Uruguai Campeão da Copa América 1967

Depois da apoteose que foi o título da Bolívia, a Copa América esperou por quatro anos até o retorno. Em 1967, aconteceu o que seria a última edição do chamado Campeonato Sul-Americano, organizada no Uruguai. A escolha pelo país foi uma espécie de compensação pela desistência em 1963. Por outro lado, o fato não impediu que outras seleções declinassem de participar, como Brasil e Peru.

Sobraram oito seleções na competição, incluindo a estreante Venezuela. Ainda assim, a Conmebol julgou ser um número muito alto para a disputa e resolveu fazer uma pequena preliminar com quatro equipes, no fim de 1966: o Chile passou pela Colômbia e o Paraguai bateu o Equador. Foi a única vez houveram eliminatórias na Copa América.

Finalmente, com seis países, o Campeonato Sul-Americano teve início no clássico formato de pontos corridos em um turno só e todos os jogos no Estádio Centenario, em Montevidéu. Com o fator local a favor, o Uruguai conseguiu o 11º título na história, consolidando-se como o maior vencedor do torneio. A campanha de "La Celeste" começou na goleada por 4 a 0 sobre a Bolívia.

O segundo compromisso uruguaio foi contra a Venezuela, com o mesmo resultado final de 4 a 0. Na terceira rodada, aconteceu o único tropeço do time na competição, no empate por 2 a 2 com o Chile, evitando o que seria uma derrota. Com cinco pontos, o Uruguai acabou ultrapassado pela Argentina, que venceu todos os jogos até ali e somou seis pontos.

Na quarta partida, La Celeste bateu o Paraguai por 2 a 0, enquanto a Argentina fez o mesmo placar em cima do Chile. Ao fim da penúltima rodada, a classificação apontava os argentinos em primeiro lugar, com oito pontos, seguidos por uruguaios com sete, chilenos com cinco, paraguaios e venezuelanos com dois, e bolivianos com nenhum.

Com apenas Uruguai e Argentina com chances de título, a última rodada reservou uma decisão em confronto direto entre os eternos rivais. La Celeste precisava da vitória, enquanto para os argentinos o empate já servia. Nesse contexto, o Centenario encheu com 65 mil torcedores, a maioria de uruguaios. A partida foi tensa, de poucas chances aproveitadas. O placar se arrastou zerado até os 29 minutos do segundo tempo, quando o ídolo Pedro Rocha encontrou o gol e fez 1 a 0. A partir de então, bastou segurar o resultado, para levar o Uruguai aos nove pontos na tabela e conquistar mais título diante do próprio povo.

A campanha do Uruguai:
5 jogos | 4 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 13 gols marcados | 2 gols sofridos


Foto Arquivo/El País

Bolívia Campeã da Copa América 1963

Foram 43 anos de disputa caótica. Ainda assim, o Campeonato Sul-Americano consolidou-se como o principal da América do Sul, muito tempo antes de outros continentes. Se a Conmebol e seu campeonato já existiam desde 1916, outras entidades e torneios só vieram a surgir mais tarde, como a UEFA em 1954 e a Eurocopa em 1960, e a Concacaf em 1961 e a Copa Ouro em 1963.

No mesmo ano em que a competição das Américas do Norte e Central começou, a sul-americana partiu para a 28ª edição, a primeira na Bolívia. Naquela época, a altitude já era tema de polêmica, com os jogos sediados em La Paz, a 3,640 metros, e Cochabamba, a 2.558 metros. Foram nestas duas cidades que o Campeonato Sul-Americano se desenrolou.

O fator altura, junto com o próprio fato da Bolívia em si ter organizado o torneio, afetou a composição da tabela. O Uruguai desistiu quando soube que jogaria em La Paz, enquanto Argentina e Brasil foram com seleções alternativas. Já o Chile não foi convidado devido ao conflito do Rio Lauca. Por fim, a Venezuela simplesmente recusou o convite. O Sul-Americano de 1963 ficou composto por sete seleções, que se enfrentaram em turno único.

Foi nesse contexto, que a Seleção Boliviana conquistou seu maior e único título continental. Sob o comando do técnico brasileiro Danilo Alvim e conhecendo como ninguém as nuances da altitude, "La Verde" teve uma campanha quase perfeita. Na estreia, ocorreu o único tropeço, no empate por 4 a 4 com o Equador no Hernando Siles, em La Paz. A segunda partida foi no Félix Capriles, em Cochabamba, com vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia.

Alternando entre La Paz e Cochabamba, a Bolívia fez 3 a 2 no Peru e 2 a 0 no Paraguai nos jogos seguintes. Na penúltima partida, a vitória por 3 a 2 sobre a Argentina tirou a chance de título do adversário portenho. Os bolivianos chegaram a nove pontos, contra oito dos paraguaios, seis dos argentinos e cinco de brasileiros e peruanos.

Apenas o Paraguai poderia tirar a taça da equipe boliviana na última rodada, desde que vencesse a Argentina e a Bolívia perdesse para o Brasil. Os dois jogos aconteceram ao mesmo tempo. Enquanto no Hernando Siles os paraguaios ficaram no empate por 1 a 1, no Félix Capriles os bolivianos tiveram uma inesquecível vitória por 5 a 4 sobre os brasileiros, com dois gols de Víctor Ugarte, um de Wilfredo Camacho, um de Ausberto García e um de Máximo Alcócer. Com 11 pontos contra nove do Paraguai, La Verde venceu o título inédito e o país parou por dias para comemorar.

A campanha da Bolívia:
6 jogos | 5 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 19 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/FBF

Especial Copa América - Uma história caótica e o primeiro meio século de disputa

Este texto é uma introdução da série especial sobre a história da Copa América no blog, inicialmente escrita em 2021, mas que será reformulada em função da competição que volta a acontecer em 2024. Na primeira leva, foi contada a história a partir de 1975. Agora, a linha do tempo foi estendida para começar em 1963.

Foto Vladimir Rodas/AFP/Getty Images

Iniciada em 1916, a Copa América é o segundo campeonato de seleções mais antigo ainda em atividade, perdendo em longevidade apenas para o Torneio Olímpico (1908), e o terceiro em ordem de criação, com o extinto Campeonato Britânico (1884) entrando no topo na lista.

Mas os primeiros passos dessa história começaram um pouco antes, em 1910, quando a Argentina organizou a Copa Centenário da Revolução de Maio, que contou com as presenças de Uruguai e Chile e foi vencida pela dona da casa. O sucesso da competição foi grande, o que levou ao Uruguai fundar, seis anos depois e junto com Argentina, Chile e Brasil, a Confederação Sul-Americana de Futebol, conhecida atualmente pelo acrônimo Conmebol.

No mesmo 1916, foi organizada a primeira competição pela Conmebol, o Campeonato Sul-Americano, sediado na Argentina e vencido pelo Uruguai. No começo, a periodicidade do torneio era anual, sendo assim até 1929. Nesse meio tempo, apenas as edições de 1918 e 1928 foram canceladas, uma devido à pandemia de Gripe Espanhola, e a outra para privilegiar o foco na preparação para o Torneio Olímpico. Em 1930, a disputa também não aconteceu para dar preferência à organização da primeira Copa do Mundo em terras uruguaias. Ademais, as competições 1923 e 1927 serviram como qualificação para as Olimpíadas.

Com a entrada do Mundial no circuito, o Campeonato Sul-Americano passou a enfrentar alguns problemas, sobretudo por causa das divergências que Uruguai e Argentina começaram a ter depois da final da Copa, bem como a transição do amadorismo ao profissionalismo na mesma época. A volta do torneio da Conmebol ocorreu em 1935, como qualificação ao Torneio Olímpico de 1936.

A partir de então, o Campeonato Sul-Americano passou a ser bienal, seguindo assim até 1941. Porém, com o advento da Segunda Guerra Mundial na Europa, mais mudanças voltaram a ocorrer. Em 1942, devido ao cancelamento do Mundial, a Conmebol antecipou a edição que seria organizada em 1943, para voltar a ser bienal em 1945. E deste ponto em diante, a sequência ficou completamente quebrada. Em 1946, outra Copa foi cancelada, o que levou às disputas de três edições seguidas até 1947.

Depois dos três torneios consecutivos, o Sul-Americano voltou a acontecer em 1949. Na sequência, houve quatro anos de hiato até a edição de 1953, e mais dois até as disputas seguidas de 1955, 1956 e 1957. Todas as Copas do Mundo da década de 1950 foram todas puladas no cronograma.

O ápice do caos do Campeonato Sul-Americano chegou em 1959, quando duas competições foram feitas, uma oficial em março, na Argentina, e outra extra em dezembro, para comemorar a inauguração de um estádio em Guayaquil, no Equador. Após a dupla jornada, a periodicidade passou a ser quadrienal, com campeonatos em 1963 e 1967, os últimos de uma era confusa antes da reformulação total.

Após 1967, a Conmebol deixou de lado o Campeonato Sul-Americano para dar atenção à jovem Copa Libertadores. O torneio só voltaria a ser organizado em 1975, com o nome Copa América e novamente periodicidade quadrienal. Os quatro anos foram respeitados pela entidade até 1987, quando o torneio foi reajustado para o formato bienal. Em 2001, a mudança foi para o período trienal, e em 2007, voltou a ser quadrienal.

Em 2016, a Conmebol completou 100 anos. Para comemorar o centenário, a entidade organizou uma edição extra da Copa América nos Estados Unidos, a primeira fora da América do Sul. Num primeiro momento, a disputa não atrapalhou a contagem normal, que eram os torneios de 2011, 2015 e 2019. Porém, em 2020, os dirigentes resolveram fazer outro campeonato, com a desculpa do realinhamento para os anos pares, mas a pandemia de Covid-19 adiou tudo para 2021. Finalmente, em 2024 as Copas América voltam aos trilhos, ainda que mais uma vez em solo estadunidense.

Nos primeiros 43 anos de linha do tempo, entre 1916 e 1959, a Argentina conquistou 12 títulos, contra dez do Uruguai, três do Brasil, um do Paraguai e um do Peru. De 1963 em diante, o ranking é de seis taças para o Brasil, cinco para o Uruguai, três para a Argentina, duas para o Chile, uma para a Bolívia, uma para o Peru, uma para o Paraguai e uma para a Colômbia. Dos nove títulos brasileiros, cinco foram obtidos quando a seleção jogou em casa. Somente uma vez que o troféu foi para outra equipe em solo tupiniquim, em 2021.

Votuporanguense Campeão Paulista Série A3 2024

A Série A3 do Paulistão em 2024 coroou o Votuporanguense como campeão pela primeira vez. O clube fundado em 2009 chega ao título inédito com uma campanha que foi a melhor desde a primeira fase da competição.

O torneio foi disputado por 16 times, que se enfrentaram em turno único na primeira fase. Em 15 partidas, o Pantera Alvinegra venceu nove, empatou cinco e perdeu um, somando 32 pontos e confirmando a classificação na liderança.

Nas quartas de final, o CAV enfrentou o Marília. Na ida, derrota por 2 a 1 fora de casa. Na volta, vitória pelo mesmo placar na Arena Plínio Marin, em Votuporanga. Nos pênaltis, vitória do Votuporanguense por 5 a 4. Na semifinal, a confirmação do acesso em cima do Desportivo Brasil. Na ida, empate por 0 a 0 fora. Na volta, vitória por 1 a 0 em casa.

A final foi contra o Grêmio Prudente, que eliminou o RB Bragantino II e subiu em cima do EC São Bernardo. No primeiro jogo, empate por 2 a 2 no Prudentão, em Presidente Prudente. Na segunda partida, o Votuporanguense confirmou a conquista ao vencer por 1 a 0 no Plínio Marin.

A campanha do Votuporanguense:
21 jogos | 12 vitórias | 7 empates | 2 derrotas | 29 gols marcados | 14 gols sofridos


Foto Rapha Marques/Votuporanguense

Tirol Campeão Cearense Série B 2024

Uma nova força surge no futebol do Ceará. Pela primeira vez, o Centro de Formação de Atletas Tirol, de Fortaleza, vence o Campeonato Cearense Série B, subindo para a primeira divisão. O clube foi fundado em 2011, como Grêmio Pague Menos, tornando-se profissional em 2018 e mudando de nome em 2023. E em 2024, veio o primeiro título.

A Série B Cearense foi disputada por nove times, que se enfrentaram em turno único. Em oito jogos, a Coruja venceu cinco, empatou uma e perdeu duas. Com 16 pontos, encerrou a primeira fase no segundo lugar, conseguindo a classificação direta à semifinal. Na fase seguinte, passou pelo Itapipoca e subiu de divisão ao empatar a ida fora por 2 a 2 e vencer a volta em casa por 4 a 2.

Na final, o Tirol enfrentou o Cariri, de Juazeiro do Norte, que eliminou os rivais Guarani e Icasa. Em partida única no Presidente Vargas, em Fortaleza, a Coruja venceu com tranquilidade, por 3 a 0, e confirmou a conquista.

A campanha do Tirol:
11 jogos | 7 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 20 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto CEFAT/Tirol

West Ham Campeão da Liga Conferência 2023

A Liga Conferência agradou na estreia, com a ideia de proporcionar a clubes médios da Europa a disputa de um título continental. A edição de 2023 coroou o West Ham, 58 anos depois do título solitário da Recopa e com uma campanha irretocável, de 14 vitórias em 15 partidas.

A campanha dos hammers começou na quarta fase preliminar, contra o Viborg, da Dinamarca, com vitórias por 3 a 0 no Estádio Olímpico de Londres e por 3 a 1 fora de casa. Na sequência, a equipe venceu os seis jogos no grupo B, contra Anderlecht, Silkeborg e FCSB (sucessor do Steaua Bucareste). A vaga no mata-mata veio de maneira antecipada, na vitória por 1 a 0 sobre o adversário dinamarquês, em Londres.

O West Ham chegou nas oitavas de final para enfrentar o AEK Larnaca, do Chipre. Na ida, vitória inglesa por 2 a 0 na ilha do Mar Mediterrâneo, com gols de Michail Antonio. Na volta, goleada por 4 a 0 no Olímpico de Londres, com gols de Gianluca Scamacca, Jarrod Bowen (dois) e Divin Mubama.

Nas quartas de final, foi a vez de encarar o Gent. O primeiro jogo aconteceu na Bélgica, ficando empatado por 1 a 1. A segunda partida foi realizada em Londres, com nova goleada dos hammers por 4 a 0. Os gols foram anotados por Antonio (dois), Lucas Paquetá e Declan Rice.

O adversário do West Ham foi o AZ Alkmaar. O jogo de ida foi disputado na Inglaterra. De virada, o time londrino venceu por 2 a 1, com gols de Saïd Benrahma e Antonio. A partida de volta ocorreu na Holanda. A classificação para a final foi obtida com novo triunfo fora de casa, por 1 a 0, gol feito por Pablo Fornals.

A decisão da Liga Conferência reuniu West Ham e Fiorentina, que eliminou Twente, Heart of Midlothian, RFS, Braga, Sivasspor, Lech Poznan e Basel. A disputa foi realizada na Fortuna Arena, em Praga, na República Tcheca. Já no segundo tempo, aos 17 minutos, Benrahma abriu o placar de pênalti, mas os italianos empataram aos 22. Aos 45, Bowen anotou o tento do título, fazendo 2 a 1 para os hammers.

A campanha do West Ham:
15 jogos | 14 vitórias | 1 empates | 0 derrotas | 35 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Richard Heathcote/Getty Images