Estudiantes Campeão da Libertadores 1968

O início da dinastia do Estudiantes na Libertadores, em 1968, é uma história digna de filme: um time pequeno, localizado fora da região da capital federal da Argentina e que jamais havia tido um título profissional de primeira divisão até 1967, quando levou a taça do Metropolitano.

A glória conduziu o clube ao Nacional daquele mesmo ano, onde foi vice e obteve a vaga de estreante na competição sul-americana, que contou com 21 equipes, sendo 20 delas divididas em cinco grupos na primeira fase.

Com um futebol caracterizado pela máxima "defender primeiro, atacar, depois" e por supostas práticas que adentraram ao folclore da época, como a de zagueiros e volantes atuarem com agulhas escondidas nas mãos para espetarem os atacantes adversários, o plantel comandado por Osvaldo Zubeldía ficou no grupo 1, junto de Independiente e os colombianos Deportivo Cali e Millonarios. Em seis jogos, os pincharratas venceram cinco e empataram um, classificando-se na liderança com 11 pontos.

Na segunda fase, os dez líderes e vices foram reorganizados em três chaves. O Estudiantes voltou a ficar no grupo 1 e a enfrentar o Independiente, desta vez com a companhia do Universitario, do Peru. Com três vitórias em quatro partidas, o clube de La Plata marcou seis pontos e conseguiu um lugar na semifinal, onde já estava o então campeão da América, o Racing. Depois de fazerem 3 a 0 na ida em casa, levarem 2 a 0 na volta fora e segurarem o 1 a 1 no jogo extra, os platenses chegaram à final.

O oponente do Estudiantes na primeira decisão de Libertadores foi o Palmeiras, que havia eliminado o Peñarol. O primeiro jogo ocorreu no mítico Jorge Luis Hirschi, em La Plata, com vitória sofrida por 2 a 1, de virada no fim - gols de Juan Ramón Verón e Eduardo Flores.

A segunda partida foi no Pacaembu, em São Paulo, mas a derrota por 3 a 1 forçou o desempate. E no Centenario, em Montevidéu, Felipe Ribaudo e Verón marcaram os tentos do 2 a 0 que abriu a porteira do tri pincharrata.

A campanha do Estudiantes:
16 jogos | 11 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 25 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Racing Campeão da Libertadores 1967

Na Libertadores de 1967, Brasil e Colômbia se acertaram com a Conmebol e indicaram seus times. Mas pouco antes do início, o Santos - vice da Taça Brasil - comunicou sua desistência da competição, alegando conflito de datas com a edição de estreia do Robertão. Somente o Cruzeiro representou o país. 

Outro desfalque veio do Uruguai, pois o Peñarol - então o campeão da América - também foi vice no campeonato local e sua federação indicou somente o vencedor Nacional. No total, 19 clubes participaram do torneio, divididos em três grupos de cinco, seis e sete equipes.

Buscando as mesmas glórias que o seu rival Independiente, o Racing de Avellaneda, entrou na Libertadores como campeão argentino. No grupo 2 da disputa, enfrentou o compatriota River Plate, os colombianos Santa Fe e Independiente Medellín e os bolivianos Bolívar e 31 de Octubre. Ao fim de dez jogos, La Academia liderou a chave com 17 pontos, oito vitórias e um empate.

Os dois primeiros de cada grupo avançaram à segunda fase, onde juntaram-se ao Peñarol em duas chaves. Aqui, o Racing voltou a jogar contra o River e enfrentou também o peruano Universitario e o chileno Colo Colo. Com mais quatro vitórias, um empate e nove pontos em seis partidas, o time argentino tornou a liderar seu grupo e avançou à final inédita.

Seu adversário foi o Nacional uruguaio, que deixou para trás o Peñarol e o Cruzeiro. O primeiro jogo aconteceu no Estádio Presidente Perón, em Avellaneda, e terminou com empate por 0 a 0. A segunda partida ocorreu no Centenario, em Montevidéu, e outro empate sem gols levou ao jogo-extra, em campo neutro.

A derradeira foi em solo chileno, no Nacional de Santiago, e o Racing levou sua histórica e única Libertadores ao vencer por 2 a 1, gols de João Cardoso, aos 14 minutos, e de Norberto Raffo, aos 43 do primeiro tempo. Milton Viera descontou aos 34 do segundo tempo, mas foi insuficiente.

A campanha do Racing:
19 jogos | 13 vitórias | 4 empates | 2 derrotas | 42 gols marcados | 13 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Peñarol Campeão da Libertadores 1966

A Libertadores de 1966 trouxe um avanço. Na sétima edição, o número de participantes dobrou para 21. Isso se deu porque a Conmebol passou a distribuir duas vagas para cada país, geralmente o campeão e o vice da ligas nacionais.

Mas Colômbia e Brasil não indicariam representantes. O primeiro por desentendimentos com a entidade e o segundo porque não concordava com o inchaço da competição e, além disso, preferiu dar prioridade à preparação (ruim) da seleção à Copa do Mundo daquele ano.

Com isso, 16 times ficaram divididos em três grupos: dois com seis e um com quatro na primeira fase, avançando dois cada à segunda fase, composta com a adição do Independiente em uma chave de quatro e outra de três. Daqui, sairiam os dois finalistas. E dessa sopa do regulamento ressurgiu o Peñarol rumo ao seu terceiro título sul-americano.

No grupo 3, os carboneros enfrentaram o rival Nacional, os bolivianos Jorge Wilstermann e Deportivo Municipal, e os equatorianos Emelec e 9 de Octubre. Em dez partidas, o time uruguaio venceu oito e perdeu duas, liderando o pelotão com 16 pontos.

Na segunda fase, o Peñarol voltou a jogar contra o Nacional, além da Universidad Católica. A estreia foi com derrota por 1 a 0 no Chile, mas depois o clube emendou três vitórias - incluindo um 3 a 0 sobre o rival -, e classificou-se à decisão com seis pontos. Do outro lado, o River Plate superava a maratona eliminando Boca Juniors, Independiente e Guaraní-PAR para ser o adversário dos uruguaios.

O primeiro jogo da final foi no Centenario, em Montevidéu, com vitória carbonera por 2 a 0. A segunda partida foi no Monumental, em Buenos Aires, e o River sobreviveu ao virar para 3 a 2 no segundo tempo. O desempate foi marcado para o Nacional de Santiago, que acabou empatado por 2 a 2 nos 90 minutos - gols de Alberto Spencer e Julio Abbadie. No prorrogação, Spencer voltou a marcar e Pedro Rocha finalizou o 4 a 2 que deu o tricampeonato ao Peñarol.

A campanha do Peñarol:
17 jogos | 13 vitórias | 0 empates | 4 derrotas | 34 gols marcados | 16 gols sofridos


Foto Arquivo/Peñarol

Independiente Campeão da Libertadores 1965

A Copa dos Campeões da América mudou para o nome que a consagrou a partir de 1965. Saiu a denominação comum, entrou a homenagem aos homens que lideraram a independência do continente no século 19: Copa Libertadores da América. Apesar da mudança, o campeão continuou igual, com o Independiente juntando-se a Peñarol e Santos no clube dos bicampeões.

O regulamento da competição manteve-se sem alterações, exceto pela exclusão da fase preliminar. Isso porque a Colômbia não indicou representante e nove times formaram a primeira fase, em três grupos. 

Defensores do título, Los Diablos Rojos entraram somente na semifinal. Até chegar lá, a primeira fase correu solta. Boca Juniors e Santos venceram todas as quatro partidas e classificaram-se com folgas. Já o Peñarol precisou superar o Guaraní do Paraguai no saldo de gols para conseguir a terceira vaga.

A campanha do Independiente começou no confronto local contra o Boca. Os dois jogos foram disputados no Monumental de Nuñez. No primeiro, vitória dos vermelhos por 2 a 0. No segundo, os azuis e amarelos fizeram 1 a 0. Como o saldo de gols não era válido neste momento para o desempate, uma partida extra foi realizada no mesmo estádio. Após 90 minutos do tempo normal e 30 da prorrogação, o clássico terminou 0 a 0. Só aqui o saldo entrou como critério, classificando o Independiente à decisão.

Seu adversário na final foi o Peñarol, que também passou pelo Santos em três jogos. A ida contra os uruguaios aconteceu na Doble Visera, em Avellaneda, com Raúl Bernao marcando o gol da simples vitória por 1 a 0. A volta foi disputada no Centenario, em Montevidéu, e os carboneros aplicaram 3 a 1 nos rojos, forçando a terceira partida.

O jogo extra foi realizado em Santiago do Chile, no Estádio Nacional, e em atuação sensacional o Independiente goleou por 4 a 1, gols de Carlos Pérez (contra), Bernao, Roque Avallay e Osvaldo Mura, conquistando assim sua segunda taça.

A campanha do Independiente:
6 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 2 derrotas | 8 gols marcados | 5 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico

Independiente Campeão da Libertadores 1964

A ainda incipiente Copa dos Campeões da América começava a ganhar suas pequenas histórias de hegemonia. Depois de Peñarol e Santos, seria a vez do Independiente, de Avellaneda, inaugurar para a Argentina uma era de títulos. Pela primeira vez, a competição teria todos os dez países da Conmebol participando, devido a filiação da Venezuela no ano anterior.

No total, 11 times entraram na disputa, divididos em três grupos, com o campeão vigente já na semifinal e um confronto preliminar antes de tudo, para enxugar a primeira fase em nove equipes.

Los Diablos Rojos ficaram no grupo 2, junto com Alianza Lima e Millonarios. Contra os peruanos, os argentinos venceram em casa por 2 a 0 e empataram fora (no estádio do rival Racing) por 2 a 2. Diante dos colombianos, o Independiente aplicou 5 a 1 na Doble Visera, garantindo a classificação com sete pontos. A partida em Bogotá nem chegou a ser realizada, por causa de brigas entre Conmebol e Federação Colombiana.

A semifinal foi contra o Santos. Em dois jogos cercados de enormes polêmicas, o time argentino venceu por 3 a 2 na ida no Rio de Janeiro e por 2 a 1 na volta em Avellaneda, classificando-se à final.

Um campeão inédito seria decretado na decisão da quinta edição da Libertadores. O Independiente enfrentou o Nacional do Uruguai, que havia batido o Colo Colo na semi. Foram duas partidas recheadas de tensão, com os gols quase que desaparecendo. O jogo de ida acabou com empate por 0 a 0, no Centenario, em Montevidéu.

A volta foi disputada na Doble Visera, em Avellaneda, e com gol solitário de Mario Rodríguez, aos 35 minutos do primeiro tempo, o Independiente venceu por 1 a 0 e levou o primeiro de seus sete títulos, no que deu origem a uma alcunha utilizada até hoje por torcida e imprensa: "El Rey de Copas".

A campanha do Independiente:
8 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 0 derrotas | 17 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Arquivo/Independiente

Santos Campeão da Libertadores 1963

O Santos chegou ao topo do mundo em 1962, vencendo tudo o que foi possível: Paulista, Taça Brasil, Libertadores e o Mundial. Era a hora de manter a hegemonia em 1963. No estadual não conseguiu, mas na Taça Brasil repetiu o êxito, e na Libertadores igualmente.

O Peixe na entrou na Copa dos Campeões da América com o status de campeão diretamente na semifinal. Sua vaga pelo nacional foi herdada pelo Botafogo. Foram nove times na disputa da Libertadores, pois a Venezuela ainda não fazia parte da Conmebol e a Bolívia não indicou ninguém. 

Enquanto o Santos esperava seu adversário, a primeira fase ocorreu em três grupos, com Botafogo, Peñarol e Boca Juniors conseguindo a classificação. Argentinos e uruguaios se enfrentam na semifinal, com duas vitórias e a classificação do Boca.

Na outra chave, o Santos de Pelé enfrentou o Botafogo de Garrincha. A partida de ida foi no Pacaembu, e o Peixe não conseguiu vantagem, apenas empatando em 1 a 1. A volta foi no Maracanã, onde apareceu o talento do Alvinegro Praiano. A goleada de 4 a 0 colocou o Santos em sua segunda final.

A decisão contra o Boca Juniors foi emocionante. O jogo de ida aconteceu no Maracanã, e o público carioca viu o Santos fazer três gols no primeiro tempo. O Boca reagiu e marcou duas vezes no segundo tempo. O 3 a 2 dava uma leve vantagem ao Peixe e uma esperança aos argentinos.

O jogo de volta foi em La Bombonera. A rivalidade Brasil e Argentina ficou evidente em campo. Os gols só saíram no segundo tempo, e o Boca marcou primeiro. A final iria à partida extra se não fosse a dupla Coutinho e Pelé surgir para decidir. Os dois atacantes marcaram os gols da virada, e o Santos voltou de Buenos Aires com a vitória por 2 a 1 e o bicampeonato da Libertadores. A supremacia santista seria consolidada dois meses depois com a nova conquista do Mundial.

A campanha do Santos:
4 jogos | 3 vitórias | 1 empate | 0 derrotas | 10 gols marcados | 4 gols sofridos


Foto Arquivo/El Gráfico