Bayern de Munique Campeão da Liga Europa 1996

Em 1996, a Copa da UEFA completou 25 edições, com 16 clubes diferentes tendo o prazer de ter erguido a taça. Naquele momento, o domínio era todo da Itália, que havia vencido seis dos últimos sete torneios. Mas não foi o que aconteceu naquela temporada, nem de perto: nenhum clube da Itália chegou na semifinal. Quem levou o título foi a Alemanha.

Buscando voltar aos bons tempos de glórias internacionais, o Bayern de Munique chegou para conquistar seu primeiro título de caráter europeu em 20 anos. A taça veio com o ídolo máximo Franz Beckenbauer no comando técnico. E em campo, com a fusão de duas gerações: perto do fim, a de Jürgen Klinsmann e Lothar Matthäus, e ainda no início, a de Oliver Kahn.

"Die roten" (os vermelhos) teve uma campanha quase perfeita. Começou diante do Lokomotiv Moscou, na primeira fase. Surpreendente, a equipe foi derrotada por 1 a 0 na ida, em pleno Olímpico de Munique. A correção da rota foi feita na volta, na Rússia, com a goleada por 5 a 0. Na segunda fase, o Bayern passou pelo Raith Rovers, da Escócia, com vitórias por 2 a 0 fora, e por 2 a 1 em casa.

Nas oitavas, os alemães enfrentaram o Benfica. O primeiro jogo aconteceu em Munique, e teve uma das melhores atuações da carreira de Klinsmann. Com quatro gols, o atacante foi o responsável pela goleada por 4 a 1 que encaminhou a classificação. A segunda partida foi em Lisboa, no Estádio da Luz, e o Bayern voltou a vencer, por 3 a 1. Nas quartas, o adversário foi o Nottingham Forest. Com vitória por 2 a 1 na Alemanha e goleada por 5 a 1 na Inglaterra, a equipe bávara chegou na semifinal.

O próximo confronto foi contra o Barcelona. A primeira partida, foi disputada no Olímpico de Munique e foi complicada. Os catalães abriram o placar, Marcel Witeczek e Mehmet Scholl fizeram os gols do da virada Bayern, mas o time cedeu o empate por 2 a 2 no fim das contas. O segundo jogo foi no Camp Nou, e os alemães conseguiram a passagem para a final ao vencerem por 2 a 1, com tentos de Markus Babbel e outro de Witeczek e outra atuação inesquecível.

A decisão foi contra o francês Bordeaux, que eliminou Vardar (Macedônia), Rotor Volgogrado (Rússia), Betis, Milan e Slavia Praga. O primeiro jogo foi realizado no Olímpico de Munique, e o Bayern venceu tranquilamente por 2 a 0. Os gols foram anotados por Thomas Helmer e Scholl. A segunda partida foi no Estádio Parc Lescure. Jogando pelo empate, o Bayern conseguiu outra vitória, por 3 a 1 para ficar com o título. Scholl, Emil Kostadinov e Klinsmann foram os autores dos gols históricos.

A campanha do Bayern de Munique:
12 jogos | 10 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 32 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Aubrey Washington/Empics/PA Images

Parma Campeão da Liga Europa 1995

Vinte e três anos depois de sua criação, a Copa da UEFA passou por sua primeira mudança verdadeira de regulamento, em 1995. Tal fato de seu em tabela com as alterações na Liga dos Campeões. Os 22 piores campeões nacionais do ranking da entidade foram "rebaixados" da competição principal para a terciária (lembrando sempre que existia a Recopa no meio delas). Este número somado as entradas de novos países saltou os participantes de 64 para 91. Assim, foi preciso introduzir uma fase preliminar com 54 equipes. Destas, 27 se juntariam às 37 já colocadas na primeira fase.

O que não mudou foi o domínio da Itália. O país tinha tanta hegemonia nos torneios europeus, que sobrava taça até para clubes médios. Foi o caso do Parma em 1995. Os "gialloblù" (auriazuis) nunca venceram um Campeonato Italiano e tinham apenas um título da Copa da Itália, em 1992. Em compensão, esta conquista levou aos triunfos na Recopa e na Supercopa Europeias, em 1993. Era o histórico time comando por Nevio Scala.

A campanha do Parma começou contra o Vitesse, da Holanda. Na ida, derrota por 1 a 0 fora. Na volta, vitória por 2 a 0 no Ennio Tardini, em casa. Os dois gols da classificação foram de Gianfranco Zola, destaque do time junto com Dino Baggio e o colombiano Faustino Asprilla. Na segunda fase, os gialloblù eliminaram o AIK, com triunfos por 1 a 0 na Suécia, e por 2 a 0 na Itália.

Nas oitavas de final, o Parma passou pelo Athletic Bilbao. Na ida, porém, perdeu por 1 a 0 no velho San Mamés. A classificação veio com emoção e grande atuação na volta, na vitória por 4 a 2 no Ennio Tardini. Nas quartas, duas atuações magras contra o Odense, da Dinamarca. No primeiro jogo, vitória por 1 a 0 em casa. Na segunda partida, empate por 0 a 0 fora.

O Parma enfrentou o Bayer Leverkusen na semifinal. No primeiro jogo, na Alemanha, vitória italiana por 2 a 1, com gols de Dino Baggio e Asprilla. Na segunda partida, no Ennio Tardini, uma ótima atuação trouxe a vitória por 3 a 0 e a classificação, com dois tentos anotados por Asprilla e um por Zola.

A final da Copa da UEFA foi entre Parma e Juventus, a terceira entre italianos nas últimas seis edições. O adversário gialloblù eliminou CSKA Sofia, Marítimo, Admira Wacker (Áustria), Eintracht Frankfurt e Borussia Dortmund. A primeira partida aconteceu no Ennio Tardini, e o Parma venceu por simples 1 a 0, gol marcado por Dino Baggio. O segundo jogo foi no San Siro, em Milão, pois a Juventus se desentendeu com os donos do Delle Alpi, em Turim. Os amarelos começaram perdendo no primeiro tempo, mas Dino Baggio fez 1 a 1 aos nove do segundo e garantiu a histórica conquista do Parma.

A campanha do Parma:
12 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Imago/Buzzi

Internazionale Campeã da Liga Europa 1994

Mais uma Copa da UEFA que ficou nas mãos da Itália. Pela segunda vez, com a Internazionale. Em 1994, não havia mais o trio alemão. Em compensação, a nova dupla holandesa, Dennis Bergkamp e Wim Jonk, foi fundamental para a conquista do bicampeonato nerazzurri.

Fora de campo, a geopolítica continuava a forçar mudanças na distribuição das vagas. Enfim, a Rússia estreou de maneira independente. Por outro lado, a Iugoslávia e seus países dissidentes (exceto Eslovênia) seguiam fora, junto com Albânia e Polônia (punidas como os iugoslavos).

Nas quatro linhas, a Inter fez uma campanha grandiosa, que só ratificou a bela fase do "calcio". Na primeira fase, passou pelo Rapid Bucareste com vitórias por 3 a 1 no San Siro, e por 2 a 0 na Romênia. Na primeira partida, Bergkamp antou um hat-trick. Na segunda partida, eliminou o Apollon Limassol, do Chipre, com vitória por 1 a 0 em Milão, e empate por 3 a 3 fora de casa.

Nas oitavas de final, a Internazionale encarou o Norwich. O primeiro jogo foi disputado na Inglaterra, e os nerazzurri venceram por 1 a 0, gol marcado por Bergkamp, de pênalti. A segunda partida aconteceu no San Siro, e adivinha? O artilheiro holandês antou outra vez, e a Inter venceu novamente por 1 a 0.

Nas quartas, as coisas ficaram mais difíceis contra o Borussia Dortmund. A ida foi na Alemanha, com vitória italiana por 3 a 1 e gols de Jonk (dois) e Igor Shalimov. A vantagem relaxou muito a Inter, que acabou derrota por 2 a 1 na volta em casa, e com chances de sofrer o terceiro tento.

O adversário na semifinal da Copa da UEFA foi o Cagliari. A primeira partida ocorreu no Sant'Elia, na ilha da Sardenha. E só confirmando como o futebol italiano era forte nos anos 1990, os donos da casa venceram por 3 a 2. A desvantagem obrigou a Internazionale a correr no segundo jogo. E a classificação à final veio com vitória por 3 a 0. Os gols foram de Bergkamp, Jonk e Nicola Berti.

A Inter chegou na decisão contra o Austria Salzburg (atual Red Bull), que superou DAC (Eslovênia), Antwerp, Sporting, Eintracht Frankfurt e Karlsruher. A partida de ida foi em Viena, no Ernst-Happel, e o time nerazzurri conseguiu um triunfo simples, por 1 a 0. O gol saiu aos 35 minutos do primeiro tempo, com Berti. O jogo de volta foi no San Siro, para mais de 80 mil torcedores. Confirmando o favoritismo, os italianos levaram o bicampeonato com nova vitória por 1 a 0. O gol do título foi de Jonk, aos 22 do segundo tempo.

A campanha da Internazionale:
12 jogos | 9 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 22 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Imago/Buzzi

Como será a Copa do Mundo Feminina no Edição dos Campeões

Você já deve ter percebido que o Edição dos Campeões está com a cara diferente. É que entre 20 de julho e 20 de agosto vai acontecer a Copa do Mundo Feminina de 2023, na Austrália e na Nova Zelândia. E a identidade visual diferente vai marcar este momento, junto com uma programação especial.

O plano é republicar, assim como foi feito na Copa Masculina em 2022, todos os pôsteres das campeãs, até a nova final. Junto, a versão GOLD EDITION, assim como foi no ano anterior. E também dois compilados, um com todas as vices, outro com todas as terceiras colocadas.

Mas, como são muito menos edições da Copa Feminina (nove, ante 22 masculinas), NÃO SERÁ POSSÍVEL INICIAR A COBERTURA IMEDIATAMENTE. Como o blog depende muito dos acessos diários, não dá para espaçar demais as postagens. Para que todo o período da Copa pudesse ser útil, teriam que ser pelo menos três ou quatro dias entre cada uma das 11 postagens programadas. É um intervalo de tempo muito grande e a queda nos acessos seria enorme nesse meio-tempo.

Portanto, o Edição dos Campeões SEGUIRÁ COM A SÉRIE DA LIGA EUROPA ATÉ O DIA 29 DE JULHO. A PARTIR DO DIA 31, vão começar as postagens sobre a Copa do Mundo Feminina. No mesmo regime já conhecido, a cada dois dias, 11 histórias até o dia 20 de agosto, quando iremos conhecer a nova seleção campeã mundial.


Juventus Campeã da Liga Europa 1993

A partir de 1993, a Europa teve seu mapa drasticamente alterado com o fim da União Soviética e da Iugoslávia. Claro que as competições da UEFA deveriam de adaptar a isso. Mas não foi uma causa imediata, pois os novos países ainda dependiam da filiação à entidade. De novidades de fato para a Copa da UEFA desta temporada, tivemos as entradas de Ucrânia e Eslovênia. Os soviéticos ainda conseguiram uma sobrevida com a Comunidade dos Estados Independentes. Já a Iugoslávia, em guerra, estava suspensa. Para finalizar, a Alemanha Oriental enfim desapareceu dos quadros.

À parte da geopolítica, a Itália recuperou sua hegemonia na Copa da UEFA. A Juventus, comandada por Giovanni Trapattoni e capitaneada por Roberto Baggio, conseguiu em 1993 o tricampeonato, um feito inédito na história do torneio, com uma campanha que beirou a perfeição. A caminhada bianconeri começou diante do Anorthosis, do Chipre. A classificação foi fácil, com goleadas por 6 a 1 no Delle Alpi, em Turim, e por 4 a 0 fora de casa.

Na segunda fase, a Juve enfrentou o Panathinaikos, numa classificação mais difícil do que se imaginava. Na ida, vitória curta por 1 a 0 na Grécia. Na volta, em casa, os italianos não conseguiram sair do 0 a 0. Nas oitavas de final, contra o Sigma Olomouc, da Tchecoslováquia, as coisas voltaram a ficar tranquilas, com vitória por 2 a 1 fora, e goleada por 5 a 0 em Turim.

Nas quartas, o adversário foi o Benfica. O primeiro jogo aconteceu em Lisboa, no Estádio da Luz, e a Juventus acabou derrotada por 2 a 1. A segunda partida foi no Delle Alpi, e os bianconeros reverteram a situação e garantiram um lugar na semifinal ao ganharem por 3 a 0. Os gols foram marcados por Jürgen Kohler, Dino Baggio e Fabrizio Ravanelli.

O Paris Saint-Germain foi o rival da Vecchia Signora na semi. A ida foi realizada em Turim. De maneira emocionante, a Juve conseguiu abrir 2 a 1 de vantagem, de virada, com dois gols de Roberto Baggio, com o segundo acontecendo aos 45 minutos do segundo tempo. A volta foi no Parc des Princes, e os italianos confirmaram a vaga na decisão com outra vitória por 1 a 0 e outro tento de Baggio.

A decisão foi contra o Borussia Dortmund, que deixou para trás Floriana (Malta), Celtic, Zaragoza, Roma e Auxerre. O primeiro jogo foi no Westfalenstadion, na Alemanha. Com dois gols de Roberto Baggio e outro do xará Dino, a Juventus venceu por 3 a 1 e colocou a mão no terceiro título. A segunda partida foi no Delle Alpi, e a confirmação veio no triunfo por 3 a 0, com dois gols de Dino Baggio e um de Andreas Möller.

A campanha da Juventus:
12 jogos | 10 vitórias | 1 empate | 1 derrota | 31 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Juventus

Ajax Campeão da Liga Europa 1992

A Copa da UEFA de 1992 foi de transição. Na mesma época, a Europa sofria grandes mudanças geográficas com o fim da União Soviética, da Iugoslávia unificada e da Alemanha Oriental. Os alemães, aliás, conseguiram um "golpe de sorte" com a participação de seis clubes na terceira competição do continente. Quatro do lado ocidental e dois do lado oriental. Isto se deu porque as ligas ainda ocorreram separadamente em 1991. Já as alterações para soviéticos e iugoslavos só aconteceriam em 1993, pois ambas as quedas de governo ocorreram com a Copa da UEFA em andamento.

Em campo, o título europeu ficou nas mãos do Ajax, que conseguiu colocar um freio na dominação italiana que já durava desde 1989. Um time promissor, comandado por Louis Van Gaal, que abriria caminho para conquistas maiores três anos depois. Na primeira fase, os holandeses eliminaram o Örebro, da Suécia, com vitórias por 3 a 0 na ida, disputada em Düsseldorf (Alemanha) devido a uma punição da UEFA por hooliganismo, e por 1 a 0 na volta fora.

Na segunda fase, "de godenzonen" (os filhos de Deus), enfrentaram o Rot-Weiss Erfurt, da ex-Alemanha Oriental. No primeiro jogo, vitória por 2 a 1 fora de casa. Na segunda partida, ainda sob pena em solo alemão, outro triunfo por 3 a 0 classificou o Ajax para as oitavas de final.

O próximo adversário foi o Osasuna, da Espanha. A ida aconteceu em Pamplona, fora de casa, com vitória do Ajax por 1 a 0, gol marcado por Dennis Bergkamp. A volta, de novo, foi fora da Holanda, em Düsseldorf. E com outro gol de Bergkamp e outro triunfo por 1 a 0, o clube holandês estava nas quartas de final.

Nas quartas, o Ajax encarou o Gent. A primeira partida foi disputada na Bélgica, e a campanha 100% dos vermelhos foi interrompida pelo empate por 0 a 0 fora de casa. O segundo jogo, enfim, foi realizado em Amsterdã, no Estádio Olímpico. Com o fim da punição, o Ajax bateu os belgas por 3 a 0. Na semifinal, eliminou o Genoa com uma emocionante vitória por 3 a 2 na Itália, garantida com um gol de Aron Winter aos 44 minutos do segundo tempo, e um empate por 1 a 1 na Holanda, buscado com um gol de Bergkamp.

A final foi contra o Torino, que buscava manter a hegemonia italiana. Eles passaram por KR (Islândia), Boavista, AEK Atenas, Boldklubben (Dinamarca) e Real Madrid. O primeiro jogo foi em Turim. Wim Jonk e Stefan Pettersson marcaram para o Ajax, mas o adversário buscou duas vezes o empate, que ficou no 2 a 2. O tento de Petterson, de pênalti, acabou sendo o do título (invicto), pois na volta em Amsterdã, o placar ficou no 0 a 0 e os holandeses fizeram valer a regra do gol anotado fora de casa.

A campanha do Ajax:
12 jogos | 8 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 20 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto ANP/Hollandse Hoogte