Flamengo Campeão da Recopa Sul-Americana 2020

O Flamengo chegou ao seu primeiro título (e o 11º brasileiro) na Recopa Sul-Americana em 2020. Na continuação de um projeto que culminou em cinco troféus conquistados em quase 100 dias. Vencedor pela Libertadores, o time rubro-negro enfrentou na disputa o Independiente Del Valle, do Equador, campeão da Copa Sul-Americana. O Brasil recuperou a Recopa após um hiato de dois anos, já que em 2019 o Athletico-PR foi superado pelo River Plate.

A partida de ida da decisão foi em Quito, no Estádio Olímpico Atahualpa. O Fla saiu atrás no placar, gol do atacante rival Jacob Murillo aos 20 minutos do primeiro tempo. Na etapa final, aconteceu a virada carioca. Bruno Henrique empatou aos 20 minutos e Pedro fez o segundo aos 40. Quando a vitória parecia garantida, Cristian Pellerano marcou o 2 a 2 aos 46 minutos e reduziu a vantagem flamenguista.

A volta foi no Rio de Janeiro, no Maracanã, com quase 70 mil torcedores na arquibancada. O Flamengo começou a arrancar para o título inédito aos 19 minutos do primeiro tempo, quando Gabriel Barbosa abriu o marcador. A expulsão de Willian Arão aos 23 minutos não tirou o ímpeto rubro-negro, que administrou até aumentar o placar.

Aos 17 minutos do segundo tempo, Gerson ampliou a vantagem. E como se não bastasse um gol, o volante foi lá e marcou novamente aos 44 minutos. Os 3 a 0 sacramentaram mais um conquista para a história do Fla.


Foto Alexandre Vidal/Flamengo

Ferroviária Campeã do Brasileiro Feminino 2014

Depois de organizar a primeira edição do Brasileiro Feminino em 2013, a CBF repetiu a fórmula para 2014. Ainda sem criar um sistema de ascenso e descenso, as 20 equipes participantes da segunda competição foram definidas da seguinte forma: a então campeã da Copa do Brasil Feminina, as oito melhores colocadas no ranking feminino e as 11 melhores colocadas no Brasileiro Masculino da temporada anterior.

Esta foi a maneira que a CBF encontrou para incentivar os grandes clubes brasileiros a investir na modalidade. Porém, só oito clubes atenderam ao último chamado, assim as vagas via ranking subiram para 11. E entre estas equipes, encontrava-se a Ferroviária, já com uma larga tradição no futebol feminino, mas que estreava no Brasileirão ali.

Dentro do mesmo regulamento que a competição teve na edição anterior, a Locomotiva ficou no grupo 2. O primeiro jogo foi contra o São José paulista, e terminou com empate por 1 a 1 na Fonte Luminosa. A primeira vitória foi fora de casa, por 1 a 0 sobre o Foz Cataratas. Na sequência, a equipe grená venceu mais duas, por 1 a 0 o Kindermann, em Araraquara, e por 3 a 1 o Vasco, no Rio de Janeiro. Com 10 pontos, a Ferroviária liderou a chave.

Na segunda fase, a equipe voou mais alto. Depois de empatar por 1 a 1 com o Centro Olímpico fora de casa, venceu todas as cinco partidas: em casa, 3 a 1 no Vitória das Tabocas, 16 a 1 no Pinheirense-PA e 3 a 1 no Centro Olímpico. Fora, 2 a 1 no Vitória em Pernambuco e 6 a 2 no Pinheirense no Pará. Na semifinal, a Locomotiva encarou o Botafogo. Foram dois empates sem gols, na ida no Rio de Janeiro e na volta em Araraquara. Nos pênaltis, vitória por 4 a 2 colocou a equipe paulista na decisão.

A final do Brasileiro Feminino colocou frente a frente Ferroviária e Kindermann, reeditando o confronto da primeira fase. A ida não foi disputada em Caçador, mas em Fraiburgo, cidade da região central de Santa Catarina. Gols, somente no segundo tempo, e todos da Locomotiva: dois de Raquel e um de Rafinha.

Com os 3 a 0 e a vantagem, a equipe grená fez a volta na Fonte Luminosa, onde houve uma chuva de gols. As catarinense até fizeram três gols, mas as paulistas marcaram cinco, com Raquel, Rafinha (2), Nenê e Bia. A vitória por 5 a 3 coroou o primeiro título grená, e abriu caminho para a conquista da Libertadores em 2015.

A campanha da Ferroviária:
14 jogos | 10 vitórias | 4 empates | 0 derrotas | 45 gols marcados | 12 gols sofridos


Foto Arquivo Pessoal/Marina Aggio

Centro Olímpico Campeão Brasileiro Feminino 2013

A cada dia mais crescente, o futebol feminino vem conquistando seu espaço no cenário brasileiro, tanto no número de clubes abrindo e mantendo um departamento da modalidade (com categoria de base), quanto nas pautas da imprensa esportiva.

É uma corrida para recuperar o atraso. Entre 1941 e 1979, era proibido que mulheres praticassem o futebol, segundo o artigo 54 do decreto-lei 3.199. Foram 38 anos de estagnação, enquanto Europa e América do Norte desenvolviam a modalidade (ainda que a passos lentos). Este tempo perdido foi crucial.

A primeira competição de futebol feminino oficial no país só nasceu em 1983, a Taça Brasil. Nessa época, o incentivo era quase nulo, as equipes eram amadoras. O clube carioca Radar foi o primeiro campeão do torneio (emendaria um hepta até 1989, quando saiu de cena), e o pioneiro da categoria, sendo a base da primeira seleção brasileira feminina da história, no Torneio Experimental da FIFA de 1988 (a mãe da Copa do Mundo). A Taça Brasil durou até 2007, quando foi criada a Copa do Brasil.

Esta segunda competição, por sua vez, surgiu, antes de tudo, para atender ao Estatuto do Torcedor (2003). A empolgação com a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 e o vice na Copa do Mundo de 2007 motivaram a CBF a organizar um campeonato de verdade (afinal, nem todas as Taças Brasil foram organizadas por ela).

A Copa durou até 2016, quando o já vigente Campeonato Brasileiro foi ampliado com uma segunda divisão. E como o sistema de vagas da Série A2 é via estaduais, a Copa ficou obsoleta.

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E é no meio dessa linha do tempo que começa a história do Campeonato Brasileiro Feminino. Em 2013, a CBF criou um ranking nacional feminino, levando em conta o desempenho dos clubes nos cinco anos anteriores. As 20 melhores colocadas foram selecionadas para a primeira edição do Brasileirão, que teve o apoio financeiro da Caixa Econômica Federal. Todas as cinco regiões do país tiveram representantes na competição.

O campeonato foi de tiro curto, disputado em 49 dias. As equipes foram divididas em quatro grupos, avançando oito para a fase seguinte, e depois quatro para a semifinal. A primeira equipe campeã do Brasileiro veio do Estado de São Paulo: o Centro Olímpico, um clube poliesportivo paulistano também conhecido como Adeco.

No elenco do clube, atletas como Gabi Zanotti, Ketlen, Tamires, e a principal delas, Cristiane. Juntas, elas marcaram 36 dos 42 gols da equipe. Na primeira fase, a Adeco venceu todos os jogos. Fez 4 a 1 fora de casa no Duque de Caxias, 3 a 2 em casa no Rio Preto, 5 a 0 no Aliança, em Goiás, e 2 a 1 no Francana, no Pacaembu. Com 12 pontos, avançou na liderança do grupo A.

Na segunda fase, contra São José-SP, São Francisco-BA e Tuna Luso, a campanha continuou ótima. A única derrota foi na estreia, por 3 a 1 para o forte São José. Depois, goleadas compensaram: duas vezes 5 a 1 sobre a Tuna Luso e 5 a 0 sobre o São Francisco. Completando a fase, empate por 1 a 1 contra o adversário baiano e vitória de 2 a 0 sobre o rival paulista.

Com 13 pontos, o Centro Olímpico chegou na semifinal na condição de vice-líder da chave. Contra o Foz Cataratas no mata-mata, classificação fácil vencendo por 5 a 1 na ida em São Paulo e empatando por 1 a 1 na volta no Paraná.

Na final do Brasileirão, a Adeco reencontrou o São José. A soma de pontos permitiu ao time rubro-negro fazer o segundo jogo em casa. A partida de ida foi em São José dos Campos, no Estádio Joe Sanchez. Ela terminou com empate por 2 a 2, gols marcados por Gabi Zanotti e Cristiane.

Na partida de volta, o Centro Olímpico exerceu seu mando em São Bernardo do Campo, no Estádio Baetão. Em um jogo disputado, a equipe rubro-negra abriu o placar com Tamires aos 33 minutos do primeiro tempo, mas sofreu o empate aos 36. O alívio só veio a quatro minutos do fim, quando Cristiane fez o gol da vitória por 2 a 1, e do histórico primeiro título de um Brasileiro Feminino.

A campanha do Centro Olímpico:
14 jogos | 10 vitórias | 3 empates | 1 derrota | 42 gols marcados | 15 gols sofridos


Foto Divulgação/Centro Olímpico

Flamengo Campeão da Supercopa do Brasil 2020

O retorno da Supercopa do Brasil, 29 anos após sua interrupção. E o campeão do retorno é o clube que mais vem conquistando taças nos últimos meses. Em partida única no Mané Garrincha, em Brasília, o campeão brasileiro, Flamengo, enfrentou o vencedor da Copa do Brasil, Athletico-PR. Com tranquilidade e sob um sol forte, o rubro-negro carioca construiu o título desde os primeiros minutos de jogo.

Sempre jogando com a marcação alta, o Fla abriu o placar aos 14 minutos do primeiro tempo. O primeiro gol foi de Bruno Henrique, que subiu sozinho entre os zagueiros e cabeceou cruzamento de Gabriel Barbosa. Aos 28 minutos, a defesa paranaense falhou feio com Márcio Azevedo. Filipe Luís cruzou uma bola que parecia despretensiosa, mas o lateral athleticano ajeitou mal para o goleiro Santos. Eis que apareceu o artilheiro Gabriel Barbosa, que se antecipou ao arqueiro para fazer o segundo gol. 

Com a vantagem administrada, o Flamengo chegou ao último gol aos 23 minutos do segundo tempo. Bruno Henrique tentou devolver o presente da etapa inicial e tentou o passe para Gabriel. O goleiro Santos conseguiu cortar, mas a bola sobrou para Arrascaeta chutar para o gol livre. Os 3 a 0 no placar fizeram o Fla dar uma segurada no freio, enquanto o Athletico tentou criar algumas chances para descontar. Mas nada mais aconteceu.

Em sua segunda participação na Supercopa do Brasil, o Flamengo consegue o primeiro título, juntando-se ao Grêmio (1990) e ao Corinthians (1991). Esta conquista também é a terceira do técnico Jorge Jesus no comando do clube. Todas elas (Libertadores, Brasileiro e Supercopa) ocorreram em um intervalo de 83 dias.


Foto Sérgio Lima/AFP

Corinthians Campeão da Supercopa do Brasil 1991

A segunda e última edição da Supercopa do Brasil antes do hiato de 29 anos foi em 1991, reunindo o Flamengo, campeão da Copa do Brasil, e o Corinthians, campeão brasileiro. E desta vez, as ideias previstas para 1990 saíram do papel. Nada de jogos válidos para dois campeonatos, nem taça esquecida. Agora, uma partida única abrindo a temporada iria decidir o título entre os dois clubes de maior torcida do país.

O estádio escolhido para o jogo foi o Morumbi, em São Paulo. Na teoria, um campo neutro, já que o Timão atuava comumente no Pacaembu. Na prática, o benefício seria maior para os corinthianos, que jogariam na sua própria cidade e com chance de ter muito mais torcida a favor. Mas no fim ocorreu um meio-termo. A combinação entre as comemorações do aniversário da capital paulista e as chuvas fortes do período arrastaram apenas pouco mais de 2 mil pessoas para a partida, em 27 de janeiro.

Não há muito a se lembrar da decisão. Exceto pelo gol que deu a conquista ao time alvinegro. Aos 25 minutos do segundo tempo, Neto tentou duas vezes após cruzamento do lateral-direito Giba. Na primeira, dividiu de cabeça com o goleiro Zé Carlos. Na segunda, caído, chutou para o gol aberto, decretando o 1 a 0 e o título para o Corinthians. Na queda, o histórico meia machucou o ombro, mas nada que atrapalhasse para a festa depois do apito final.

PS: o pôster a seguir é de 1990, com um jogador diferente em relação à partida original (Antônio Carlos no lugar de Mauro).


Foto Arquivo/Corinthians

Grêmio Campeão da Supercopa do Brasil 1990

Um campeonato que nasceu junto com a Copa do Brasil, mas que não teve continuidade. E está retornando em 2020. A Supercopa do Brasil foi criada nos moldes europeus, em que o campeão da liga nacional enfrenta o campeão da copa, com o objetivo de (talvez) apontar a melhor equipe do momento. 

A primeira edição foi disputada em 1990 entre o Grêmio, primeiro vencedor da Copa do Brasil, e o Vasco, então bicampeão brasileiro. O plano inicial da CBF na época era de introduzir a Supercopa em partida única, abrindo a temporada. Mas logo na primeira vez houve desacerto de datas, então ficou decidido que as partidas entre os dois clubes pela Libertadores seriam também válidas para a Supercopa.

Assim, a estreia de Grêmio e Vasco na competição sul-americana foi a partida de ida da final. Jogada no velho Estádio Olímpico, em Porto Alegre, o Tricolor fez 2 a 0 com tranquilidade. Nilson abriu o placar de cabeça e Darci completou com uma arrancada e um chute forte da entrada da área.

A volta da Supercopa foi a quarta rodada da Libertadores, 44 dias depois da ida (14 de março e 18 de abril). Um dilúvio caiu sobre São Januário, no Rio de Janeiro, o que tornou a partida feia. Nada de relevante aconteceu, nem mesmo os atletas tinham a noção que um título estava em disputa. O placar ficou no 0 a 0, favorecendo o Grêmio como o primeiro vencedor da Supercopa do Brasil.

Mas por que os atletas não sabiam do que se tratava a Supercopa? A resposta é simples. A CBF "esqueceu" que usaria a Libertadores para definir um campeão para o novo torneio. Tanto que sequer aconteceu uma entrega de taça. Passados 30 anos, a reparação ainda não ocorreu, e o Grêmio espera até hoje o que é seu por direito.


Foto Lemyr Martins/Placar

Grêmio Campeão da Recopa Sul-Americana 2018

O penúltimo título brasileiro na Recopa Sul-Americana pertence ao Grêmio de 2018. O clube gaúcho se credenciou para a disputa após a conquista do tri na Libertadores. E reencontrou o Independiente da Argentina, o campeão da Copa Sul-Americana, 22 anos depois da primeira conquista.

A partida de ida da decisão foi no Estádio Libertadores de América, em Avellaneda. O Tricolor foi superior na maior parte do tempo - até numericamente em campo, durante 63 minutos -, mas apenas conseguiu empatar por 1 a 1. Os brasileiros abriram o placar aos 21 minutos do primeiro, com Luan aproveitando uma saída errada da defesa e chutando cruzado na saída do goleiro Campaña. Aos 33 minutos, os argentinos bateram falta na área, e Bruno Cortez desviou de cabeça contra o próprio gol, dando o empate definitivo ao Independiente.

A volta foi na Arena gremista, em Porto Alegre. A situação do jogo anterior se repetiu, com os argentinos tendo um jogador a menos por expulsão durante 48 minutos. O Grêmio empilhou oportunidades, tentou de todas as formas, mas os gols não saíram nem nos 90 regulamentares, nem nos 30 da prorrogação.

Sendo assim, os pênaltis decidiriam. Todos os gremistas acertaram as cobranças: Maicon, Cícero, Jael, Everton e Luan. Já os rojos enfileiraram quatro tentos. Faltava um para avançar à sexta marcha ou acabar tudo. Martín Benítez foi à bola e bateu no lado direito. E lá estava Marcelo Grohe para defender e garantir o resultado de 5 a 4. Assim, o Grêmio conquistou o bicampeonato da Recopa Sul-Americana, sua sexta taça em nível estrangeiro.


Foto Nelson Almeida/AFP

Atlético-MG Campeão da Recopa Sul-Americana 2014

Mais uma edição da Recopa Sul-Americana em que seus dois representantes estrearam, em 2014. O Atlético-MG, campeão da Libertadores 2013, versus o Lanús, campeão da Sul-Americana. As equipes se enfrentaram logo após o término da Copa do Mundo realizada no Brasil. Estreantes na Recopa, mas conhecidas de outra época, mais precisamente de 1997, quando ambas fizeram a decisão na Copa Conmebol.

O primeiro jogo da disputa foi realizado em La Fortaleza, na cidade de Lanús. O Galo ainda contava com Ronaldinho Gaúcho em campo, mas ele já não estava mais no auge, inclusive foi substituído no intervalo. Com cautela, o alvinegro conseguiu a vantagem com um gol de Diego Tardelli aos 21 minutos do segundo tempo. O resultado de 1 a 0 parecia o bastante para o Atlético levar com tranquilidade o segundo jogo. Mas não foi bem assim o que aconteceu.

A volta foi realizada no Mineirão, em Belo Horizonte, 15 dias depois do fatídico 7 a 1 da Seleção Brasileira. As coisas pareceram fáceis quando Tardelli fez o primeiro gol aos seis minutos do primeiro tempo. Então, o Galo relaxou e deixou o time argentino crescer. Aos 14 e aos 26 minutos, Ayala e Santiago Silva viraram para o Lanús. Pressionado, o Atlético tornou a atacar e empatou aos 38 com Maicosuel.

Vida resolvida? Não. Os argentinos levaram ao campo o clichê "o jogo só acaba quando termina" e desempataram com Acosta aos 49 minutos do segundo tempo. Sorte do Galo que não tinha a regra do gol fora de casa. Na tensa prorrogação, o surreal aconteceu: dois gols contra que decidiram de vez a Recopa.

Aos 13 minutos do primeiro tempo, o zagueiro Gustavo Gomez colocou a bola na própria rede e empatou para os mineiros. Aos 7 do segundo tempo, foi a vez de Ayala marcar novamente, agora para o lado errado - ou certo, dependendo do ponto de vista. Com emoção para todos os gostos, o 4 a 3 a favor do Atlético-MG enfim foi decretado, e pela primeira vez, o clube brasileiro conquistou a taça.


Foto Juliana Flister/DomTotal

Corinthians Campeão da Recopa Sul-Americana 2013

Volta e meia a Recopa Sul-Americana reserva confrontos entre equipes de um mesmo país: 1993, 1994, 1995 e 2008. Mas nenhum deles foi tão especial quanto em 2013, quando Corinthians e São Paulo protagonizaram duas edições do Clássico Majestoso. Os corinthianos vinham do melhor momento de sua história, campeões da Libertadores e bicampeões do mundo. Já os são-paulinos vinham da conquista da Copa Sul-Americana, um oásis no meio de um deserto de taças.

A primeira partida da Recopa foi no Morumbi. Embora fosse a casa do São Paulo, o Corinthians não deu a mínima. Abriu o placar aos 28 minutos do primeiro tempo com Paolo Guerrero. No primeiro minuto do segundo tempo, no entanto, Aloísio "Boi Bandido" empatou para o rival. Com mais time, o alvinegro seguiu com as melhores chances, e aos 30 minutos, Renato Augusto fez o 2 a 1 definitivo.

Um gol de vantagem e 36 mil torcedores no Pacaembu foram os ingredientes da partida de volta. Assim, o Timão quase não teve problemas para consumar o título. Aos 36 minutos do primeiro tempo, Emerson Sheik aparou um lançamento longo e cruzou dentro da área. Guerrero dominou mal, mas finalizou em cima da defesa, que deu rebote para Romarinho, que chutou junto com o zagueiro Rafael Tolói. A bola foi mansa para o gol, abrindo o placar para o Corinthians.

Com total controle de jogo, o Corinthians chegou no segundo gol aos 23 minutos da etapa final. Fábio Santos cruzou para Danilo, que teve um primeiro cabeceio defendido por Rogério Ceni (em um milagre). No rebote, ele conseguiu a finalização para a meta quase aberta. Os 2 a 0 foram o bastante para que o Timão já comemorasse a conquista antes do término da partida. No fim, a festa foi feita do jeito certo: com a taça inédita erguida.


Foto Ricardo Nogueira/Folhapress

Santos Campeão da Recopa Sul-Americana 2012

Dois times estreantes compuseram a edição de 2012 da Recopa Sul-Americana: Santos e Universidad de Chile. O primeiro venceu a Libertadores de 2011, acabando com 48 anos de jejum. O segundo levantou o título inédito da Copa Sul-Americana com um futebol vistoso e ofensivo. Quase um ano depois das conquistas, muitas coisas estavam diferentes, pelo menos para o lado chileno, que já não apresentava a mesma intensidade.

O primeiro jogo da Recopa foi em 22 de agosto, no Estádio Nacional de Santiago. Com poucas emoções e um pênalti perdido por Neymar (que escorregou no momento do chute), o 0 a 0 não saiu do placar.

Mais de um mês depois, em 26 de setembro, o Pacaembu recebeu a segunda partida da decisão. Desta vez as equipes arriscaram mais, mas foi o Peixe quem teve mais competência. Aos 27 minutos do primeiro tempo, Neymar abriu o placar após tabelar com André e chutar rasteiro da entrada da grande área, no canto do goleiro Johnny Herrera. No fim da etapa, o atacante teve chance de aumentar o marcador, mas novamente desperdiçou pênalti, agora chutando nas mãos do goleiro chileno.

A tranquilidade santista só veio aos 15 minutos do segundo tempo, quando o zagueiro Bruno Rodrigo completou de cabeça para o gol uma cobrança de falta vinda da ala esquerda. Com os 2 a 0 na mão, a partir daí foi só garantir que a Universidad não tivesse mais oportunidades para encostar no resultado. Depois da partida, a única ordem era comemorar o título inédito da Recopa na gelada noite paulistana.


Foto Marcos Ribolli/Globoesporte.com

Internacional Campeão da Recopa Sul-Americana 2011

O título do Internacional em 2007 foi o retorno do Brasil às conquistas na Recopa Sul-Americana. Mal sabiam os torcedores que, a próxima também seria do Colorado. Mas não foi imediatamente, e até um vice aconteceu no meio disso. Em 2008, o Boca Juniors foi tetra ao bater o Arsenal de Sarandí. Em 2009, o Inter enfrentou a LDU porém perdeu as duas partidas. Em 2010, o time de Quito foi bicampeão sobre o Estudiantes.

Chegamos então a 2011 e a terceira participação colorada na Recopa. Vindo do bi na Libertadores e um traumático terceiro lugar no Mundial, o Internacional encarou na decisão o Independiente. Os argentinos estavam nas mesmas condições que os brasileiros: na terceira disputa, com um título e um vice. E se em 1996 o clube de Avellaneda sofreu com o lado azul da rivalidade Grenal, em 2011 foi a vez de apanhar do lado vermelho.

Não na ida. No Estádio Libertadores de América, o Inter até saiu na frente com um gol de Leandro Damião, mas sofreu a virada durante o segundo tempo. Os 2 a 1 contra colocaram o Colorado em leve desvantagem para a volta, duas semanas depois.

Em 24 de agosto, quase 40 mil torcedores encheram o Beira-Rio. Rapidamente, o Inter dominou um Independiente cambaleante (no primeiro ano da trinca que o rebaixaria na Argentina em 2013). Aos 19 minutos de jogo, Leandro Damião abriu o placar. Aos 25 minutos, o mesmo ampliou para o time gaúcho. Tudo parecia bem até que, aos 3 minutos do segundo tempo, Max Velásquez descontou para o time argentino. Como o resultado encaminha a situação para a disputa de pênaltis, era necessário atacar. 

O Inter martelou o Independiente a partir de então, até que aos 38 minutos conseguiu um pênalti. O lateral-esquerdo Kléber bateu e fez 3 a 1. Com pouco tempo para segurar, o resto da partida foi para evitar um segundo gol adversário. No fim tudo deu certo, e o Internacional comemorou o bicampeonato da Recopa Sul-Americana, conquista que deu início a uma hegemonia brasileira no torneio.


Foto Arquivo/Internacional