A década de 90 chegou à metade trazendo uma Copa Intercontinental cheia de vitalidade. O sucesso da decisão noturna de 1994 foi tão grande que a Toyota decidiu repetir a fórmula em 1995. A única diferença foi o horário, agora antecipado para as sete da noite. Em campo, o torneio completava 35 anos com agradáveis retornos representando os lados opostos do Atlântico.
Na Liga dos Campeões da Europa, o Ajax encerrou 21 temporadas de jejum ao conquistar seu quarto título continental (23, se considerada a presença no Mundial). O clube holandês eliminou Hajduk Split e Bayern de Munique antes de encontrar o Milan na final, vencendo por 1 a 0. A equipe titular dos Godenzonen era praticamente a seleção da Holanda, reforçada pelo camisa 7 da Nigéria e pelo camisa 10 da Finlândia: Finidi George e Jari Litmanen se juntavam a Patrick Kluivert, Marc Overmars, Danny Blind, Edgar Davids, Edwin van der Sar e os irmãos Frank e Ronald de Boer.
Na Libertadores, o Grêmio quebrou um jejum de 12 anos ao conquistar seu segundo título sul-americano. O time gaúcho passou por Olimpia, Palmeiras e Emelec antes de superar o Atlético Nacional na decisão: 3 a 1 na ida e 1 a 1 na volta. De seleção no elenco gremista, apenas os paraguaios Francisco Arce e Catalino Rivarola, mas o ataque com Paulo Nunes e Jardel, o meio-campo com Dinho e Carlos Miguel, e a defesa com Danrlei, Adílson e Roger, impunham respeito.
O Nacional de Tóquio recebeu Ajax e Grêmio no dia 28 de novembro. O favoritismo era do time holandês, ainda invicto na temporada 1995/96. Os europeus viam o clube brasileiro com desconfiança, já que as informações que chegavam indicavam um time menos técnico e mais baseado na raça — confundida, acima do comum, com violência. Os gaúchos impuseram muitas dificuldades ao Ajax, que não conseguiu converter as chances criadas, nem mesmo depois que Rivarola foi expulso no segundo tempo. O Grêmio, com menos conclusões, quase surpreendeu quando Jardel perdeu um gol cara a cara com Van der Sar, mandando a bola rente à trave esquerda.
Pela primeira vez, um Mundial terminou sem gols no tempo normal. A prorrogação, com o inédito gol de ouro, também permaneceu zerada. Após cansativos 120 minutos, os pênaltis seriam decisivos. A disputa começou mal para ambos, com Dinho e Kluivert desperdiçando seus chutes. A sorte do Ajax foi selada quando Arce errou o segundo chute gremista, acertando o travessão. Dali em diante, ninguém mais falhou, e Blind marcou o gol do título holandês, fechando em 4 a 3 após os acertos dos dois De Boer e de Finidi. O Ajax conquistava um bicampeonato emocionante e inesquecível, na única disputa sem gols em toda a história.
Torci muito pro Ajax, pois dos times brasileiros que poderiam estampar em suas camisas "bi-mundial" so o meu Sao Paulo FC e o Santos FC!
ResponderExcluirVai capina um lote!
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