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Boca Juniors Campeão Mundial 2003

Um clima de fim de feira começava a pairar sobre a Copa Intercontinental. A fórmula do Mundial da FIFA, que fora adiado de 2001 para 2003, explodiu definitivamente no ano em que a concorrente parceria entre UEFA, Conmebol e Toyota completou 23 anos. A concorrência estava com os dias contados: a entidade suíça, as duas confederações e a montadora japonesa enfim se entenderam, e a velha ideia de expansão do torneio mundialista evoluiu, embora sem confirmação oficial até o dia da segunda disputa em Yokohama.

Os trabalhos continuaram normalmente no preenchimento das duas vagas do Mundial. Na Libertadores, o Boca Juniors voltava a ampliar seu domínio na década de 2000, conquistando a terceira taça em quatro anos (e a quinta ao todo). O clube argentino derrubou Colo-Colo, Paysandu, Cobreloa, América de Cali, além do Santos na final, com vitórias por 2 a 0 na ida e por 3 a 1 na volta.

Na Europa, o Milan foi hexa da Liga dos Campeões. Os italianos eliminaram Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Ajax e Internazionale para chegar na decisão contra o Juventus. O título foi conquistado após empate sem gols e vitória nos pênaltis por 3 a 2.

Cinco títulos mundiais e 11 continentais entraram no gramado do Estádio Internacional no dia 14 de dezembro de 2003. O Milan trazia uma verdadeira seleção, enquanto o Boca colocava a velha raça argentina. A partida foi pegada, e a disparidade entre os elencos não foi vista em campo. O time italiano tentou tomar a iniciativa, mas foi igualmente surpreendido pelas as chances criadas pelos xeneizes.

O primeiro gol foi milanista: aos 23 minutos do primeiro tempo, Andrea Pirlo roubou a bola no campo de defesa, e fez um belo lançamento para Jon Tomasson, que tocou entre as pernas de Roberto Abbondanzieri. Os argentinos não se abateram e empataram aos 28, quando Guillermo Schelotto cruzou na área para o desvio de Iarley, que teria empatado não fosse a defesa do goleiro Dida. O mérito ficou para Matías Donnet, que aproveitou o rebote. Ninguém sabia, mas este gol de empate seria o último na história da Copa Intercontinental.

O que sucedeu-se após o 1 a 1 foi um cenário de tensão e emoção à flor da pele, com uma série de oportunidades desperdiçadas em ambos os lados. O resultado perdurou até o fim dos 90, e depois dos 120 minutos. A grande história ficou para os pênaltis. Abbondanzieri defendeu os chutes de Pirlo e Alessandro Costacurta, e viu Clarence Seedorf jogar para fora. Só Rui Costa fez. Pelo Boca Juniors, um erro e três acertos, cabendo a Raúl Cascini marcar o gol derradeiro, que decretou 3 a 1 no placar e o tricampeonato mundial ao time xeneize.


Foto Arquivo/Boca Juniors

Real Madrid Campeão Mundial 2002

Tóquio agora faz parte do passado. A partir de 2002, a Copa Intercontinental desembarcaria de vez no século 21. Sequer cogitado para uma reforma, o Estádio Nacional não foi um dos escolhidos para sediar a Copa do Mundo naquele ano, pois o Japão preferiu construir praticamente tudo do zero.

Quatro anos antes, surgira o Estádio Internacional, em Yokohama. Com 73 mil de capacidade e bem mais moderna que a sede olímpica de 1964, a casa do local F. Marinos foi a escolhida para fazer a final do torneio de seleções. Diante da nova realidade, Toyota, UEFA e Conmebol viram no novo estádio uma chance para aumentar ainda mais o nível do Mundial Interclubes, tanto o financeiro quanto o do espetáculo em si. Assim, a disputa mudava de sede pela primeira vez em 22 anos.

O primeiro clube europeu a pisar em Yokohama foi também o primeiro a jogar um Mundial, e um dos últimos a atuar em Tóquio: o Real Madrid. O nono título da Liga dos Campeões foi o início da "Era Galáticos" do time madridista, ainda que nem todos eles jogassem no time na época da decisão, vencida por 2 a 1 sobre o Bayer Leverkusen. Antes, o Real já havia derrubado Porto, Bayern de Munique e Barcelona pelo caminho. A conquista ainda marcava os 100 anos de história do clube.

Pela América do Sul, o Olimpia também coroava seu centenário com o tricampeonato da Libertadores. O clube paraguaio eliminou Cobreloa, Boca Juniors e Grêmio, para fazer a história na final contra a surpresa São Caetano: depois de perder a ida em casa por 1 a 0 e sair perdendo a volta fora, virou para 2 a 1 no segundo tempo e venceu por 4 a 2 nos pênaltis.

Campeão da Europa com Zinedine Zidane e Luís Figo no comando do meio-campo, além de Raúl no ataque, e Roberto Carlos e Fernando Hierro na defesa, o Real Madrid dava continuidade aos Galáticos com as chegadas de Esteban Cambiasso e Ronaldo, que seis meses antes do Mundial fazia os dois gols do Brasil na final da Copa contra a Alemanha. A história do Fenômeno em Yokohama não seria somente a do penta. Em 3 de dezembro, ele voltou ao Internacional para ser o nome do jogo contra o Olimpia, que sentiu a pressão de enfrentar uma verdadeira seleção mundial.

Aos 14 minutos do primeiro tempo, Roberto Carlos lançou para Ronaldo, que na entrada da área driblou um zagueiro e abriu o placar após tocar na saída do goleiro Ricardo Tavarelli. O Fenômeno teve outras chances para aumentar a vantagem espanhola, mas foi o reserva Guti quem fez o 2 a 0, aos 38 do segundo tempo, após aparar de cabeça uma bola cruzada por Figo. Sem sofrer perigos em campo, o Real Madrid levava seu terceiro título mundial, o primeiro da nova casa japonesa.


Foto Masahide Tomikoshi

Bayern de Munique Campeão Mundial 2001

Os torcedores conviveram com a disputa de duas competições mundiais entre clubes na virada para o século 21. O torneio da FIFA de janeiro de 2000 foi muito criticado, mas a entidade seguiu com a ideia em frente. Para 2001, a proposta foi a expansão: aumento de oito para 12 participantes, e de duas para três sedes (quatro estádios). Programada para julho e agosto, o Mundial teria os europeus Real Madrid, La Coruña e Galatasaray, e os sul-americanos Boca Juniors e Palmeiras.

A programação estava acertada, porém tudo foi à cabo em maio, quando a ISL - maior parceira da FIFA - decretou falência. Outros problemas de patrocínio fizeram a competição ser adiada para 2003, mas os problemas persistiram e a entidade cancelou tudo vez. Na contramão de tudo, a Copa Intercontinental continuou em alta com sua simplicidade. A edição de 2001 ficou marcada pela despedida de um dos maiores personagens da jornada de 41 anos: o Estádio Nacional de Tóquio.

O Boca Juniors não ficou na mão com o adiamento da FIFA, levou o tetra da Libertadores e conseguiu a vaga para a última decisão na capital japonesa. O time argentino eliminou Deportivo Cali, Junior Barranquilla, Vasco, Palmeiras, e o Cruz Azul na final, nos pênaltis: 3 a 1 depois de vencer e ida e perder a volta por 1 a 0.

Na Liga dos Campeões, o Bayern de Munique superou o trauma de 1999, e também venceu pela quarta vez, passando por Lyon, Manchester United e Real Madrid, antes do Valencia na decisão, igualmente nos pênaltis: 1 a 1 na partida e 5 a 4 nas cobranças.

No dia 27 de novembro, mais de 51 mil pessoas testemunharam o 22º e último Mundial em Tóquio. Boca e Bayern fizeram um jogo de poucas chances de gol e muitas faltas. O trio Juan Riquelme, Guillermo Schelotto e Marcelo Delgado não foi capaz de furar o gol de Oliver Kahn, e ainda sofreu um desfalque nos acréscimos do primeiro tempo, quando Delgado foi expulso por simular um pênalti.

O ataque alemão, que na verdade era composto pelo brasileiro Élber e o peruano Claudio Pizarro, também não conseguiu passar por Óscar Córdoba nos 90 minutos. O gol do título do Bayern de Munique marcado, de um jeito chorado aos quatro do do segundo tempo da prorrogação. Bixente Lizarazu bateu escanteio, Thorsten Fink cabeceou, a defesa argentina não conseguiu afastar, e a bola sobrou para o ganês Samuel Kuffour, que fez 1 a 0 e confirmou o bicampeonato mundial ao clube bávaro. Com certas emoções, o maior dos palcos mundialistas recebeu um desfecho digno.


Foto Imago/HJS

Boca Juniors Campeão Mundial 2000

Nada mudou no planejamento de Conmebol, UEFA e Toyota em razão da criação do Mundial de Clubes da FIFA. A Copa Intercontinental seguiu a programação normal e, no ano 2000, recebeu duas das camisas mais pesadas que o futebol já viu. O Japão falaria espanhol no final do século 20.

Terceiro lugar no Mundial do Brasil em janeiro, o Real Madrid conquistou sua oitava Liga dos Campeões meses depois. No mata-mata europeu, o time merengue derrubou Manchester United, Bayern de Munique, e o Valencia na decisão, com vitória por 3 a 0.

A Libertadores via o surgimento de uma nova dinastia local naquele 2000. O Boca Juniors chegou ao terceiro título sul-americano com Carlos Bianchi no comando técnico e um jovem Juan Roman Riquelme no meio-campo. O clube xeneize eliminou Universidad Católica, El Nacional, River Plate e América do México, antes de bater o Palmeiras na final, em três atos: 2 a 2 na ida, 0 a 0 na volta e 4 a 2 nos pênaltis.

O Mundial mais famoso foi disputado em 28 de novembro. Os dois times chegaram ao Nacional de Tóquio com ótimos conjuntos. De um lado, Raúl, Fernando Hierro, Iker Casillas, Roberto Carlos e Luís Figo. Do outro, Riquelme, Martín Palermo, Óscar Córdoba e José Basualdo. Tantas estrelas em campo traziam a ideia de uma partida movimentada. Mas poucos imaginariam que ela seria decidida em tão pouco tempo.

Já aos três minutos do primeiro tempo apareceu o cara do jogo (e o futuro dono do carro). Palermo abriu o placar ao Boca depois de escorar cruzamento de Marcelo Delgado pela ponta-esquerda. Foi o primeiro toque do atacante na bola, na primeira chance do time argentino. Aos seis, Riquelme deu cabo de um contra-ataque com um lançamento direto do campo defensivo. A bola caiu no pé de Palermo, que ganhou  na corrida contra o lateral Geremi e tocou na saída do goleiro Casillas. Em seis minutinhos, dois gols de El Loco praticamente decidiram o rumo do Mundial.

O Real conseguiu descontar o placar tão rápido quanto sofreu os golpes. Aos 12 da primeira etapa, Roberto Carlos aproveitou uma bola mal cortada de Hugo Ibarra para fazer um golaço da risca esquerda da grande área. Depois do 2 a 1 relâmpago, muitos pensaram que a partida teria uma chuva de gols, mas a bola não tocaria mais nenhuma das redes até o apito final. Melhor para o Boca Juniors, que venceu seu segundo título mundial e voltou à primeira fila do futebol depois de 22 anos. E foi uma volta para durar quase toda a década.


Foto Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

Corinthians Campeão Mundial 2000

A Copa Intercontinental e o seu êxito em apontar um campeão mundial sempre despertou na FIFA um tipo de “ciúme”. A entidade buscou, por diversas vezes, algum tipo de parceria e a inclusão de outras confederações no torneio. Só que nunca houve negócio com Europa e América do Sul.

Eis que, na virada do milênio, a FIFA resolveu montar a sua própria competição, anual e paralela à UEFA, Conmebol e Toyota. A ideia, levantada em 1993 e aprovada em 1997, foi o último grande ato de João Havelange na presidência da entidade - e o primeiro de um ainda candidato Joseph Blatter, que viria a ser eleito em 1998.

O Mundial de Clubes estava previsto para acontecer no fim de 1999, e o Brasil acabou (com muito lobby) escolhido como sede. Mas, devido à temporada brasileira terminar somente na semana do Natal, a disputa foi postergada para janeiro de 2000.

Cada confederação indicou seu representante campeão. A UEFA convocou o Manchester United (vencedor da Liga dos Campeões); a Conmebol optou pelo Vasco (vencedor da Libertadores 1998); a Concacaf (América do Norte e Central) designou o mexicano Necaxa; a CAF (África) trouxe o marroquino Raja Casablanca; a AFC (Ásia) foi representada pelo saudita Al-Nassr; e a OFC (Oceania) teve o australiano South Melbourne. Para fechar oito equipes, a FIFA convidou o Real Madrid, campeão mundial de 1998, e a CBF chamou o Corinthians, campeão brasileiro do mesmo ano e que viria a vencer também em 1999.

Embalado e com um ótimo time, o Timão jogou a fase de grupos no Morumbi. Sua estreia foi contra o Al-Nassr, o qual venceu por 2 a 0. No jogo seguinte, contra o Real Madrid, empate por 2 a 2 e um histórico show de Edílson, autor dos dois gols sobre o time espanhol - o segundo com direito a janelinha nas pernas do volante Christian Karembeu. Por fim, 2 a 0 sobre o Raja Casablanca classificou o Corinthians à decisão, que liderou a chave com sete pontos e quatro gols de saldo. O Real foi o segundo com os mesmos sete pontos, mas saldo três.

A final foi jogada contra o Vasco, que vinha de ótimas vitórias sobre o Manchester United e os adversários restantes. Em 120 minutos, nada de gols. Nos pênaltis, Freddy Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu converteram para os corintianos, enquanto só três vascaínos acertaram. Marcelinho Carioca teve a chance de fazer o gol do título, mas perdeu a última cobrança.

Só que a sorte do dia 14 de janeiro de 2000 estava ao lado do Corinthians, e Edmundo também errou o último chute carioca. Por 4 a 3, o Alvinegro chegava ao seu primeiro título mundial, uma taça especial no coração da fiel torcida. E apesar do sucesso da FIFA na organização, o Mundial de Clubes nascia com mais dúvidas do que certezas. Como seria em 2001?


Foto Arquivo/Estadão

Manchester United Campeão Mundial 1999

Inventores do futebol moderno, os britânicos se achavam, durante muitos anos, importantes demais para disputar competições contra clubes e seleções de outros países. Principalmente os ingleses, que sobressaíam diante dos escoceses, galeses e irlandeses. Para eles, o mundo era composto apenas por suas duas ilhas. A figura só mudou nos anos 50, e o preço pela arrogância foi caro. Na Copa Intercontinental, demorou quase quatro décadas para que um time do Reino Unido chegasse ao título.

O feito coube ao inglês Manchester United em 1999, que havia sido vice em 1968. Já com 13 anos de comando no clube, Alex Ferguson encaixou uma ótima equipe, com David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e Gary Neville. Mas o heroísmo no título na Liga dos Campeões da temporada coube a dois reservas: Teddy Sheringham e Ole Solskjaer. Foram eles os autores dos gols na final contra o Bayern de Munique, uma histórica virada de 2 a 1 nos acréscimos do segundo tempo. Antes, os Red Devils já tinham deixado para trás Barcelona, Internazionale e Juventus.

O oponente inglês no Mundial veio do Brasil, que conseguia a terceira taça consecutiva na Libertadores. O Palmeiras enfim chegava ao seu primeiro título com bem lembradas eliminações sobre Vasco, Corinthians e River Plate. Na decisão contra o Deportivo Cali, derrota na ida por 1 a 0 e vitória na volta por 2 a 1 levou o Verdão a precisar vencer também nos pênaltis. E conseguiu fazê-lo, por 4 a 3.

O Nacional de Tóquio recebeu o Mundial de 1999 no dia 30 de novembro. O Palmeiras não devia nada ao United, pois contava com grandes jogadores, como Alex, Zinho, Paulo Nunes, Francisco Arce e César Sampaio. O foco estava todo no time inglês, mas não houve facilidade pelo lado brasileiro, que teve quase o dobro de finalizações durante os 90 minutos.

Dois lances decidiram o título em favor do Manchester United. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Giggs fez boa jogada na ponta esquerda e cruzou na área. O goleiro Marcos saiu mal, não achou a bola, e ela sobrou para Roy Keane finalizar e abrir o placar. Aos nove do segundo tempo, Evair lançou em profundidade para Alex, que saiu de trás da defesa, ficou cara a cara com Mark Bosnich e empatou o jogo. Ou quase isso, pois o lance acabou mal anulado pelo bandeirinha. Até hoje os palmeirenses reclamam do lance, e com razão.

O fato é que o 1 a 0 permaneceu até o fim, apesar da pressão brasileira. E o United, que não mostrou muita coisa no Japão, ficou com o título inédito não só para si, mas também para toda a Inglaterra, que via na quinta tentativa um clube seu ser campeão mundial.


Foto Masahide Tomikoshi

Real Madrid Campeão Mundial 1998

Uma vida inteira pode ser colocada dentro de quantos anos? Para a maioria das pessoas, em mais do que 38. Mas para os torcedores do Real Madrid, 38 invernos foram mais do que suficientes para criar um sentimento nostálgico geral. Durou de 1960 a 1998 o período em que o clube merengue esteve fora do topo do futebol mundial.

Neste meio tempo, o Real co-dominou com o Barcelona o futebol espanhol e levou só três taças europeias: a longínqua Copa dos Campeões de 1996 e as Copas da UEFA de 1985 e de 1986. Milionário, o clube formou uma dos primeiros elencos mundiais da era pós-Lei Bosman. Só quatro espanhóis entraram em campo na final da Liga dos Campeões de 1998, contra a Juventus. O Real Madrid venceu por 1 a 0 e conquistou o sétimo título continental e a vaga ao Mundial. Antes, o time impôs eliminações sobre Feyenoord, Dínamo de Kiev e Monaco.

Ao mesmo tempo que o Real conseguia um retorno de 32 anos à Copa Intercontinental, um grande esquadrão brasileiro chegava ao primeiro título na Libertadores. O Vasco, que tinha uma remota aparição na Copa Rio de 1951 e o título sul-americano de 1948, venceu os dois jogos da decisão contra o Barcelona de Guayaquil, por 2 a 0 na ida e por 2 a 1 na volta. Para chegar à conquista, o cruz-maltino bateu justamente os últimos três campeões do torneio: Cruzeiro, Grêmio e River Plate.

O encontro no Mundial aconteceu no dia 1º de dezembro. O Real Madrid possuía o favoritismo, mas o Vasco chegava com um grupo unido, e que não daria sossego em campo. E diferentemente das três finais anteriores no Nacional de Tóquio, a partida foi lá e cá. Dois fatores foram determinantes para a decisão do título em favor do time espanhol: a sorte e a habilidade de um jovem ídolo.

Os dois times criavam oportunidades, quando uma infelicidade vascaína levou ao primeiro gol do Real. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Clarence Seedorf inverteu uma bola para Roberto Carlos no lado esquerdo. O lateral avançou e arriscou a finalização de fora de área. A bola iria para fora, não fosse o desvio do volante Nasa, que tentou afastar de cabeça mas atirou para dentro do gol defendido por Carlos Germano.

Aos poucos, a equipe brasileira equilibrou a partida, chegando ao empate aos 11 do segundo tempo, quando Juninho Pernambucano aproveitou um rebote dado pelo goleiro Bodo Illgner e soltou uma bomba na entrada da grande área. Mas o dia era espanhol. Aos 38, Raúl recebeu lançamento em velocidade, deixou Vítor e Odvan no chão com dois dribles, e marcou 2 a 1 sem chances para a defesa de Germano. E 38 anos depois, o Real Madrid conseguia ser novamente o campeão mundial.


Foto Arquivo/Associated Press

Borussia Dortmund Campeão Mundial 1997

O futebol pós-Lei Bosman viveu um período de adaptações no fim da década de 90. Os clubes com maior poder de investimento começavam a esboçar um distanciamento em relação às equipes com menos cacife financeiro. A Liga dos Campeões da Europa veria cada vez menos títulos de equipes "nacionais", como Steaua Bucareste, Estrela Vermelha e Ajax.

A edição de 1997 da sempre querida Champions foi uma das últimas a ter como campeão um clube da segunda prateleira do futebol no Velho Continente. Era uma época em que ainda os países levavam apenas uma vaga na competição, e a alemã ficou com o Borussia Dortmund. Para chegar à conquista inédita, o time precisou eliminar Auxerre e Manchester United no mata-mata, e vencer a Juventus na decisão, por 3 a 1.

No lado sudaca, a Libertadores viu uma campanha de recuperação chegar ao título. O Cruzeiro conseguiu o bicampeonato depois de estar quase eliminado na fase de grupos. A equipe perdeu os três primeiros jogos, mas recuperou-se no returno, compensado com três vitórias. Depois, a Raposa eliminou El Nacional, Grêmio e Colo-Colo, sempre vencendo em casa e perdendo fora. A única fase sem derrota foi a própria final, contra o Sporting Cristal: 0 a 0 na ida e 1 a 0 na volta.

Os clubes chegariam à Copa Intercontinental com mudanças no banco de reservas. No BVB, Ottmar Hitzfeld deu lugar ao italiano Nevio Scala. Já no Cruzeiro, Paulo Autuori foi substituído por Nelsinho Baptista. Dentro do campo, os times agiram de maneira oposta. Enquanto o Borussia manteve quase todos os titulares, o clube mineiro afundou no caos: brigou para não cair no Brasileiro e contratou jogadores para atuar apenas no Mundial. Bebeto, Gonçalves e Donizete foram integrados ao elenco com poucos dias para treinos e entrosamento.

A atitude cruzeirense descaracterizou a base titular, pois Nonato, Wilson Gottardo (capitão da equipe) e Marcelo Ramos foram sacados em prol dos "contratados". Houve ainda um quarto atleta de aluguel, Alberto Valentim, mas este ficou na reserva.

O Nacional de Tóquio recebeu BVB e Cruzeiro no dia 2 de dezembro. O time alemão, muito mais organizado, dominou durante a maior parte do tempo. Aos 34 minutos do primeiro tempo, Michael Zorc aproveitou cruzamento de Stéphane Chapuisat e abriu o placar, de cabeça. Os mineiros cansaram de errar chances, e o Borussia Dortmund fez 2 a 0 aos 40 do segundo tempo, quando Paulo Sousa ganhou uma dividida com Elivélton e cruzou para Heiko Herrlich desviar ao gol. O resultado confirmou o favoritismo dos alemães, campeões pela primeira vez de um jeito tranquilo.


Foto Matthew Ashton/Empics/Getty Images

Juventus Campeã Mundial 1996

A virada de 1995 para 1996 tem uma grande representação nos rumos que tomaram o futebol atual. No dia 15 de dezembro, o Tribunal de Justiça da União Europeia deu razão à causa do jogador belga Jean-Marc Bosman, que processou o local RFC Liège quando estava em fim de contrato. Ele estava acertado para atuar no francês Dunkerque, mas não conseguiu a transferência porque deveria indenizar o antigo clube. O caso feria o Tratado de Roma, que diz que todo cidadão da União Europeia tem livre acesso para trabalhar entre seus países.

A "Lei Bosman" passou a incluir os futebolistas na categoria de trabalhadores comunitários, e as restrições de estrangeiros nas federações foram deixando de existir entre os membros da UE. Assim, o que começou a se ver na Europa foi a globalização dos clubes. Em 1996, a Juventus foi bicampeão da Liga dos Campeões ainda com nove italianos titulares, vencendo o Ajax na final, por 4 a 2 nos pênaltis após 1 a 1 no tempo normal.

Mas para o Mundial as mudanças começariam. Os nove conterrâneos foram reduzidos a seis, e os franceses Didier Deschamps e Zinedine Zidane não eram mais considerados estrangeiros. A trajetória do título da Vecchia Signora ainda passou por eliminações sobre Real Madrid e Nantes.

Na América do Sul tudo continuou normal, e o River Plate conseguiu o bicampeonato da Libertadores vencendo o América de Cali na decisão, tal qual dez anos antes. O time millonario perdeu a ida por 1 a 0, mas venceram a volta por 2 a 0. Tudo sob o comando do meia uruguaio Enzo Francescoli. Na campanha, o River bateu San Lorenzo e Universidad de Chile nas fases anteriores.

A Copa Intercontinental entre Juventus e River Plate foi realizada em 26 de novembro, como sempre, no Nacional de Tóquio. Os efeitos da globalização no futebol ainda estavam para ser conhecidos, mas já percebia-se uma tendência de predomínio europeu nesta partida. O clube italiano dominou o argentino na maioria do tempo, mas parava na grande atuação do goleiro Roberto Bonano. Os argentinos criaram bem menos, com a melhor chance sendo uma bola de Ariel Ortega no travessão.

O gol da justiça na atuação e do título dos italianos aconteceu só aos 36 minutos do segundo tempo. Angelo Di Livio cobrou escanteio e o croata Alen Boksic desviou a bola de cabeça, que sobrou para Alessandro Del Piero fuzilar no ângulo esquerdo. Depois, os dois times tiveram oportunidades para empatar ou ampliar o resultado, mas tudo ficou no 1 a 0. Com isso, a Juventus chegou ao seu segundo título mundial, que também serviu como um recado: um desequilíbrio poderia estar surgindo com as novas políticas de contratações na Europa.


Foto Arquivo/AP/Lapresse

Ajax Campeão Mundial 1995

A década de 90 chega na metade trazendo uma Copa Intercontinental cheia de vitalidade. O sucesso da decisão noturna de 1994 foi grande, levando a Toyota repetir a fórmula para 1995. A única diferença foi a faixa horária antecipada, fixada às sete da noite. Em campo, o torneio chegou para os seus 35 anos com agradáveis retornos representando os lados opostos do Atlântico.

Na Liga dos Campeões da Europa, o Ajax acabou com 21 temporadas de fila ao vencer seu quarto título continental (23 se levar em conta a presença no Mundial). O clube holandês eliminou Hajduk Split e Bayern de Munique até encontrar o Milan na final, e vencer por 1 a 0. A equipe titular dos Godenzonen era praticamente a seleção da Holanda, com a adição dos camisas 7 da Nigéria e 10 da Finlândia: Finidi George e Jari Litmanen alinhavam com Patrick Kluivert, Marc Overmars, Danny Blind, Edgar Davids, Edwin Van Der Sar e os irmãos Frank e Ronald De Boer.

Já na Libertadores, o Grêmio quebrou 12 anos de jejum com o segundo título sul-americano. O time gaúcho passou por Olimpia, Palmeiras e Emelec antes de superar o Atlético Nacional na decisão: 3 a 1 na ida e 1 a 1 na volta. De seleção no elenco gremista, só os paraguaios Francisco Arce e Catalino Rivarola, mas o ataque, com Paulo Nunes e Jardel, o meio-campo, com Dinho e Carlos Miguel, e a defesa, com Danrlei, Adílson e Roger, colocavam respeito.

O Nacional de Tóquio recebeu Ajax e Grêmio no dia 28 de novembro. O favoritismo era do time holandês, ainda invicto na temporada 1995/96. Os europeus viam o clube brasileiro com desconfiança, pois a informação que chegou a eles era de que o time atuava menos pela qualidade e mais pela raça, que, acima do comum, foi confundida com violência. Os gaúchos impuseram muita dificuldade ao Ajax, que não concluíram as chances criadas, nem mesmo depois que Rivarola foi expulso no segundo tempo. O Grêmio teve menos conclusões, mas quase fez o crime quando Jardel perdeu um gol frente a frente com Van Der Sar, tocando a bola rente à trave esquerda.

Pela primeira vez um Mundial acabou sem gols no tempo normal. A prorrogação, com o inédito gol de ouro, também ficou zerada. Os pênaltis seriam necessários depois de cansativos 120 minutos. A disputa começou ruim para os dois times, com Dinho e Kluivert errando seus chutes. A sorte a favor do Ajax foi selada quando Arce desperdiçou o segundo chute do Grêmio, atirando a bola no travessão. Ninguém mais errou dali em diante, e Blind foi o responsável pelo gol do título holandês, marcando 4 a 3 após os acertos dos dois De Boer e de Finidi. O Ajax conseguia um bicampeonato com emoção inesquecível, mas sem ter a vida facilitada.


Foto Masahide Tomikoshi

Vélez Sarsfield Campeão Mundial 1994

Já passaram-se 34 anos desde a primeira edição da Copa Intercontinental. Volta e meia neste tempo, era acendida uma discussão sobre incluir todas as confederações na competição, mas Conmebol e UEFA nunca quiseram negociar com a FIFA. Como as forças do futebol já estavam melhor distribuídas nos anos 90, a ideia esquecida desde 1974 voltou à tona.

O dirigente do Milan, Silvio Berlusconi, relançou a proposta na reunião de dezembro de 1993 do comitê executivo da entidade máxima. Ela foi aprovada, mas o anúncio da criação de uma competição mundial de clubes, independente da Copa Intercontinental, foi feito só em 1997. A informação sobre a nova ideia de competição foi divulgada apenas em junho de 1994, em jornais como "O Estado de São Paulo".

Nestes quatro anos de discussão, o Mundial no Japão continuou sua história de sucesso. E em 1994 ela revelaria uma nova força vinda da Argentina. O Vélez Sarsfield era um clube a mais de bairro naquela época, até que retornou à Libertadores. Com a liderança de José Luis Chilavert no gol, o Fortín eliminou Boca Juniors, Defensor e Junior Barranquilla até chegar na final contra o São Paulo. Depois de vencer a ida por 1 a 0 e perder a volta pelo mesmo placar, o time argentino conquistou o título nos pênaltis, por 5 a 3. No comando técnico, Carlos Bianchi começava sua história do "Mister Libertadores".

Na Europa, o Milan conseguia o retorno ao Mundial pelo caminho certo, como campeão. O Rossonero conquistou o penta na Liga dos Campeões ao golear o Barcelona por 4 a 0 na decisão. Antes, o clube derrubou times como Werder Bremen e Anderlecht.

O Mundial mudou sua estética a partir do confronto entre Vélez Sarsfield e Milan. Antes disputadas ao meio-dia, as decisões passaram a ser feitas às oito da noite. E o que era só uma disputa em campo ganhou ares de espetáculo, com luzes, fogos e shows. Argentinos e italianos jogaram em 1º de dezembro no Nacional de Tóquio.

O favoritismo era todo europeu, mas foi o azarão sul-americano quem deu aula. De posicionamento e de contra-ataque. Aos cinco minutos do segundo tempo, Alessandro Costacurta fez pênalti em José Flores. Roberto Trotta bateu e abriu o placar ao Fortín. Aos 12, Costacurta falhou novamente e fez um recuo curto demais para o goleiro Sebastiano Rossi. Omar 'El Turco' Asad antecipou-se ao lance, roubou a bola e chutou ao gol vazio, fazendo 2 a 0.

As pretensões do Milan acabaram desmontadas, e o Vélez administrou a vantagem até o fim. O inédito título mundial, além de ter unido a torcida argentina em torno de um clube pequeno, elevou o status do clube, tornando-se presença frequente em torneios internacionais.


Foto Masahide Tomikoshi

São Paulo Campeão Mundial 1993

Ninguém podia com aquele São Paulo comandado por Telê Santana. Um time estrelado, cheio jogadores de Seleção Brasileira e que suportaram com maestria a absurda maratona de 98 partidas feitas em 1993. O torcedor tinha a equipe titular na ponta da língua: Zetti, Vítor, Válber, Gilmar, Ronaldo Luís, Dinho, Pintado, Cafu, Raí, Palhinha e Müller. Para muitos, era a melhor do mundo naquela época.

Foi esta equipe citada que entrou em campo na primeira partida da final da Libertadores, contra a Universidad Católica. Antes, o Tricolor já havia derrubado Newell's Old Boys, Flamengo e Cerro Porteño. Contra os chilenos, a maior goleada em decisão já vista: 5 a 1. A enorme vantagem permitiu ao São Paulo comemorar o bicampeonato mesmo perdendo por 2 a 0 na volta.

Ao mesmo tempo, a Europa vivia um cenário conturbado. A primeira edição da Liga dos Campeões foi vencida pelo Olympique de Marselha, que eliminou Rangers, Club Brugge e CSKA Moscou antes de vencer o Milan na decisão, por 1 a 0. Mas o clube francês foi impedido de disputar a Copa Intercontinental. Devido a um escândalo de mala preta em jogo contra o Valenciennes, pela liga local. Após investigação, o Marselha teve o título francês, a vaga na Liga dos Campeões seguinte e a vaga no Mundial cassadas, além de ter sido rebaixado à segunda divisão. No entanto, o título europeu foi mantido.

A vaga mundialista foi transferida ao Milan, modificado em relação à 1989 e 1990, mas com um novo esquadrão, formado pelas mãos do técnico Fabio Capello. Raí já não estava mais no São Paulo e sua vaga foi ocupada por Leonardo, mas o Tricolor seguia impondo respeito.

Assim, a disputa de 12 de dezembro entrou para a história com uma das melhores. Aos 19 minutos do primeiro tempo, Cafu cruzou pela direita para Palhinha, que abriu o placar no contrapé do goleiro Sebastiano Rossi. Os italianos pressionavam, mas o Tricolor segurou bem até o começo da etapa final. Logo aos três minutos, uma bola mal afastada caiu na cabeça de Marcel Desailly, que jogou na área para a finalização rasteira de Daniele Massaro. O São Paulo manteve-se em pé, e fez o segundo aos 14 com Toninho Cerezo, que finalizou cruzamento de Leonardo pela esquerda. Aos 36, Jean-Pierre Papin empatou novamente, subindo de cabeça entre a zaga.

O Tricolor chegaria aos 3 a 2 aos 43 minutos, quando Müller, de costas e com a sola do pé, concluiu para o gol lançamento de Cerezo. Depois, não restou mais dúvidas no gramado do Nacional de Tóquio: o São Paulo era mesmo o melhor time do mundo, bicampeão.


Foto Nico Esteves/Placar

São Paulo Campeão Mundial 1992

Brasil e Mundial Interclubes eram duas coisas que combinavam pouco até 1992. Em 32 anos de disputa, só cinco presenças brasileiras, com quatro títulos e um vice. A intimidade com a Copa Intercontinental começaria a aumentar a partir de um dos maiores esquadrões que o futebol nacional já produziu: o São Paulo do técnico Telê Santana.

O mineiro de Itabirito tinha uma larga carreira como técnico, mas com poucos títulos e uma fama de ranzinza. Muitos também o consideravam azarado, pois perdeu duas Copas do Mundo com o Brasil, jogando com estilos opostos: o futebol-arte de 1982 e o pragmático de 1986. Telê chegou em 1990 ao São Paulo, porém a primeira conquista só foi o Brasileiro de 1991.

Ela levou à Libertadores de 1992, em que o Tricolor eliminou Nacional-URU, Criciúma e Barcelona de Guayaquil antes da final contra o Newell's Old Boys. Depois de perder a ida por 1 a 0 e vencer pelo mesmo placar na volta, 3 a 2 nos pênaltis levaram o São Paulo ao ponto mais alto da América do Sul. E Telê ganharia a alcunha de mestre pela torcida.

Ao mesmo tempo, outra camisa pesada enfim atingia o topo no Velho Continente. O Barcelona venceu a última edição da história da Copa dos Campeões Europeus após bater Sparta Praga, Benfica, Dínamo de Kiev, e Sampdoria na final: 1 a 0, na prorrogação. O técnico azulgrana era outro mestre, o holandês Johan Cryuff.

O encontro dos mestres aconteceu em 13 de dezembro, como sempre, no Nacional de Tóquio. São Paulo e Barcelona fizeram uma partida de alto nível, tensa e com uma feliz reviravolta para o time brasileiro. Os catalães começaram melhor, e chegaram cedo ao primeiro gol. Aos 12 minutos, Hristo Stoichkov surpreendeu o goleiro Zetti e, da intermediária, abriu o placar com um golaço por cobertura. O Tricolor melhorou, e aos 27 empatou. Müller fez bonita jogada pela esquerda e cruzou para Raí, que de barriga enganou o goleiro Andoni Zubizarreta.

O jogo seguiu equilibrado para o segundo tempo, mas nenhum time conseguiu desempatar nas chances criadas. Até que Palhinha sofreu falta na entrada da área, aos 33 minutos. Foram três toques para a glória: Raí rolou, Cafu devolveu, e Raí bateu no ângulo direito de um estático Zubizarreta. Com os 2 a 1 a favor, o São Paulo fez passar o tempo até a consagração completa do primeiro título mundial. A conquista foi a confirmação de um domínio tricolor, que começou em junho de 1992 e duraria, pelo menos, até meados de 1994.


Foto Masahide Tomikoshi

Estrela Vermelha Campeão Mundial 1991

O mundo estava mudando no começo dos anos 90. A cortina de ferro que dividia os lados capitalista e socialista foi derrubada nesta época, e o futebol não ficou alheio a isso. E a história da Copa Intercontinental de 1991 tem muitas ligações com o fato. Mas ela começa ainda em 1990.

O Estrela Vermelha, de Belgrado, era um dos principais clubes de uma Iugoslávia quase esfacelada. Em 13 de maio, a equipe enfrentou o Dínamo Zagreb pelo campeonato local. Fora de casa, os torcedores do clube começaram a entoar cantos nacionalistas sérvios em provocação aos croatas, que revidaram. Não demorou para que os ultras invadissem o lado um do outro e iniciassem uma briga generalizada, que estendeu-se à polícia, ao campo e aos jogadores. Um cenário de guerra que acelerou o conflito civil que estava prestes a estourar. A partida jamais terminou, mas ela não tirou o título do Estrela, que foi para a Copa dos Campeões Europeus da temporada 1990/91.

Com cinco sérvios, dois montenegrinos, dois macedônios e um croata no time-base (além de um romeno), o Estrela Vermelha conquistou o título europeu com sobras, eliminando Rangers, Dínamo Dresden e Bayern de Munique antes de bater o Olympique de Marselha na final, nos pênaltis: 0 a 0 no tempo normal e 5 a 3 nas cobranças. Uma das últimas glórias de um território que mergulharia em sangue pelos dez anos seguintes.

Só um iugoslavo sorria de verdade em 1991: Mirko Jozic, o técnico croata do Colo Colo. O clube chileno foi o campeão da Libertadores, batendo Universitario, Nacional-URU, Boca Juniors, e o Olimpia na decisão, com 0 a 0 na ida e 3 a 0 na volta.

O Mundial Interclubes aconteceu em 8 de dezembro, no Nacional de Tóquio. O domínio do Estrela ficou evidente desde os primeiros minutos. Aos 19 do primeiro tempo saiu o primeiro gol iugoslavo. Dejan Savicevic avançou da ponta direita ao meio e lançou para Vladimir Jugovic, que entrou na área e bateu na saída do goleiro Daniel Morón. Aos 42, Savicevic foi expulso, mas o ritmo dos vermelhos continuou o mesmo.

Aos 13 da etapa final, Jugovic fez o segundo em lance de três tempos, aproveitando rebote após um chute dele mesmo e outro de Darko Pancev. Aos 27, Sinisa Mihajlovic arrancou em contra-ataque e cruzou pela esquerda para Pancev, que finalizou para o gol aberto e fechou os 3 a 0.

O título mundial do Estrela Vermelha foi incontestável e a última alegria de um povo já desunido. A temporada 1991/92 na Iugoslávia não foi concluída, e o clube teve que defender o título europeu jogando na Bulgária e na Hungria. A guerra civil durou até 2001, fragmentada em diversos conflitos, espalhados por Eslovênia (1991), Croácia (1992), Bósnia (1995) e Kosovo (1999).


Foto Masahide Tomikoshi

Milan Campeão Mundial 1990

A década de 90 começou da mesma forma que terminou a de 80: com o Milan atropelando a tudo e todos e vencendo quase tudo o que via pela frente. Tudo era fruto do trabalho de Arrigo Sacchi, um jovem técnico que trouxe uma nova perspectiva ao futebol italiano. Seus times não atuavam na retranca e possuíam uma força ofensiva mais acentuada, com um toque de bola rápido e contra-ataques mortais.

Na campanha do tetra europeu, o Rossonero eliminou Real Madrid e Bayern de Munique antes de vencer o Benfica na final, por 1 a 0. A base da equipe era praticamente a mesma da temporada anterior, com o trio holandês e boa parte da seleção italiana que participaria da Copa do Mundo. Ela sofreria só duas modificações para a Copa Intercontinental. O goleiro Giovanni Galli deixou a equipe e o reserva Andrea Pazzagli assumiu a camisa 1, enquanto o volante Angelo Carbone chegou para ocupar o lugar de Diego Fuser.

A Libertadores acabou reconquistada pelo Olimpia. O bicampeonato do clube paraguaio passou por eliminações sobre Grêmio e Universidad Católica, uma revanche sobre o Atlético Nacional e a decisão contra o Barcelona de Guayaquil: o Decano venceu por 2 a 0 na ida e segurou empate por 1 a 1 na volta.

O Mundial no Japão completava dez anos de idade com o enfrentamento entre Milan e Olimpia, no dia 9 de dezembro e no sempre requisitado Estádio Nacional de Tóquio. A partida foi equilibrada enquanto os paraguaios conseguiram segurar. O poderio italiano começou a ser mostrado a partir dos 43 minutos do primeiro tempo, quando Ruud Gullit, pela ponta esquerda, cruzou a bola na cabeça do compatriota Frank Rijkaard, que mandou para o gol.

Aos 17 do segundo tempo, Marco Van Basten arrancou com a bola entre a zaga rumo à área. Ele driblou um marcador e o goleiro Ever Hugo Almeida antes do chute, que desviou em outro zagueiro e foi na trave. Ao pé dela, Giovanni Stroppa conferiu para o gol e ampliou o placar. Aos 20, Van Basten aprontou novamente e tentou um gol por cobertura. A bola tocou outra vez na trave, e o rebote foi aproveitado por Rijkaard.

Com 3 a 0 no marcador, o Milan dedicou-se a administrar a vantagem, enquanto o Olimpia buscou sem sucesso um gol de honra. Ao final da partida, o trio holandês foi alçado à glória pelos italianos. Eles participaram dos três gols da equipe, e Rijkaard foi eleito o melhor em campo, levando para casa o famoso carro da Toyota. E o Milan atingiu o mesmo feito de Peñarol e Nacional, sendo o primeiro europeu tricampeão do mundo.


Foto Arquivo/Milan

Milan Campeão Mundial 1989

São poucos os esquadrões de futebol que marcaram época e ficaram para sempre na memória dos torcedores. Um deles é o Milan do final da década de 80 e início de 90.Uma equipe que levava o melhor da Itália e da Holanda para os quatro cantos da Europa, e que depois voltaria a ganhar o mundo, 20 anos depois.

Mas o que a Holanda tem a ver com isso? Foi de lá que desembarcou um trio que ajudaria o clube rossonero a atingir o topo: Ruud Gullit, Frank Rijkaard e Marco Van Basten. A presença deles foi fundamental na conquista do tricampeonato da Copa dos Campeões. O Milan eliminou Estrela Vermelha, Werder Bremen e Real Madrid antes de vencer na final o Steaua Bucareste, por 4 a 0.

Pelo lado sul-americano, a Libertadores ganhava um novo campeão. O Atlético Nacional, de Medellín, levou a Colômbia ao primeiro título na competição. Os verdolagas passaram por Emelec, Racing, Millonarios, e na decisão bateram o Olimpia: perderam por 2 a 0 na ida, devolveram o placar na volta, e nos pênaltis venceram por 6 a 5. Foi o auge de uma era obscura do futebol colombiano, que era "patrocinado" pelos cartéis do narcotráfico.

Mas a grana dos Escobares da vida não valia na Copa Intercontinental. E o Milan tinha mais bola que o Atlético Nacional. No dia 17 de dezembro, os clubes se enfrentaram para mais de 60 mil pessoas no Nacional de Tóquio. Gullit não pôde estar em campo, mas o time italiano possuía parte da base de sua seleção para compensar, como Franco Baresi, Paolo Maldini e Roberto Donadoni. O Atlético vinha com a estrela de René Higuita no gol, além de Leonel Álvarez no meio-campo.

Conhecendo seus limites, os colombianos atuaram concentrados na defesa, e os italianos não conseguiram de jeito nenhum furar a marcação adversária nos 90 minutos regulamentares. O Milan já era conhecido por fugir do estilo tradicional do Calcio, que plantava zagueiros e meias mais recuados que o normal - o catenaccio -, e praticava um futebol ofensivo, de mais movimentação. Porém isto não foi suficiente contra o Atlético, e o Mundial foi à prorrogação.

Nos 30 minutos extras, o bombardeio do Milan continuou e, na base da insistência, deu o resultado esperado. Tudo parecia apontar para outra decisão nos pênaltis, quando, aos 14 do segundo tempo, o Rossonero conseguiu uma falta dentro da meia-lua da área adversária. Alberigo Evani, que havia entrado durante o tempo normal. Ele cobrou a meia-altura, por fora da barreira, mas a bola acabou desviada por John Jairo Tréllez e ficou fora do alcance de Higuita. Pouco tempo depois, o 1 a 0 confirmou o merecido bicampeonato ao Milan.


Foto Imago/Buzzi

Nacional Campeão Mundial 1988

O encontro de duas escolas distintas de futebol nas competições mundiais sempre foi um evento interessante de se assistir. E na Copa Intercontinental é possível viajar horas e horas por estes embates, que ganham páginas muito bem escritas por quem viu a história acontecer. A edição mundialista de 1988 é uma das mais importantes neste sentido. Nela foi possível ver o retorno e a despedida de duas forças diferentes.

A Holanda ressurgiu naquele ano, tanto com a seleção quanto com os clubes. O PSV, de Eindhoven, foi campeão europeu pela primeira vez ao bater o Benfica na decisão: empate por 0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação e vitória por 6 a 5 nos pênaltis. Antes, os Boerens eliminaram Galatasaray, Bordeaux e Real Madrid. No time-base havia parte dos atletas vencedores da Eurocopa, como o goleiro Hans Van Breukelen, o zagueiro Ronald Koeman e o volante Gerald Vanenburg.

Já a Libertadores viu o último suspiro do Uruguai, através do tricampeonato do Nacional. O Decano passou por Millonarios, Universidad Católica e América de Cali, e na final reverteu contra o Newell's Old Boys, perdendo por 1 a 0 na ida e vencendo por 3 a 0 na volta. A equipe tinha nomes como Santiago Ostolaza, Ernesto Vargas e Hugo De León, de volta como capitão após oito anos. Por ironia do tempo, ele não conseguiu jogar o Mundial de 1980, pois sua transferência para o Grêmio (onde venceria em 1983) aconteceu antes da disputa atrasada de fevereiro de 1981.

O Mundial foi disputado no dia 11 de dezembro, com sol e tempo limpo, bem diferente da nevasca do ano anterior. O Nacional jogou com a base do tri, enquanto o PSV ganhou o acréscimo de Romário no ataque. O confronto foi movimentado e cheio de reviravoltas, no que muitos consideram como o melhor já jogado. Logo aos sete minutos, Ostolaza abriu o placar para El Bolso, de cabeça após um escanteio. O time holandês só empatou aos 30 do segundo tempo, quando Romário aproveitou uma bola mal afastada pelo goleiro Jorge Seré e também concluiu de cabeça.

Na prorrogação, aos cinco do segundo tempo, Hans Gillhaus sofreu pênalti. Koeman converteu e virou para o PSV. O árbitro já conferia o relógio quando, aos 14 minutos, o Nacional conseguiu um escanteio. Yubert Lemos levantou para Ostolaza cabecear. A zaga afastou a bola, mas depois de ela ultrapassar a linha. O 2 a 2 nos últimos segundos da partida levou a decisão aos pênaltis. Depois de 18 cobranças, Berry Van Aerle atirou nas mãos de Seré, enquanto Tony Gómez acertou o canto esquerdo do gol, marcando 7 a 6 e dando o último título mundial do Uruguai, o tri do Nacional.


Foto Masahide Tomikoshi

Porto Campeão Mundial 1987

A Copa Intercontinental de 1987 entrou para a história menos pelo confronto em si e mais pelo clima que a envolveu. Nunca se viu tanta neve em uma partida tão importante de futebol. O jogo de ida de 1976 também foi sob gelo, mas não na mesma intensidade que Tóquio viveu 11 anos depois.

O caminho para o Japão revelou uma força inédita e trouxe de volta uma camisa pesada. Na Copa dos Campeões da Europa, o Porto conseguiu sua primeira conquista. Após eliminar o Dínamo de Kiev na semifinal, derrotou o Bayern de Munique na decisão, por 2 a 1. O título resgatou Portugal para o Mundial depois de 25 anos de intervalo.

Na Libertadores, o Peñarol fez o (ainda desconhecido) canto do cisne. Os uruguaios derrubaram Alianza Lima, Independiente e River Plate antes de vencer o América de Cali, na maior reviravolta vista até então. O time carbonero perdeu a ida por 2 a 0 e venceu a volta por 2 a 1. No desempate, o título foi ganho por 1 a 0, aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação. O épico penta deu um favoritismo ao Peñarol. Mas o Porto chegava com uma grande equipe, liderada por Rabah Madjer, Juary, Fernando Gomes e Józef Mlynarczyk.

A ideia era que o Japão fosse receber mais uma grande final. O inverno em Tóquio sempre foi rigoroso, mas o máximo que viu durante o Mundial foi a chuva em 1985. Na semana da partida de 1987, o tempo fechou. Os dias 7 a 12 de dezembro foram nublados, mas no dia 13 - o do jogo - a neve resolveu aparecer por toda Tóquio. Ela não deu trégua, e portugueses e uruguaios cogitaram adiar a peleja. Mas os direitos de televisão já estavam vendidos e os contratos, assinados.

Porto e Peñarol foram ao Estádio Nacional de piso branco e com bola amarela. Pela primeira vez o público não lotou: só 45 mil animaram-se em ir à neve. E a partida foi péssima, com diversos erros em campo e horríveis imagens televisivas. Quem tinha mais costume com o clima no gelo se deu melhor.

Gomes abriu o placar aos Dragões aos 41 minutos do primeiro tempo, depois de fintar o zagueiro Obdulio Trasante na área e chutar cruzado. A bola passou a linha do gol e parou sem balançar a rede, e Madjer e o resto da zaga ainda apareceram para dividir o lance. O Peñarol empatou aos 35 do segundo, com Ricardo Viera aproveitando um passe de cabeça de José Perdomo, e finalizando de perna esquerda na pequena área. Na prorrogação, aos quatro do segundo tempo, Madjer roubou a bola de Trasante e finalizou de fora de área, encobrindo o goleiro Eduardo Pereira e fazendo 2 a 1. Pela primeira vez, pelo Porto, Portugal chegava ao título mundial.


Foto Arquivo/Striker Magazine

River Plate Campeão Mundial 1986

Mundial de Clubes em ano de Copa do Mundo sempre foi uma experiência interessante de se analisar. Pois nem sempre o que ocorre em uma competição se reflete na outra. À exceção de 1962, quando Brasil e Santos levaram a melhor, nunca um mesmo país havia se dado bem tanto com a seleção quanto com alguma equipe. A lógica acabaria quebrada em 1986.

Primeiro foi na Copa, quando a Argentina conquistou o bicampeonato. Depois, foi a vez de buscar o auge também na Copa Intercontinental. Com três representantes na seleção alviceleste (Nery Pumpido, Oscar Ruggeri e Héctor Enrique), o River Plate enfim conseguiu sua primeira Libertadores. O time passou por Boca Juniors, Peñarol, Argentinos Juniors e Barcelona de Guayaquil antes de derrotar na final o América de Cali com vitórias por 2 a 1 e por 1 a 0.

No outro lado do Atlântico, uma nova força despertou. O Steaua Bucareste, da Romênia, foi o campeão da Copa dos Campeões da UEFA em um chaveamento de "sorte": eliminou Honvéd (Hungria), Kuusysi (Finlândia) e Anderlecht (Bélgica) antes de enfrentar o Barcelona na decisão. Contra o time espanhol, empate por 0 a 0 nos 120 minutos e vitória por 2 a 0 nos pênaltis.

A sétima final dentro do Nacional de Tóquio aconteceu no dia 14 de dezembro. O Steaua Bucareste era a base da seleção romena, em uma época em que seus atletas eram proibidos de atuar em times de outros países. E também contava com defesa e contra-ataque muito fortes. Já o River Plate apostava no talento do meio-campo e do ataque.

Como foi de se esperar, a partida foi equilibrada e definida no detalhe. Aos 28 minutos do primeiro tempo, Norberto Alonso cobrou rápido uma falta logo depois do círculo central. A defesa do Steaua estava desarrumada e a bola ficou com o uruguaio Antonio Alzamendi pelo lado direito da grande área. Ele chutou na trave, mas a bola rebateu no goleiro Dumitru Stingaciu e subiu. O próprio Alzamendi aproveitou o rebote, de cabeça, para fazer o gol mais importante da história do River Plate. Os romenos tentaram o empate, mas o goleiro Pumpido e os zagueiros Ruggeri e Nelson Gutiérrez garantiram o 1 a 0 aos Millonarios.

A festa pelo título mundial do River Plate começou no estádio, continuou nas ruas de Tóquio, atravessou o planeta e chegou até a Argentina, que seis meses antes estava unida em comemoração pela sua seleção. E os torcedores do River conseguiram o raro fato de estender a alegria. Definitivamente, Buenos Aires foi a capital do futebol em 1986.


Foto Arquivo/River Plate

Juventus Campeã Mundial 1985

A Copa Intercontinental chega a 1985, revitalizada e tornada em um bom negócio. Mas um fato relevante chamava a atenção, desde antes da mudança para o Japão: já faziam nove anos que a Europa não levava o título. A última conquista para a UEFA foi a do Bayern de Munique, em 1976. A América do Sul aproveitou bem a crise do torneio e emendou sete vitórias seguidas.

Era a hora da Europa recuperar a hegemonia do Mundial, e o clube a tentar a façanha foi a Juventus. O time italiano conquistou sua primeira Copa dos Campeões depois de passar por Sparta Praga e Bordeaux, e derrubar na final o Liverpool, com vitória por 1 a 0. Primeiro título, mas o segundo Mundial: em 1973, La Vecchia Signora herdou o lugar do Ajax, mas perdeu a disputa para o Independiente.

A decisão de 12 anos antes poderia ter se repetido, mas a Libertadores ficou nas mãos de uma surpresa, para não dizer zebra. O Argentinos Juniors eliminou o então campeão da América na segunda fase, depois de vencer Vasco e Fluminense na primeira. Na final, El Bicho passou pelo América de Cali: vitória por 1 a 0 na ida, derrota por 1 a 0 na volta, empate por 1 a 1 na partida extra, e, finalmente, vitória por 5 a 4 nos pênaltis.

Juventus e Argentinos Juniors se encontraram no Nacional de Tóquio em 8 de dezembro. Pela primeira vez o Mundial no Japão aconteceu sob chuva, mas o péssimo estado do gramado não impediu os especialistas em considerar esta edição como a melhor já disputada. O time argentino surpreendeu positivamente com seu estilo de jogo arrojado e causou vários sustos aos italianos.

Aos dez minutos do segundo tempo, Mario Videla lançou para Carlos Ereros, que encobriu o goleiro Stefano Tacconi e abriu o placar. A Juventus empatou aos 18, com Michel Platini cobrando pênalti. Aos 30, Claudio Borghi tocou em profundidade para José Castro, que entrou pela ponta-direita e soltou a bomba para desempatar ao Argentinos. Finalmente, aos 38, Michael Laudrup tabelou com Platini, entrou na área, driblou Enrique Vidallé e marcou o 2 a 2 final.

Pela primeira vez o Mundial seria definido em disputa de pênaltis. Sergio Brio começou marcando aos italianos e Jorge Olguín empatou. Antonio Cabrini fez o segundo, enquanto Sergio Batista jogou nas mãos de Tacconi. Aldo Serena marcou o terceiro e Juan López descontou aos argentinos. Laudrup perdeu a quarta cobrança, mas José Pavoni também desperdiçou a sua. Na última cobrança, Platini fez 4 a 2 e colocou um ponto final no jejum europeu no Mundial, dando o primeiro título à Juventus.


Foto Masahide Tomikoshi