A década de 60 chega à metade com a Copa Intercontinental ganhando muita força. Apesar de ela ocorrer com certa clandestinidade, o torneio continuava ganhando alto status entre os torcedores, principalmente os sul-americanos.
O ano de 1965 trouxe o replay da última disputa mundial. A Internazionale conquistou o bicampeonato europeu com vitória por 1 a 0 sobre o Benfica. O clube ainda conseguiu algo raro na competição: foi campeão jogando em seu próprio estádio, o San Siro. Um mês antes do título da Inter, o Independiente também alcançava sua segunda Libertadores, após vencer o Peñarol em final decidida em melhor de três jogos: vitória por 1 a 0 na ida, derrota por 3 a 1 na volta, e goleada por 4 a 1 no desempate.
De um lado, a consolidação. Do outro, a chance de revanche. Nerazzurri e Rojos voltaram a campo pelo título mundial a partir do dia 8 de setembro. Desta vez, a ida foi em Milão. Cerca de 75 mil torcedores assistiram ao primeiro tira-teima entre as equipes. Jogando o melhor futebol da Europa — e quiçá do planeta —, a Internazionale não deu nenhuma chance ao time argentino, nem mesmo para sonhar com uma vingança. Logo aos três minutos de partida, o espanhol Joaquín Peiró abriu o placar para a equipe italiana.
Desorientado com o gol sofrido tão cedo, o Independiente virou presa fácil em campo. Aos 22 minutos, Sandro Mazzola ampliou a contagem. Ainda houve espaço para mais: aos 14 minutos do segundo tempo, Mazzola marcou novamente. O resultado de 3 a 0 encaminhava o bi italiano, mas os argentinos ainda tinham uma certa vantagem: vencer a volta por qualquer placar e forçar o desempate em casa, tal como ocorreu ao contrário um ano antes.
La Doble Visera, em Avellaneda, recebeu o jogo de volta no dia 15 de setembro. A Internazionale entrou em campo com muita precaução, principalmente devido à fama de que os argentinos eram mais violentos quando em desvantagem. Mas a partida transcorreu sem anormalidades. Quanto mais o tempo passava, mais difícil ficava a tarefa de reverter o quadro para o Independiente. Ao mesmo tempo, a Inter segurava a pressão com maestria. O 0 a 0 jamais sairia do placar daquele jogo. Diante de 80 mil argentinos frustrados, o Mundial parou novamente nas mãos do time nerazzurri.
A merecida conquista do bicampeonato intercontinental da Inter foi o ponto mais alto de uma época muito feliz do clube. Além dos quatro títulos entre Mundial e Copa Europeia, o grupo de Mazzola, Peiró, Luis Suárez, Jair da Costa e Mario Corso conquistou também três Campeonatos Italianos, nas temporadas 1962/63, 1964/65 e 1965/66.