Ninguém podia com aquele São Paulo comandado por Telê Santana. Um time estrelado, cheio jogadores de Seleção Brasileira e que suportaram com maestria a absurda maratona de 98 partidas feitas em 1993. O torcedor tinha a equipe titular na ponta da língua: Zetti, Vítor, Válber, Gilmar, Ronaldo Luís, Dinho, Pintado, Cafu, Raí, Palhinha e Müller. Para muitos, era a melhor do mundo naquela época.
Foi esta equipe citada que entrou em campo na primeira partida da final da Libertadores, contra a Universidad Católica. Antes, o Tricolor já havia derrubado Newell's Old Boys, Flamengo e Cerro Porteño. Contra os chilenos, a maior goleada em decisão já vista: 5 a 1. A enorme vantagem permitiu ao São Paulo comemorar o bicampeonato mesmo perdendo por 2 a 0 na volta.
Ao mesmo tempo, a Europa vivia um cenário conturbado. A primeira edição da Liga dos Campeões foi vencida pelo Olympique de Marselha, que eliminou Rangers, Club Brugge e CSKA Moscou antes de vencer o Milan na decisão, por 1 a 0. Mas o clube francês foi impedido de disputar a Copa Intercontinental. Devido a um escândalo de mala preta em jogo contra o Valenciennes, pela liga local. Após investigação, o Marselha teve o título francês, a vaga na Liga dos Campeões seguinte e a vaga no Mundial cassadas, além de ter sido rebaixado à segunda divisão. No entanto, o título europeu foi mantido.
A vaga mundialista foi transferida ao Milan, modificado em relação à 1989 e 1990, mas com um novo esquadrão, formado pelas mãos do técnico Fabio Capello. Raí já não estava mais no São Paulo e sua vaga foi ocupada por Leonardo, mas o Tricolor seguia impondo respeito.
Assim, a disputa de 12 de dezembro entrou para a história com uma das melhores. Aos 19 minutos do primeiro tempo, Cafu cruzou pela direita para Palhinha, que abriu o placar no contrapé do goleiro Sebastiano Rossi. Os italianos pressionavam, mas o Tricolor segurou bem até o começo da etapa final. Logo aos três minutos, uma bola mal afastada caiu na cabeça de Marcel Desailly, que jogou na área para a finalização rasteira de Daniele Massaro. O São Paulo manteve-se em pé, e fez o segundo aos 14 com Toninho Cerezo, que finalizou cruzamento de Leonardo pela esquerda. Aos 36, Jean-Pierre Papin empatou novamente, subindo de cabeça entre a zaga.
O Tricolor chegaria aos 3 a 2 aos 43 minutos, quando Müller, de costas e com a sola do pé, concluiu para o gol lançamento de Cerezo. Depois, não restou mais dúvidas no gramado do Nacional de Tóquio: o São Paulo era mesmo o melhor time do mundo, bicampeão.
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