrotar o Boca Juniors em La Bombonera.

A campanha do Paysandu:
7 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 14 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto José Leomar/Placar

Flamengo Campeão da Copa dos Campeões 2001

O primeiro semestre de 2001 foi ótimo para o Flamengo. Campeão carioca pela terceira vez seguida em cima do Vasco, com aquele gol de falta de Petkovic, se classificou para a Copa dos Campeões nas cidades de Maceió e João Pessoa. O regulamento da competição continuou quase o mesmo em relação ao ano de estreia. A vaga para a Libertadores era o seu atrativo, no hiato que sobrava no futebol brasileiro na época, entre o fim dos estaduais em junho, e o início do Brasileirão em agosto.

Os campeões do Centro-Oeste e do Norte, mais o vice do Nordeste participaram da fase preliminar, com São Raimundo-AM e Sport eliminando o Goiás. O mata-mata para valer começou após esta fase, e o Rubro-Negro enfrentou o Bahia, que era o campeão do Nordeste. A vitória por 4 a 2 na ida deixou a situação encaminhada para o Mengão, que tornou a vencer na volta, por 2 a 0.

Na semifinal, o Flamengo encarou o Cruzeiro, campeão da Sul-Minas. O empate sem gols no primeiro jogo parecia que iria tornar o confronto mais complicado. Mas no segundo jogo o Rubro-Negro descomplicou com a vitória por 3 a 0 e vaga na final. O São Paulo, campeão do Rio-SP que passou pelo Coritiba, vice da Sul-Minas, seria o oponente do Fla.

A única mudança em relação a 2000 foi vista na final. Ela deixou de ser em partida única para se tornar em ida e volta. O primeiro confronto foi no Almeidão, em João Pessoa. O Flamengo começou avassalador, fazendo 3 a 1 no primeiro tempo. Mas o São Paulo reagiu, encostou no placar, obrigando os cariocas a buscarem mais o ataque. No fim, acabou 5 a 3 para o Mengo.

E quem achou que o segundo jogo seria mais tranquilo, se enganou, pois a porteira no Rei Pelé, em Maceió, continuou aberta para os dois lados. Os paulistas tentaram reverter o resultado saindo na frente, mas sofreram a virada flamenguista na etapa final. Não satisfeito, o São Paulo virou outra vez no fim, vencendo por 3 a 2. No placar agregado, o Flamengo venceu por 8 a 6 e conquistou sua primeira e única Copa dos Campeões, além da passagem para a Libertadores de 2002.

A campanha do Flamengo:
6 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 16 gols marcados | 8 gols sofridos


Foto Rogério Pallatta/Placar

Palmeiras Campeão da Copa dos Campeões 2000

Para indicar o quarto representante na Libertadores a partir de 2001, a CBF instituiu no ano 2000 a Copa dos Campeões, competição composta pelos campeões das competições regionais. Estavam dentro dela os vencedores do Torneio Rio-São Paulo, da Copa Sul-Minas, da Copa do Nordeste, da Copa Centro-Oeste e da Copa Norte, além dos campeões paulista e carioca e os vices da Sul-Minas e do Nordeste.

O Palmeiras entrou pelo Rio-SP, mas passava por uma reformulação no time, depois de ter perdido a final da principal competição sul-americana. Vários jogadores deixaram a equipe, além do técnico Felipão. Seu auxiliar Flávio Murtosa assumiu como interino e, com vários novos contratados, o Verdão precisou se entrosar em tempo recorde.

O vice nordestino e os campeões do Norte e do Centro-Oeste jogaram uma fase preliminar para definir dois classificados. Goiás e Vitória eliminaram o São Raimundo-AM e seguiram para João Pessoa e Maceió, as sedes do campeonato. No mata-mata, o sorteio colocou o Palmeiras na frente do Cruzeiro, vice da Sul-Minas, pelas quartas de final. Na ida, o Alviverde abriu vantagem de 3 a 1, e na volta, confirmou a classificação ao empatar em 1 a 1.

Na semifinal, o adversário foi o Flamengo, campeão carioca. Sem ser considerado favorito, o Palmeiras perdeu a primeira partida por 2 a 1, mas devolveu o resultado na segunda com 1 a 0, gol de Taddei. Na disputa de pênaltis, o Verdão não errou nenhuma cobrança, e por 5 a 4 avançou para a final. O último confronto na Copa dos Campeões seria contra o Sport, campeão do Nordeste, que eliminou o São Paulo, campeão paulista.

A grande final foi jogada em partida única, no Estádio Rei Pelé, em Maceió. O jovem time palmeirense estava confiante, partiu para cima dos pernambucanos e conseguiu dois gols nos pés de Asprilla e de Alberto, um oriundo do time do primeiro semestre e o outro recém chegado. O Sport ainda descontaria no fim, mas nada tirava mais a vitória do Palmeiras. O resultado de 2 a 1 deu um título inédito e único ao clube, além da preciosa vaga na Libertadores do ano seguinte.

A campanha do Palmeiras:
5 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Eduardo Knapp/Folha Imagem

Athletico-PR Campeão da Seletiva da Libertadores 1999

De 1999 para 2000, a Conmebol aumentou o número de participantes da Libertadores de 21 para 32. O sistema de duas vagas por país foi substituído por um novo critério, em que o Brasil teria quatro vagas: para o campeão e o vice do Brasileirão (Corinthians e Atlético-MG), para o vencedor da Copa do Brasil (Juventude) e mais uma vaga, que ainda não estava definida.

Em função disso, a CBF instituiu, apenas em 1999, a Seletiva da Libertadores, um torneio eliminatório que seria disputado em paralelo à fase final do Campeonato Brasileiro, pelos clubes que não tivessem possibilidade de chegar na final. Participariam da Seletiva os clubes até o 16º lugar, desde que não tivessem sido rebaixados.

Com o Palmeiras (10º) já garantido na Libertadores, e o Gama (15º) rebaixado, abriram-se duas vagas, preenchidas pelo Grêmio (18º) e pelo vencedor da preliminar entre os não rebaixados que sobraram: Portuguesa (21º) e Sport (22º). Vivendo uma grande fase no final da década, o Athletico-PR encerrou o Brasileiro em 9º lugar e participou desta competição desde a primeira fase.

O Furacão estreou contra o vencedor da preliminar, a Portuguesa. Perdeu no Canindé por 3 a 1, mas venceu na Arena da Baixada por 2 a 0, conseguindo a classificação por ter a melhor campanha no Brasileiro. Na segunda fase, os eliminados nas quartas de final entraram no torneio, e o Rubro-negro enfrentou o rival Coritiba (13º). No Couto Pereira, o Athletico goleou por 4 a 1 e ficou com ótima vantagem, que não foi afetada pela derrota de 2 a 1 na Baixada.

Na terceira fase, o adversário athleticano foi o Internacional (16º). Na ida no Beira-Rio, empate em 1 a 1, e na volta na Arena da Baixada, vitória do Furacão por 2 a 1. Os eliminados da semifinal do Brasileirão foram movidos para a semi da Seletiva, e o Athletico-PR encarou o São Paulo (3º). Em Curitiba, a vitória por 4 a 2 deixou a classificação encaminhada. No Morumbi, o time paranaense se segurou, e a derrota por 2 a 1 não tirou o embalo para a final.

Contra o Cruzeiro (5º), o Furacão precisou novamente decidir tudo fora de casa. Antes, na Baixada, abriu boa frente no confronto ao vencer por 3 a 0. No Mineirão, o Athletico-PR repetiu a estratégia da fase anterior, se reforçou na defesa e colocou o regulamento embaixo do braço. A derrota por 2 a 1 não tirou o brilho do título rubro-negro, que colocou o clube na Libertadores pela primeira vez e abriu o caminho para voos maiores. Até hoje, o torcedor do clube lembra com carinho da conquista.

A campanha do Athletico-PR:
10 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 4 derrotas | 20 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Arquivo/Tribuna do Paraná

America-RJ Campeão da Taça dos Campeões 1982

Em 1982, o Brasileirão foi disputado entre janeiro e abril, a Copa do Mundo entre junho e julho, e os estaduais entre agosto e dezembro. Para que os principais clubes do Brasil não ficassem quatro meses sem jogos de alto nível, a CBF criou um torneio para ser disputado no hiato deixado pela Copa, a Taça dos Campeões. Todos os campeões e vices das competições nacionais e Torneio Rio-SP estavam classificados para disputar, e 17 times adquiriram este direito. Mas como era difícil montar o regulamento com um número ímpar, foi convidada a equipe com mais participações sem título ou vice, o America do Rio. E antes de começar a competição, o Flamengo abriu mão de sua vaga para excursionar pelo exterior. Para definir o substituto, Santa Cruz e Paysandu (empatados em participações) fizeram um jogo-desempate, com vitória pernambucana.
Os 18 times ficaram divididos em quatro grupos, com dois turnos distintos, e o campeão de cada um se classificando para as quartas de final. O America ficou no grupo 3, ao lado de Atlético-MG, Cruzeiro e Grêmio. O Mequinha se deu bem logo de cara, liderando o turno com quatro pontos, uma vitória e dois empates. Já classificada, a equipe alvirrubra repetiu o desempenho no returno, porém foi superada pelo Atlético-MG no número de gols marcados.
O mata-mata da Taça dos Campeões foi composto somente com partidas únicas, à exceção da final, em ida e volta. O que definiu o mando de campo nas quartas de final era a melhor campanha somando os turnos. O Alvirrubro fez oito pontos contra sete do Atlético-MG, e mandou a partida no Maracanã. Com muito esforço, o America conseguiu o gol da classificação aos 44 do segundo tempo com o atacante Elói. O resultado de 1 a 0 colocou o time carioca na semifinal contra a Portuguesa, surpresa que eliminou o Fluminense. Nesta fase, o mando pertencia ao clube vindo de um dos grupos de cinco equipes. Assim, o Mequinha foi ao Pacaembu e, com muita emoção de novo, sofreu uma virada para empatar em 2 a 2 no último minuto, mais uma vez com o artilheiro Elói. Nos pênaltis, o America foi mais eficiente e eliminou a Portuguesa vencendo por 4 a 3.
A final foi contra o Guarani, e o Brinco de Ouro foi o palco da ida. O jogo terminou 1 a 1, com o America saindo atrás no placar, mas buscando o empate. A volta foi no Maracanã, e debaixo de muita chuva. O Alvirrubro abriu o marcador, mas sofreu o empate no segundo tempo. Na prorrogação, o grito americano de campeão finalmente saiu da garganta quando Gilson Gênio aproveitou o gramado molhado para marcar o gol do título. O America se tornou o campeão dos campeões, a maior conquista de sua história.

A campanha do America-RJ:
10 jogos | 4 vitórias | 6 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Adalberto Diniz/Placar