Bayern de Munique Campeão da Liga dos Campeões 2001

A Liga dos Campeões da Europa entrou no século 21 com o ressurgimento de uma força alemã. Depois de 25 anos e três vices (dois deles extremamente doloridos), o Bayern de Munique de 2001 conquistou o tetracampeonato com uma das mais convincentes trajetórias já vistas. Naquela temporada, o clube bateu o recorde de 12 vitórias obtidas.

Foram 72 os participantes daquela Champions. Campeão alemão, o Bayern iniciou já na fase de grupos, na chave F, contra Helsingborgs (Suécia), Rosenborg (Noruega) e Paris Saint-Germain. Nos seis jogos que disputou, o time bávaro fez uma campanha segura, com três vitórias, dois empates e 11 pontos no primeiro lugar. Ainda assim, a classificação só veio na última rodada, ao buscar o empate por 1 a 1 com os noruegueses aos 43 minutos do segundo tempo, fora de casa.

Na fase seguinte, o clube alemão caiu no grupo C, contra Spartak Moscou (Rússia), Lyon (França) e Arsenal (Inglaterra). Em mais seis partidas, foram quatro vitórias, um empate e 13 pontos que deixou a equipe outra vez na liderança. A vaga no mata-mata também foi conquistada no último jogo, na vitória por 1 a 0 sobre os ingleses no Estádio Olímpico de Munique.

Nas quartas de final, o adversário foi o Manchester United, que dois anos antes virou de maneira incrível na final contra os bávaros. E a revanche veio bem feita, com vitórias por 1 a 0 na Inglaterra e por 2 a 1 na Alemanha. A semifinal foi contra o Real Madrid, com o mesmo roteiro: 1 a 0 fora e 2 a 1 em casa.

A final foi jogada contra o Valencia, que voltou um ano depois ao derrubar Heerenveen (Holanda), Olympiacos, Panathinaikos, Sturm Graz (Áustria), Arsenal e Leeds United. No San Siro, em Milão, o Bayern de Munique saiu perdendo aos três minutos do primeiro tempo, mas empatou por 1 a 1 aos cinco do segundo, com Stefan Effenberg de pênalti. Nas cobranças de desempate, brilhou a estrela de Oliver Kahn com a defesa decisiva. Por 5 a 4, o Bayern foi tetra.

A campanha do Bayern de Munique:
17 jogos | 12 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 26 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 2000

Na virada do milênio, a Liga dos Campeões bateu um novo recorde no número de participantes. Na edição de 2000, a competição acolheu 71 participantes. A mudança foi um reflexo do fim da Recopa Europeia (Cup Winners' Cup), que foi absorvida pela Copa da UEFA. Esta, por ter ficado muito inchada, motivou a confederação a mexer no seu torneio principal e aumentar a divisão de clubes conforme seu coeficiente, para equilibrar as duas disputas entre si.

Os três melhores países passaram a ter quatro representantes; do quarto ao sexto, três times; do sétimo ao 15º, dois; e do 16º em diante continuou com uma equipe cada. O regulamento foi revisto: as preliminares ficaram com três etapas e a fase de grupos foi ampliada e dividida em duas - uma inicial com oito e outra posterior com quatro.

Foi em meio a esse tanto de números que o Real Madrid reapareceu para conquistar "la octava" da Champions. O clube merengue estreou no grupo E, junto com Molde (Noruega), Olympiacos e Porto. Em seis jogos, foram 13 pontos, quatro vitórias, um empate e a classificação tranquila, na liderança. A vaga foi obtida na penúltima rodada, na vitória por 3 a 0 sobre os gregos no Santiago Bernabéu.

Na fase seguinte, o Real ficou no grupo C, ao lado de Rosenborg (Noruega), Dínamo Kiev e Bayern de Munique. A vaga desta vez veio com dificuldade, na segunda posição depois de seis partidas, com dez pontos, três vitórias e um empate (e duas derrotas feias para os alemães - 4 a 2 em casa e 4 a 1 fora). Empatado com os ucranianos, o time madridista passou graças à vantagem no confronto direto - vitória por 2 a 1 fora e empate por 2 a 2 em casa.

Nas quartas de final, os merengues eliminaram o Manchester United com 0 a 0 no Bernabéu e 3 a 2 fora. Na semifinal, foi a vez de se vingar do Bayern ao vencer em casa por 2 a 0 e perder fora por 2 a 1.

A final foi contra o Valencia, a primeira da história entre clubes de um mesmo país. O rival passou por Rangers, PSV Eindhoven, Fiorentina, Bordeaux, Lazio e Barcelona. O jogo aconteceu no Stade de France, em Saint-Denis, arredores de Paris. Com superioridade, o Real Madrid chegou ao octacampeonato ao vencer por 3 a 0, gols de Fernando Morientes, Steve McManaman e Raúl, o ídolo máximo de uma época vencedora. 

A campanha do Real Madrid:
17 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 4 derrotas | 35 gols marcados | 23 gols sofridos


Foto Paul Popper/Popperfoto/Getty Images

Manchester United Campeão da Liga dos Campeões 1999

O fim dos anos 90 ficou marcado pelas quebras de longos jejuns na Liga dos Campeões da Europa. Se em 1998, o Real findou com 32 anos de fila, em 1999 foi a vez de o Manchester United colocar ponto final em 31 anos de espera. E a conquista do bicampeonato invicto não poderia ser mais agônica e dramática para o técnico Alex Ferguson e seus comandados.

Não houve alterações no regulamento de uma temporada para a outra, exceto pelo aumento de 55 para 56 participantes. Vice-campeões ingleses, os Red Devils tiveram que iniciar a trajetória na segunda fase preliminar. O adversário foi o LKS Lódz, da Polônia, o qual eliminou ao vencer por 2 a 0 no Old Trafford e empatar por 0 a 0 fora de casa.

O time passou para o grupo D, diante dos fortes Bayern de Munique e Barcelona, além do Brondby, da Dinamarca. A chave foi tão complicada, que o United não conseguiu vencer nenhum jogo contra alemães e espanhóis: foram quatro empates. Mas a classificação ainda assim veio na penúltima rodada, nos 3 a 3 sobre o Barcelona no Camp Nou. E foram as duas goleadas sobre os dinamarqueses - 6 a 2 fora e 5 a 0 em casa - que ajudaram os ingleses a buscar uma das duas vagas de melhor vice-líder, com dez pontos - um a menos que o Bayern.

Nas quartas de final, o United superou a Internazionale com vitória por 2 a 0 no Old Trafford e empate por 1 a 1 no San Siro. A semifinal foi contra o Juventus. Na ida em casa, empate por 1 a 1 obtido aos 47 minutos do segundo tempo. Na volta fora, virada por 3 a 2 após levar dois gols nos primeiros 11 minutos.

A final foi contra o mesmo Bayern de Munique da fase de grupos. Eles passaram por Kaiserslautern  e Dínamo Kiev. E a partida ocorreu no mesmo Camp Nou da classificação. O Manchester United saiu perdendo cedo, aos seis do primeiro tempo, e parecia não ter solução. A luz veio do banco de reservas, nas entradas de Teddy Sheringham e Ole Solskjaer. Aos 47 do segundo tempo, Sheringham empatou. Aos 49, Solskjaer virou para 2 a 1, num dos momentos mais épicos já registrados na Champions.

A campanha do Manchester United:
13 jogos | 6 vitórias | 7 empates | 0 derrotas | 31 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

Real Madrid Campeão da Liga dos Campeões 1998

Existem coisas que, depois de aprendidas, jamais são esquecidas. Pode passar o tempo que for. Para o Real Madrid, no caso, vencer a Liga dos Campeões da Europa. Em 1998, o clube completou 32 anos sem o maior título continental, e nesse meio tempo o máximo obtido foi um vice em 1981. Era chegada a hora de quebrar a fila e conquistar "la séptima".

Para aquele 1998, a UEFA voltou a mexer na fórmula. A restrição de países pelo coeficiente caiu e as sete melhores nações ganharam o direito de ter duas equipes na disputa. Dessa forma, o número de participantes subiu para 55, as preliminares ficaram com duas fases e a quantidade de grupos posteriores aumentou para seis - com oito vagas para o mata-mata.

Campeão espanhol, o Real Madrid começou a campanha diretamente no grupo D, contra Porto, Olympiacos e Rosenborg (Noruega). Nos seis jogos que fez o time conseguiu a liderança com 13 pontos, quatro vitórias e um empate. Em casa, foram três goleadas: 4 a 1 nos noruegueses, 5 a 1 nos gregos e 4 a 0 nos portugueses. E a classificação veio exatamente na vitória sobre o Porto, na última rodada.

Nas quartas de final, os merengues enfrentaram o Bayer Leverkusen. Na ida, empate por 1 a 1 na Alemanha. Na volta, triunfo por 3 a 0 no Santiago Bernabéu. A semifinal foi contra outro alemão, o Borussia Dortmund. A primeira partida foi na Espanha, com vitória madridista por 2 a 0. O segundo jogo aconteceu fora de casa, e o empate por 0 a 0 reconduziu o Real para a decisão.

O adversário na final foi a Juventus, que eliminou Kosice (Eslováquia), Feyenoord, Dínamo Kiev e Monaco. A partida foi disputada na Amsterdam Arena, em Amsterdã. E o Real Madrid conquistou o hepta pelo placar simples: 1 a 0, gol marcado por Predrag Mijatovic aos 21 minutos do segundo tempo. Apesar da pressão italiana, o resultado não foi mais alterado, e os espanhóis enfim recuperaram o cobiçado título de destaque.

A campanha do Real Madrid:
11 jogos | 7 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 22 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Tony Marshall/Empics/Getty Images

Borussia Dortmund Campeão da Liga dos Campeões 1997

Depois de vários anos frenéticos, a Liga dos Campeões ganhou um pouco de sossego. De 1996 para 1997, nenhuma vírgula foi alterada. Nem no regulamento, na pontuação ou no número de participantes. O maior torneio da Europa manteve os traços competitivos e - por que não? -imprevisíveis.

E naquele 1997, a Champions ganhou mais um clube para a galeria dos vencedores: o Borussia Dortmund. O clube devolveu a Alemanha ao topo europeu após 14 anos com uma campanha de dar inveja. No início, o time ficou no grupo B, junto com Steaua Bucareste, Widzew Lodz (Polônia) e Atlético de Madrid. Em seis partidas disputadas, foram 13 pontos conquistados, com quatro vitórias, um empate e a classificação fácil.

A vaga foi obtida na quinta rodada, no empate por 2 a 2 com os poloneses fora de casa. Mas apesar do alto aproveitamento, o BVB não foi o líder da chave, pois perdeu no saldo de gols (8 a 6) para o adversário da Espanha. Nem mesmo os 5 a 3 sobre os romenos do Steaua na última rodada, em casa, foram capazes de alterar o quadro.

Nas quartas de final, o Borussia enfrentou o Auxerre, da França. O primeiro jogo foi em Dortmund, no Westfalenstadion, e terminou 3 a 1 para os alemães. A segunda partida aconteceu fora de casa, com vitória por 1 a 0 para os visitantes. A semifinal foi contra o Manchester United. A ida foi de novo em casa, e o BVB venceu por 1 a 0. A volta ocorreu no Old Trafford, e o time alemão repetiu o placar para conseguir um lugar inédito na final.

A decisão foi contra a Juventus, defensora do título que bateu Rapid Viena, Fenerbahçe, Rosenborg (Noruega) e Ajax. E tal qual em 1996, a partida foi realizada em território semi-neutro - no caso, o Estádio Olímpico de Munique. Categórico, o Borussia Dortmund foi campeão ao vencer por 3 a 1. Aos 29 minutos do primeiro tempo, Karl-Heinz Riedle abriu o placar. Aos 34, o mesmo Riedle ampliou. Os italianos descontaram aos 20 do segundo tempo, mas Lars Ricken fechou a conta aos 26.

A campanha do Borussia Dortmund:
11 jogos | 9 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 23 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Popperfoto/Getty Images

Juventus Campeã da Liga dos Campeões 1996

A enxuta Liga dos Campeões manteve quase tudo para 1996, a não ser por uma mudança que acompanhava o resto do mundo. A UEFA seguiu a FIFA e alterou o sistema de pontuação para as vitórias na fase de grupos de dois para três pontos.

Ao mesmo tempo, o extracampo também apresentava novidades. Em 1995, passou a valer a Lei Bosman. Em dois pontos, ela determinou que qualquer atleta com nacionalidade dentro da União Europeia não era mais considerado estrangeiro e que nenhum clube poderia mais manter o passe de jogadores sem contrato. Essa combinação facilitou muito as transferências e beneficiou àqueles com mais condições financeiras.

Os reflexos não foram imediatos. A Juventus, que levaria o bicampeonato, ainda estava com mais italiano que forasteiros no elenco. O clube ficou no grupo C, com Rangers, Steaua Bucareste e Borussia Dortmund. Em seis jogos, La Vecchia Signora venceu quatro, empatou um e somou 13 pontos. A classificação e a liderança vieram na quarta rodada, nas goleada por 4 a 0 sobre os escoceses, em Glasgow.

Nas quartas de final, a Juventus enfrentou o Real Madrid. Na ida, perdeu por 1 a 0 no Santiago Bernabéu. Na volta, venceu por 2 a 0 no Delle Alpi, em Turim. A semifinal foi contra o Nantes, da França. O primeiro jogo aconteceu na Itália, com vitória bianconeri por 2 a 0. A segunda partida foi fora de casa, com a Juve segurando a vantagem na raça: derrota por 3 a 2, de virada.

A decisão foi contra o defensor do título, o Ajax. Os holandeses superaram Ferencváros (Hungria), Grasshopper (Suíça), Borussia Dortmund e Panathinaikos. A disputa ocorreu no Estádio Olímpico de Roma, então o apoio foi maior para a Juventus. Fabrizio Ravanelli abriu o placar aos 12 minutos do primeiro tempo, mas o adversário fez 1 a 1 aos 41. A final foi aos pênaltis, onde brilhou o goleiro Angelo Peruzzi, com duas defesas. Por 4 a 2, a taça ficou na Itália.

A campanha da Juventus:
11 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 22 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Shaun Botterill/Allsport/Getty Images