Boca Juniors Campeão Mundial 2000

Nada mudou no planejamento de Conmebol, UEFA e Toyota em razão da criação do Mundial de Clubes da FIFA. A Copa Intercontinental seguiu sua programação normal e, no ano 2000, recebeu duas das camisas mais pesadas que o futebol já viu. O Japão falaria espanhol no final do século XX.

Terceiro lugar no Mundial do Brasil em janeiro, o Real Madrid conquistou sua oitava Liga dos Campeões meses depois. No mata-mata europeu, o time merengue derrubou Manchester United, Bayern de Munique e Valencia na decisão, vencendo por 3 a 0.

Na Libertadores, surgia uma nova dinastia sul-americana. O Boca Juniors alcançou seu terceiro título continental sob o comando técnico de Carlos Bianchi e com um jovem Juan Román Riquelme brilhando no meio-campo. O clube xeneize eliminou Universidad Católica, El Nacional, River Plate e América do México, antes de superar o Palmeiras na final em três atos: 2 a 2 na ida, 0 a 0 na volta e 4 a 2 nos pênaltis.

O Mundial mais famoso foi disputado em 28 de novembro. Os dois times chegaram ao Estádio Nacional de Tóquio com elencos repletos de estrelas. De um lado, Raúl, Fernando Hierro, Iker Casillas, Roberto Carlos e Luís Figo. Do outro, Riquelme, Martín Palermo, Óscar Córdoba e José Basualdo. O brilho em campo sugeria uma partida movimentada. Poucos, no entanto, imaginariam que ela seria decidida tão rapidamente.

Já aos três minutos do primeiro tempo surgiu o nome do jogo (e o futuro dono do carro). Palermo abriu o placar para o Boca após escorar cruzamento de Marcelo Delgado pela ponta esquerda. Foi seu primeiro toque na bola, na primeira chance argentina. Aos seis, Riquelme iniciou um contra-ataque com um lançamento do campo defensivo. A bola caiu nos pés de Palermo, que ganhou na corrida do lateral Geremi e tocou na saída de Casillas. Em seis minutos, dois gols de El Loco praticamente decidiram o rumo do Mundial.

O Real Madrid conseguiu descontar tão rápido quanto sofreu os golpes. Aos 12, Roberto Carlos aproveitou um corte errado de Hugo Ibarra e acertou um golaço da entrada da área pela esquerda. Depois do 2 a 1 relâmpago, muitos esperavam uma chuva de gols, mas as redes não balançaram mais até o apito final. Melhor para o Boca Juniors, que conquistou seu segundo título mundial e voltou à primeira fila do futebol após 22 anos. E foi um retorno para durar quase toda a década.


Foto Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

Corinthians Campeão Mundial 2000

A Copa Intercontinental e seu êxito em apontar um campeão mundial sempre despertou na FIFA um tipo de “ciúme”. A entidade buscou, por diversas vezes, algum tipo de parceria e a inclusão de outras confederações no torneio. Só que nunca houve acordo com Europa e América do Sul.

Na virada do milênio, a FIFA resolveu criar sua própria competição, anual e paralela à UEFA, Conmebol e Toyota. A ideia, levantada em 1993 e aprovada em 1997, foi o último grande ato de João Havelange na presidência da entidade — e o primeiro de um ainda candidato à presidência Joseph Blatter, que viria a ser eleito em 1998.

O Mundial de Clubes estava previsto para o fim de 1999, e o Brasil acabou escolhido como sede, com grande lobby. Porém, como a temporada brasileira terminava somente na semana do Natal, a disputa foi postergada para janeiro de 2000.

Cada confederação indicou seu representante campeão. A UEFA convocou o Manchester United (vencedor da Liga dos Campeões); a Conmebol optou pelo Vasco (vencedor da Libertadores 1998); a Concacaf designou o mexicano Necaxa; a CAF trouxe o marroquino Raja Casablanca; a AFC enviou o saudita Al-Nassr; e a OFC teve o australiano South Melbourne. Para completar oito equipes, a FIFA convidou o Real Madrid, campeão mundial de 1998, e a CBF chamou o Corinthians, campeão brasileiro do mesmo ano, que viria a vencer também em 1999.

Embalado e com um ótimo time, o Timão jogou a fase de grupos no Morumbi. Sua estreia foi contra o Al-Nassr, vencendo por 2 a 0. No jogo seguinte, empate por 2 a 2 contra o Real Madrid, com Edílson brilhando e marcando os dois gols — o segundo com direito a janelinha nas pernas do volante Christian Karembeu. Por fim, 2 a 0 sobre o Raja Casablanca garantiu a classificação à decisão, com o Corinthians liderando a chave com sete pontos e quatro gols de saldo. O Real foi segundo, também com sete pontos, mas saldo três.

A final foi contra o Vasco, que vinha de ótimas vitórias sobre o Manchester United e os demais adversários. Em 120 minutos, nada de gols. Nos pênaltis, Freddy Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu converteram para os corintianos, enquanto apenas três vascaínos acertaram. Marcelinho Carioca teve a chance de fazer o gol do título, mas perdeu a última cobrança.

A sorte do dia 14 de janeiro de 2000 estava do lado do Corinthians: Edmundo também errou o último chute carioca. Por 4 a 3, o Alvinegro conquistava seu primeiro título mundial, uma taça especial no coração da fiel torcida. E, apesar do sucesso da FIFA na organização, o Mundial de Clubes nascia com mais dúvidas do que certezas. Como seria em 2001?


Foto Alexandre Battibugli/Placar

Manchester United Campeão Mundial 1999

Inventores do futebol moderno, os britânicos se consideraram, durante muitos anos, importantes demais para disputar competições contra clubes e seleções de outros países — especialmente os ingleses, que se sobressaíam diante dos escoceses, galeses e irlandeses. Para eles, o mundo era composto apenas por suas duas ilhas. Esse cenário só mudou nos anos 1950, e o preço pela arrogância foi caro: na Copa Intercontinental, demorou quase quatro décadas para que um time do Reino Unido chegasse ao título.

O feito coube ao inglês Manchester United em 1999, após ter sido vice em 1968. Já com 13 anos de comando no clube, Alex Ferguson havia montado uma ótima equipe, com David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e Gary Neville. Mas o heroísmo no título da Liga dos Campeões daquela temporada coube a dois reservas: Teddy Sheringham e Ole Solskjaer, autores dos gols na histórica virada por 2 a 1 contra o Bayern de Munique, nos acréscimos do segundo tempo. Antes disso, os Red Devils já tinham deixado para trás Barcelona, Internazionale e Juventus.

O oponente inglês no Mundial veio do Brasil, que conquistava sua terceira taça consecutiva na Libertadores. O Palmeiras enfim alcançava seu primeiro título, após eliminações marcantes sobre Vasco, Corinthians e River Plate. Na decisão contra o Deportivo Cali, derrota na ida por 1 a 0 e vitória na volta por 2 a 1 levaram o Verdão à disputa de pênaltis, onde venceu por 4 a 3.

O Nacional de Tóquio recebeu o Mundial de 1999 no dia 30 de novembro. O Palmeiras não devia nada ao United, já que contava com grandes jogadores, como Alex, Zinho, Paulo Nunes, Francisco Arce e César Sampaio. O foco estava todo no time inglês, mas não houve facilidade para o lado brasileiro, que teve quase o dobro de finalizações durante os 90 minutos.

Dois lances decidiram o título em favor do Manchester United. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Giggs fez boa jogada pela ponta esquerda e cruzou para a área. O goleiro Marcos saiu mal, não achou a bola, e ela sobrou para Roy Keane finalizar e abrir o placar. Aos nove minutos do segundo tempo, Evair lançou Alex em profundidade; ele saiu de trás da defesa, ficou cara a cara com Mark Bosnich e empatou o jogo. Ou quase isso, pois o lance acabou mal anulado pelo bandeirinha. Até hoje os palmeirenses reclamam, e com razão.

O fato é que o 1 a 0 permaneceu até o fim, apesar da pressão brasileira. E o United, que não mostrou muito brilho no Japão, ficou com o título inédito não só para si, mas também para toda a Inglaterra, que via, na quinta tentativa, um clube seu ser campeão mundial.


Foto Masahide Tomikoshi

Real Madrid Campeão Mundial 1998

Uma vida inteira pode ser colocada em quanto tempo? Talvez, em mais de 38 anos. Mas, para os torcedores do Real Madrid, 38 invernos foram mais do que suficientes para criar um sentimento nostálgico geral. Durou de 1960 a 1998 o período em que o clube merengue esteve fora do topo do futebol mundial.

Neste meio tempo, o Real co-dominou com o Barcelona o futebol espanhol e levou só três taças europeias: a longínqua Copa dos Campeões de 1996 e as Copas da UEFA de 1985 e 1986. Milionário, o clube formou um dos primeiros elencos mundiais da era pós-Lei Bosman. Só quatro espanhóis entraram em campo na final da Liga dos Campeões de 1998, contra a Juventus. O Real Madrid venceu por 1 a 0 e conquistou o sétimo título continental e a vaga ao Mundial. Antes, o time impôs eliminações sobre Feyenoord, Dínamo de Kiev e Mônaco.

Ao mesmo tempo em que o Real conseguia um retorno de 32 anos à Copa Intercontinental, um grande esquadrão brasileiro chegava ao primeiro título na Libertadores. O Vasco, que tinha uma remota aparição na Copa Rio de 1951 e o título sul-americano de 1948, venceu os dois jogos da decisão contra o Barcelona de Guayaquil, por 2 a 0 na ida e 2 a 1 na volta. Para chegar à conquista, o cruz-maltino bateu justamente os últimos três campeões do torneio: Cruzeiro, Grêmio e River Plate.

O encontro no Mundial aconteceu no dia 1º de dezembro. O Real Madrid possuía o favoritismo, mas o Vasco chegava com um grupo unido, que não daria sossego em campo. Diferentemente das três finais anteriores no Nacional de Tóquio, a partida foi lá e cá. Dois fatores foram determinantes para a decisão do título em favor do time espanhol: a sorte e a habilidade de um jovem ídolo.

Os dois times criavam oportunidades quando uma infelicidade vascaína levou ao primeiro gol do Real. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Clarence Seedorf inverteu uma bola para Roberto Carlos, no lado esquerdo. O lateral avançou e arriscou a finalização de fora da área. A bola iria para fora, não fosse o desvio do volante Nasa, que tentou afastar de cabeça, mas atirou para dentro do gol defendido por Carlos Germano.

Aos poucos, a equipe brasileira equilibrou a partida, chegando ao empate aos 11 do segundo tempo, quando Juninho Pernambucano aproveitou um rebote dado pelo goleiro Bodo Illgner e soltou uma bomba na entrada da grande área. Mas o dia era espanhol. Aos 38, Raúl recebeu lançamento em velocidade, deixou Vítor e Odvan no chão com dois dribles e marcou 2 a 1, sem chances para a defesa de Germano. E, 38 anos depois, o Real Madrid conseguia ser novamente o campeão mundial.


Foto Arquivo/Associated Press

Borussia Dortmund Campeão Mundial 1997

O futebol pós-Lei Bosman viveu um período de adaptações no fim da década de 90. Os clubes com maior poder de investimento começavam a esboçar um distanciamento em relação às equipes com menos cacife financeiro. A Liga dos Campeões da Europa veria cada vez menos títulos de equipes “nacionais”, como Steaua Bucareste, Estrela Vermelha e Ajax.

A edição de 1997 da sempre querida Champions foi uma das últimas a ter como campeão um clube da segunda prateleira do futebol no Velho Continente. Era uma época em que ainda os países levavam apenas uma vaga na competição, e a alemã ficou com o Borussia Dortmund. Para chegar à conquista inédita, o time precisou eliminar Auxerre e Manchester United no mata-mata e vencer a Juventus na decisão por 3 a 1.

No lado sudaca, a Libertadores viu uma campanha de recuperação chegar ao título. O Cruzeiro conseguiu o bicampeonato depois de estar quase eliminado na fase de grupos. A equipe perdeu os três primeiros jogos, mas recuperou-se no returno, compensando com três vitórias. Depois, a Raposa eliminou El Nacional, Grêmio e Colo-Colo, sempre vencendo em casa e perdendo fora. A única fase sem derrota foi a própria final, contra o Sporting Cristal: 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta.

Os clubes chegaram à Copa Intercontinental com mudanças no banco de reservas. No BVB, Ottmar Hitzfeld deu lugar ao italiano Nevio Scala. Já no Cruzeiro, Paulo Autuori foi substituído por Nelsinho Baptista. Dentro de campo, os times agiram de maneira oposta. Enquanto o Borussia manteve quase todos os titulares, o clube mineiro afundou no caos: brigou para não cair no Brasileiro e contratou jogadores apenas para atuar no Mundial. Bebeto, Gonçalves e Donizete foram integrados ao elenco com poucos dias para treinos e entrosamento.

A atitude cruzeirense descaracterizou a base titular, pois Nonato, Wilson Gottardo (capitão da equipe) e Marcelo Ramos foram sacados em prol dos “contratados”. Houve ainda um quarto atleta de aluguel, Alberto Valentim, mas este ficou na reserva.

O Nacional de Tóquio recebeu BVB e Cruzeiro no dia 2 de dezembro. O time alemão, muito mais organizado, dominou durante a maior parte do tempo. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Michael Zorc aproveitou cruzamento de Stéphane Chapuisat e abriu o placar, de cabeça. Os mineiros cansaram de desperdiçar chances, e o Borussia Dortmund fez 2 a 0 aos 40 do segundo tempo, quando Paulo Sousa ganhou uma dividida com Elivélton e cruzou para Heiko Herrlich desviar ao gol. O resultado confirmou o favoritismo dos alemães, campeões pela primeira vez de um jeito tranquilo.


Foto Matthew Ashton/Empics/Getty Images

Juventus Campeã Mundial 1996

A virada de 1995 para 1996 tem uma grande representação nos rumos que tomou o futebol atual. No dia 15 de dezembro, o Tribunal de Justiça da União Europeia deu razão à causa do jogador belga Jean-Marc Bosman, que processou o RFC Liège quando estava em fim de contrato. Ele estava acertado para atuar no Dunkerque, da França, mas não conseguiu a transferência porque deveria indenizar o antigo clube. O caso feria o Tratado de Roma, que diz que todo cidadão da União Europeia tem livre acesso para trabalhar entre seus países.

A "Lei Bosman" passou a incluir os futebolistas na categoria de trabalhadores comunitários, e as restrições de estrangeiros foram deixando de existir nas federações dos países-membros da UE. Assim, o que começou a se ver na Europa foi a globalização dos clubes. Em 1996, a Juventus foi bicampeã da Liga dos Campeões ainda com nove italianos titulares, vencendo o Ajax na final por 4 a 2 nos pênaltis, após 1 a 1 no tempo normal.

Mas para o Mundial as mudanças começariam. Os nove conterrâneos foram reduzidos a seis, e os franceses Didier Deschamps e Zinedine Zidane não eram mais considerados estrangeiros. A trajetória do título da Vecchia Signora ainda passou por eliminações sobre Real Madrid e Nantes.

Na América do Sul, tudo continuou normal, e o River Plate conseguiu o bicampeonato da Libertadores vencendo o América de Cali na decisão, tal qual dez anos antes. O time millonario perdeu a ida por 1 a 0, mas venceu a volta por 2 a 0. Tudo sob o comando do meia uruguaio Enzo Francescoli. Na campanha, o River bateu San Lorenzo e Universidad de Chile nas fases anteriores.

A Copa Intercontinental entre Juventus e River Plate foi realizada em 26 de novembro, como sempre, no Nacional de Tóquio. Os efeitos da globalização no futebol ainda estavam para ser conhecidos, mas já se percebia uma tendência de predomínio europeu nesta partida. O clube italiano dominou o argentino na maior parte do tempo, mas parava na grande atuação do goleiro Roberto Bonano. Os argentinos criaram bem menos, com a melhor chance sendo uma bola de Ariel Ortega no travessão.

O gol da justiça na atuação e do título dos italianos aconteceu só aos 36 minutos do segundo tempo. Angelo Di Livio cobrou escanteio, e o croata Alen Boksic desviou a bola de cabeça, que sobrou para Alessandro Del Piero fuzilar no ângulo esquerdo. Depois, os dois times tiveram oportunidades para empatar ou ampliar o resultado, mas tudo ficou no 1 a 0. Com isso, a Juventus chegou ao seu segundo título mundial, que também serviu como um recado: um desequilíbrio poderia estar surgindo com as novas políticas de contratações na Europa.


Foto Arquivo/AP/Lapresse

Ajax Campeão Mundial 1995

A década de 90 chegou à metade trazendo uma Copa Intercontinental cheia de vitalidade. O sucesso da decisão noturna de 1994 foi tão grande que a Toyota decidiu repetir a fórmula em 1995. A única diferença foi o horário, agora antecipado para as sete da noite. Em campo, o torneio completava 35 anos com agradáveis retornos representando os lados opostos do Atlântico.

Na Liga dos Campeões da Europa, o Ajax encerrou 21 temporadas de jejum ao conquistar seu quarto título continental (23, se considerada a presença no Mundial). O clube holandês eliminou Hajduk Split e Bayern de Munique antes de encontrar o Milan na final, vencendo por 1 a 0. A equipe titular dos Godenzonen era praticamente a seleção da Holanda, reforçada pelo camisa 7 da Nigéria e pelo camisa 10 da Finlândia: Finidi George e Jari Litmanen se juntavam a Patrick Kluivert, Marc Overmars, Danny Blind, Edgar Davids, Edwin van der Sar e os irmãos Frank e Ronald de Boer.

Na Libertadores, o Grêmio quebrou um jejum de 12 anos ao conquistar seu segundo título sul-americano. O time gaúcho passou por Olimpia, Palmeiras e Emelec antes de superar o Atlético Nacional na decisão: 3 a 1 na ida e 1 a 1 na volta. De seleção no elenco gremista, apenas os paraguaios Francisco Arce e Catalino Rivarola, mas o ataque com Paulo Nunes e Jardel, o meio-campo com Dinho e Carlos Miguel, e a defesa com Danrlei, Adílson e Roger, impunham respeito.

O Nacional de Tóquio recebeu Ajax e Grêmio no dia 28 de novembro. O favoritismo era do time holandês, ainda invicto na temporada 1995/96. Os europeus viam o clube brasileiro com desconfiança, já que as informações que chegavam indicavam um time menos técnico e mais baseado na raça — confundida, acima do comum, com violência. Os gaúchos impuseram muitas dificuldades ao Ajax, que não conseguiu converter as chances criadas, nem mesmo depois que Rivarola foi expulso no segundo tempo. O Grêmio, com menos conclusões, quase surpreendeu quando Jardel perdeu um gol cara a cara com Van der Sar, mandando a bola rente à trave esquerda.

Pela primeira vez, um Mundial terminou sem gols no tempo normal. A prorrogação, com o inédito gol de ouro, também permaneceu zerada. Após cansativos 120 minutos, os pênaltis seriam decisivos. A disputa começou mal para ambos, com Dinho e Kluivert desperdiçando seus chutes. A sorte do Ajax foi selada quando Arce errou o segundo chute gremista, acertando o travessão. Dali em diante, ninguém mais falhou, e Blind marcou o gol do título holandês, fechando em 4 a 3 após os acertos dos dois De Boer e de Finidi. O Ajax conquistava um bicampeonato emocionante e inesquecível, na única disputa sem gols em toda a história.


Foto Masahide Tomikoshi