Defensa y Justicia Campeão da Copa Sul-Americana 2020

Não é fácil ser campeão sul-americano. Às vezes, sobra planejamento e falta camisa. E vice-versa. Mas quando acontece de a estrutura ser tão boa que o peso da camisa nem se sente, o caminho do título é certo. Foi assim com o Cienciano em 2003, o Arsenal de Sarandí em 2007, a Chapecoense em 2016 e o Independiente Del Valle em 2019. Não foi diferente em 2020. O pequeno Defensa y Justicia, da cidade de Florencio Varela, na grande Buenos Aires, chegou à maior conquista de sua história na Copa Sul-Americana daquele ano. E de maneira invicta.

A competição da Conmebol foi diferente de tudo já visto até então. Não pelo regulamento, mas sim pelo contexto. Em março de 2020, o mundo mergulhou na pandemia de covid-19, que isolou as populações dentro de casa. Àquela altura, a Sul-Americana havia terminado a primeira fase e foi paralisada. Somente em outubro houve o retorno, sem torcida nos estádios.

O Defensa y Justicia não jogou a fase inicial, pois estava na Libertadores. Eliminado em terceiro lugar de seu grupo, ganhou a chance de buscar o título inédito a partir da segunda fase, contra o Sportivo Luqueño. Venceu por 3 a 2 no Paraguai e empatou por 1 a 1 na Argentina. Nas oitavas de final, o "halcón" (falcão) enfrentou o Vasco. Na ida, empatou por 1 a 1 em casa, no Estádio Norberto Tomaghello. Na volta, venceu por 1 a 0 em pleno São Januário. Nas quartas, despachou o Bahia com mais uma vitória no Brasil, por 3 a 2, e outra na Argentina, por 1 a 0.

Na semifinal, o adversário do DyJ foi o chileno Coquimbo Unido. O primeiro jogo seria no Chile, mas o governo local não liberou a entrada da delegação argentina no país depois que alguns atletas foram diagnosticados com covid-19. Dias depois, em Assunção, Paraguai, os times jogaram e empataram sem gols. A segunda partida foi no Norberto Tomaghello, e o halcón venceu por 4 a 2.

A final da Copa Sul-Americana foi entre Defensa y Justicia e Lanús, que passou por Universidad Católica do Equador, São Paulo, Bolívar, Independiente e Vélez Sarsfield. A partida foi no Estádio Mario Kempes, em Córdoba, com as arquibancadas desertas. Em campo, o DyJ, treinado por Hernán Crespo, não tomou conhecimento do oponente e foi campeão com triunfo por 3 a 0, gols de Adonis Frías, Braian Romero e Washington Camacho.

A campanha do Defensa y Justicia:
9 jogos | 6 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 16 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Amilcar Orfali/Staff Images/Conmebol

Independiente Del Valle Campeão da Copa Sul-Americana 2019

A Copa Sul-Americana de 2019 foi mais uma das muitas edições das novidades. No regulamento e no campo. A grande adição no papel foi a introdução da final em partida única. Inicialmente marcada para estrear em Lima, no Peru, a Conmebol moveria a decisão para Assunção, no Paraguai.

A novidade no gramado veio do Equador. Que não era tão nova assim, pois já havia se engraçado numa final de Libertadores. Desde 2014 no circuito internacional, o Independiente Del Valle foi vice na maior competição da América do Sul em 2016. Foi o primeiro aviso de um clube saído das divisões inferiores e do interior equatoriano, da cidade de Sangolquí.

Na primeira fase, os "rayados del valle" enfrentaram o Unión Santa Fe. Perderam por 2 a 0 na Argentina e devolveram a diferença no Equador. Nos pênaltis, vitória por 4 a 2. Na segunda fase, passaram pela Universidad Católica após golear por 5 a 0 em casa e perder por 3 a 2 no Chile.

Nas oitavas de final, o Del Valle enfrentou o Caracas. Na ida, empatou por 0 a 0 na Venezuela. Na volta, no Olímpico Atahualpa, venceu por 2 a 0. Nas quartas, o adversário foi o Independiente argentino. O primeiro duelo dos xarás acabou 2 a 1 para os argentinos em Avellaneda. No segundo jogo, os rayados fizeram 1 a 0 e avançaram na regra do gol marcado fora de casa.

A semifinal foi contra o Corinthians. O primeiro jogo aconteceu em São Paulo, e o Del Valle conseguiu uma histórica vitória por 2 a 0. A segunda partida foi em Quito. Com alguma dificuldade, os equatorianos empataram por 2 a 2 e se garantiram na decisão.

A final da Sul-Americana foi contra a Colón, que derrubou Deportivo Municipal, River Plate do Uruguai, Argentinos Juniors, Zulia e Atlético-MG. O confronto foi no Estádio General Pablo Rojas, com direito a interrupção aos 32 minutos do primeiro tempo devido a chuva forte. Antes, aos 24, Fernando León abriu o placar ao Del Valle. Depois, aos 41, Jhon Sánchez ampliou. Quase lá, o rayado levou gol aos 43 do segundo tempo. Mas aos 50, Cristian Dájome fez 3 a 1 e coroou mais um título para o futebol do Equador.

A campanha do Independiente Del Valle:
11 jogos | 6 vitórias | 2 empates | 3 derrotas | 20 gols marcados | 10 gols sofridos


Foto Norberto Duarte/AFP

River Campeão Piauiense 2023

O maior campeão do Piauí está de volta! Depois de quatro anos, o River volta a levantar a taça do estadual. Em 2023, o clube chegou ao título de número 32, quase o dobro que o segundo colocado, o Flamengo.

O Piauiense contou com oito times na primeira fase. Ou sete, se levarmos em conta a desistência do Ferroviário, que teve suas partidas convertidas em W.O. Nos 12 jogos que entrou em campo, o Galo Carijó venceu sete, empatou quatro e perdeu somente um. Com os dois triunfos sobre o Ferroviário no tapetão, o time somou 31 pontos, ficando na primeira posição e superando o Fluminense no saldo de gols. Na semifinal, o River passou pelo Parnahyba depois de vencer por 2 a 0 fora e empatar por 0 a 0 em casa.

A final foi contra o Fluminense, que eliminou o Altos. A partida de ida foi na Arena do Guerreiro, na cidade de Pedro II. Fora de casa, o River não resistiu e perdeu por 1 a 0, ficando obrigado a vencer a volta em casa. No Albertão, em Teresina, o Galo contou com o apoio da torcida e chegou ao título com o mesmo placar de 1 a 0, gol marcado por Júnior Mandacaru.

A campanha do River:
18 jogos | 11 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 32 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Marcelo Cardoso/GP1

Real Brasília Campeão Candango 2023

Dono do futebol feminino no Distrito Federal, o Real Brasília agora passa a comandar também no masculino no Planalto Central. Fundado em 1996 com o nome Dom Pedro II, o clube começou no Guará e foi duas vezes vice-campeão (1999 e 2008). Em 2009, mudou-se para Vila Planalto, local onde houve a mudança de nome para Real Brasília, a partir de 2016. Desde então, o time se reestruturou.

Atual tetra estadual e membro da Série A1 no Brasileirão Feminino, o Real colhe seu primeiro grande fruto no masculino com o título inédito do Candangão em 2023. A primeira fase teve dez times, que atuaram em turno único. Em nove jogos, o Leão da Vila Planalto obteve cinco vitórias, três empates e só uma derrota, que deixaram a equipe classificada na liderança, com 18 pontos. Na semifinal, empatou duas vezes por 1 a 1 com o Paranoá, e foi à final por ter melhor campanha.

A decisão foi contra o Brasiliense, que eliminou o Capital. A ida aconteceu na Boca do Jacaré, em Taguatinga, e o Real Brasília saiu derrotado por 3 a 2. A volta foi disputada no Defelê, no Plano Piloto, e o Real devolveu a diferença ao fazer 1 a 0. Nos pênaltis, o goleiro Wendell defendeu três, e o Real venceu por 2 a 1.

A campanha do Real Brasília:
13 jogos | 6 vitórias | 5 empates | 2 derrotas | 18 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Júlio César Silva/Real Brasília

Athletico-PR Campeão da Copa Sul-Americana 2018

O título da Chapecoense na Copa Sul-Americana em 2016 foi apenas o terceiro do Brasil na história da competição. Entre os vários candidatos a campeão do torneio estava o Athletico-PR, que foi semifinalista em 2006 e quarto-finalista em 2015. Depois dos quases, estava mais do que na hora de o Furacão chegar lá. E 2018 foi o ano da desforra, da primeira conquista em caráter continental.

Não teve uma camisa que pudesse segurar o rubro-negro paranaense. Seja pesada ou normal. Na primeira fase, o adversário foi o Newell's Old Boys, da Argentina. Venceu por 3 a 0 na Arena da Baixada e perdeu por 2 a 1 em Rosario, se classificando pelo saldo de gols.

A segunda fase foi contra o  Peñarol. Apesar da tradição uruguaia, o Athletico não teve nenhuma dificuldade, vencendo por 2 a 0 em Curitiba e por 4 a 1 em Montevidéu. Nas oitavas de final, a parada foi contra o Caracas. E o Furacão venceu novamente as duas partidas, por 2 a 0 na Venezuela e por 2 a 1 na Arena da Baixada.

O confronto mais complicado do rubro-negro foi nas quartas, contra o Bahia. Na ida, venceu por 1 a 0 na Fonte Nova. Na volta, perdeu pelo mesmo placar em plena Arena. A classificação veio somente na disputa de pênaltis, depois de fazer 4 a 1. A semifinal foi contra outro time brasileiro, o Fluminense.  O primeiro jogo foi em Curitiba, com vitória athleticana por 2 a 0. A segunda partida aconteceu no Rio de Janeiro, e com novo triunfo por 2 a 0 o Furacão chegou na decisão.

O adversário na final foi o Junior Barranquilla, clube colombiano que eliminou Lanús, Colón, Defensa y Justicia e Santa Fe. O jogo de ida foi no Estádio Metropolitano de Barranquilla. O Athletico-PR abriu o placar com Pablo, aos cinco do segundo tempo, mas sofreu o empate dois minutos depois. O 1 a 1 foi o placar final e tudo ficou para a definição em Curitiba.

Na Arena da Baixada, o Furacão tornou a abrir o placar, com Pablo aos 26 do primeiro tempo, mas o empate colombiano veio nos segundo tempo, aos 12 minutos. Depois de 120 minutos de futebol e um pênalti defendido pelo goleiro Santo, mais um placar de 1 a 1 imperou no confronto. Na disputa de pênaltis, o Athletico foi mais competente e venceu por 4 a 3, com Thiago Heleno convertendo a última cobrança.

A campanha do Athletico-PR:
12 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 21 gols marcados | 7 gols sofridos


Foto Divulgação/EFE

Independiente Campeão da Copa Sul-Americana 2017

Tudo novo de novo na Copa Sul-Americana. Em 2017, a Conmebol reformulou totalmente seu calendário. Libertadores e Sul-Americana deixaram de acontecer em semestres diferentes e passaram a ocupar o ano todo. De tal forma, ficou impossível para os clubes disputarem ela desde o início ao mesmo tempo.

O modelo copiado foi o europeu: os terceiros colocados dos grupos da Libertadores seriam deslocados para a Sul-Americana. Esta, por sua vez, passou a contar com 44 times na primeira fase. Destes, 22 se juntariam aos oito terceiros e os dois melhores eliminados da preliminar da Libertadores. Tudo no formato mata-mata, com datas mais espaçadas.

O primeiro vencedor neste novo regulamento foi um bicampeão: o Independiente. O clube argentino iniciou sua campanha na primeira fase, contra o Alianza Lima. O primeiro jogo, no Libertadores de América, ficou empatado sem gols. Na segunda partida, no Peru, vitória roja por 1 a 0. Na segunda fase, o adversário foi o Deportes Iquique, egresso da Libertadores. A ida, em casa, acabou com vitória do Independiente por 4 a 2. A volta, no Chile, confirmou a classificação com outro triunfo, por 2 a 1.

Nas oitavas de final, foi a vez de passar pelo Atlético Tucumán, depois de perder no norte da Argentina por 1 a 0, e vencer em Avellaneda por 2 a 0. Nas quartas, o rojo eliminou o Nacional do Paraguai com vitórias por 4 a 1 fora e por 2 a 0 em casa. A semifinal foi contra outro paraguaio, o Libertad. Na ida, em Assunção, derrota por 1 a 0. Na volta, no Libertadores, quase 48 mil torcedores empurraram o Independiente rumo à vitória por 3 a 1.

A final da Copa Sul-Americana foi contra o Flamengo, eliminado da Libertadores que passou por Palestino, Chapecoense, Fluminense e Junior Barranquilla. O primeiro jogo aconteceu em Avellaneda. De virada, Emanuel Gigliotti e Maximiliano Meza deram a vitória por 2 a 1 ao Independiente.

A segunda partida foi realizada no Maracanã. Depois de 22 anos, o rojo voltava ao Rio de Janeiro para decidir um título continental contra o Flamengo (Supercopa de 1995). O confronto começou mal, devido aos brasileiros abrirem o placar aos 28 minutos do primeiro tempo. Aos 39, porém, Esequiel Barco converteu um pênalti, e o empate por 1 a 1 confirmou o segundo título do clube.

A campanha da Independiente:
12 jogos | 8 vitórias | 2 empates | 2 derrotas | 21 gols marcados | 9 gols sofridos


Foto Mauro Pimentel/AFP

Tocantinópolis Campeão Tocantinense 2023

O Tocantinópolis mantém forte sua hegemonia no Tocantins. O clube conquistou em 2023 o primeiro tricampeonato de sua história, e agora soma seis títulos no geral. O campeonato deste ano foi simples, como tem sido já faz algum tempo, com oito times em turno único.

Na primeira fase, o Verdão do Norte fez sete partidas, com quatro vitórias e três empates. Os 15 pontos deixaram o time em primeiro lugar na classificação. Na semifinal, o adversário foi o Tocantins EC, de Miracema. O confronto foi tranquilo. Na ida, goleada por 4 a 0 fora de casa. Na volta, 4 a 1 no 
Estádio Ribeirão.

A final foi contra o Capital, que chegou lá pela primeira vez após eliminar o estreante Bela Vista. O primeiro jogo foi em Palmas, com vitória verde por 2 a 1, de virada. A segunda partida aconteceu no Ribeirão, e o Tocantinópolis chegou ao título invicto depois de uma emocionantes vitória por 4 a 3, outra vez precisando virar o resultado.

A campanha do Tocantinópolis:
11 jogos | 8 vitórias | 3 empates | 0 derrotas | 28 gols marcados | 6 gols sofridos


Foto Gabriel Dias/Tocantinópolis