São Paulo Campeão Mundial 1992

Brasil e Mundial Interclubes eram duas coisas que combinavam pouco até 1992. Em 32 anos de disputa, só cinco presenças brasileiras, com quatro títulos e um vice. A intimidade com a Copa Intercontinental começaria a aumentar a partir de um dos maiores esquadrões que o futebol nacional já produziu: o São Paulo do técnico Telê Santana.

O mineiro de Itabirito tinha uma larga carreira como técnico, mas com poucos títulos e uma fama de ranzinza. Muitos também o consideravam azarado, pois perdeu duas Copas do Mundo com o Brasil, jogando com estilos opostos: o futebol-arte de 1982 e o pragmático de 1986. Telê chegou em 1990 ao São Paulo, porém a primeira conquista só foi o Brasileiro de 1991.

Ela levou à Libertadores de 1992, em que o Tricolor eliminou Nacional-URU, Criciúma e Barcelona de Guayaquil antes da final contra o Newell's Old Boys. Depois de perder a ida por 1 a 0 e vencer pelo mesmo placar na volta, 3 a 2 nos pênaltis levaram o São Paulo ao ponto mais alto da América do Sul. E Telê ganharia a alcunha de mestre pela torcida.

Ao mesmo tempo, outra camisa pesada enfim atingia o topo no Velho Continente. O Barcelona venceu a última edição da história da Copa dos Campeões Europeus após bater Sparta Praga, Benfica, Dínamo de Kiev, e Sampdoria na final: 1 a 0, na prorrogação. O técnico azulgrana era outro mestre, o holandês Johan Cryuff.

O encontro dos mestres aconteceu em 13 de dezembro, como sempre, no Nacional de Tóquio. São Paulo e Barcelona fizeram uma partida de alto nível, tensa e com uma feliz reviravolta para o time brasileiro. Os catalães começaram melhor, e chegaram cedo ao primeiro gol. Aos 12 minutos, Hristo Stoichkov surpreendeu o goleiro Zetti e, da intermediária, abriu o placar com um golaço por cobertura. O Tricolor melhorou, e aos 27 empatou. Müller fez bonita jogada pela esquerda e cruzou para Raí, que de barriga enganou o goleiro Andoni Zubizarreta.

O jogo seguiu equilibrado para o segundo tempo, mas nenhum time conseguiu desempatar nas chances criadas. Até que Palhinha sofreu falta na entrada da área, aos 33 minutos. Foram três toques para a glória: Raí rolou, Cafu devolveu, e Raí bateu no ângulo direito de um estático Zubizarreta. Com os 2 a 1 a favor, o São Paulo fez passar o tempo até a consagração completa do primeiro título mundial. A conquista foi a confirmação de um domínio tricolor, que começou em junho de 1992 e duraria, pelo menos, até meados de 1994.


Foto Masahide Tomikoshi

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