A edição de 1995 da Copa América foi um tanto especial. Primeiro, porque consolidou as novidades que a Copa do Mundo do ano anterior havia trazido, como os três pontos por vitória. Segundo, pelos resultados históricos, como os 3 a 0 dos Estados Unidos sobre a Argentina na fase de grupos e o empate por 2 a 2 dos argentinos com o Brasil nas quartas de final, quando os brasileiros buscaram o resultado no gol anotado por Túlio após ajeitar a bola no braço, fazendo os hermanos provar do próprio veneno nove anos depois. Por fim, o torneio é lembrado pelo título do anfitrião Uruguai, batendo o então campeão mundial.
La Celeste começou a trajetória rumo ao 14º título no grupo A, contra Venezuela, Paraguai e México. Sua estreia foi ótima, goleando os venezuelanos por 4 a 1. Na segunda rodada, bateu os paraguaios por 1 a 0, gol de Enzo Francescoli. Fechando a primeira fase, os uruguaios tiveram de buscar o empate por 1 a 1 contra os mexicanos. Com sete pontos, o Uruguai se classificou sem problemas na liderança da chave.
Nas quartas de final, foi a vez de enfrentar a Bolívia com sentimento de revanche, pois os bolivianos havia sido algozes nas Eliminatórias da Copa do Mundo dois anos antes. E os uruguaios conseguiram se vingar com a vitória por 2 a 1. Na semifinal, o adversário foi a Colômbia, e La Celeste venceu por 2 a 0, chegando embalada e empolgada para mais uma decisão.
A final da Copa América reuniu mais uma vez Uruguai e Brasil, assim como em 1983 e 1989. Os brasileiros deixaram para trás Equador, Peru, Argentina e Estados Unidos. Do lado do Uruguai, estava Estádio Centenario, em Montevidéu, tomado por quase 65 mil torcedores. Do lado do Brasil, havia a força de boa parte do elenco campeão da Copa do Mundo em 1994. A partida foi equilibrada, com chances para os dois times. Os brasileiros abriram o placar aos 30 minutos do primeiro tempo. Os uruguaios não se abalaram com a desvantagem, porém só conseguiram empatar aos seis do segundo tempo, no gol de falta de Pablo Bengoechea.
O 1 a 1 ficou no placar até o fim, levando o confronto aos pênaltis. O Uruguai converteu todas as cinco cobranças, enquanto uma batida brasileira parou nas mãos do goleiro Fernando Álvez. Por 5 a 3, La Celeste era mais uma vez campeã sul-americana, de maneira invicta, no que representou o último grande ato da geração liderada por Francescoli. Nos anos seguintes, o que se viu dos uruguaios foi uma entressafra de jogadores e uma coleção de fracassos, que virou o século.
6 jogos | 4 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 11 gols marcados | 4 gols sofridos
Foto Arquivo/El País