Barcelona Campeão Mundial 2009

Após quatro edições bem sucedidas do Mundial de Clubes no Japão, a FIFA fez a roda girar a partir de 2009. Assim como acontece na Copa do Mundo, o torneio de clubes passou sedes diferenciadas a cada dois anos. No primeiro processo eleitoral, ainda em 2008, Austrália, Japão, Portugal e Emirados Árabes entraram na disputa, vencida pelo país do Oriente Médio.

O Mundial trocou a kasa pela cafia. A primeira competição no mundo árabe foi uma das mais emocionantes desta nova era. O Barcelona representou a Europa pela terceira vez, depois de ser tri da Liga dos Campeões em final contra o Manchester United. Pela América do Sul, o Estudiantes acabou com 41 anos de hiato, foi tetra da Libertadores em cima do Cruzeiro e confirmou presença.

Das outras confederações, apareceram: o mexicano Atlante, campeão da Concacaf; o sul-coreano Pohang Steelers, vencedor da Ásia; o congolês Mazembe, campeão africano; e o Auckland City, vencedor pela Oceania. Do anfitrião, o Al-Ahli, de Dubai, venceu a liga local e fechou a sétima vaga.

Al-Ahli e Auckland fizeram a abertura do Mundial, com vitória do time da Nova Zelândia por 2 a 0. Nas quartas de final, o Pohang, de virada, venceu o Mazembe por 2 a 1 e o Atlante aplicou 3 a 0 nos neo-zelandeses. Na semifinal, o Estudiantes foi o primeiro a entrar em campo. Contra o time da Coreia do Sul, os argentinos venceram por 2 a 1.

A estreia do Barcelona foi no dia 16 de dezembro, no Zayed Sports City, em Abu Dhabi. Contra o Atlante, um susto quando o clube catalão saiu perdendo. Mas Sergio Busquets, Lionel Messi e Pedro consertaram a situação virando para 3 a 1, confirmando a final lógica. Na disputa do quinto lugar, o Auckland derrotou o Mazembe, e no duelo pelo terceiro, o Pohang venceu nos pênaltis os mexicanos.

Com um ano e meio no comando da equipe, Pep Guardiola montou um verdadeiro esquadrão, baseado no toque de bola e na genialidade de Andrés Iniesta, Xavi e Messi (que seria o melhor do mundo pela primeira vez em 2009). Mas o primeiro não pôde participar da decisão, pois fora machucado na semifinal. Barcelona e Estudiantes jogaram no dia 19, no Zayed Sports City.

Um susto ainda maior quase colocou tudo a perder: aos 37 minutos do primeiro tempo, Mauro Boselli abriu o placar aos argentinos. Mesmo dominando a partida, o empate catalão custou a acontecer, vindo só aos 44 do segundo tempo, com Pedro. Os fantasmas de 1992 e 2006 precisavam ser exorcizados, e coube a Messi fazer o gol da virada, de cabeça, aos cinco do segundo tempo da prorrogação. O 2 a 1 no resultado fazia justiça não só em campo, mas também na história, dando o último título que faltava à galeria blaugrana. Símbolo de luta e resistência da Catalunha, o Barça enfim conseguia seu Mundial.


Foto Hassan Ammar/AP

Manchester United Campeão Mundial 2008

Firme e forte, o novo Mundial de Clubes seguiu para 2008 sem nenhuma alteração em relação à temporada anterior. Embora muita gente não concordasse com a inclusão de um representante do país-sede, a FIFA deu continuidade à vaga na quarta edição seguida organizada por ela.

Os principais participantes da vez foram clubes em patamares bem diferentes entre si. Pelo lado europeu, o Manchester United chegou com o peso do tricampeonato na Liga dos Campeões, vencida em cima do rival Chelsea, nos pênaltis. Com 22 anos no comando técnico da equipe, Alex Ferguson tinha entre seus titulares um atacante português que começava a entrar em um longo auge: Cristiano Ronaldo, que em 2008 mesmo venceria seu primeiro prêmio de melhor jogador do mundo. No lado sul-americano, um time inesperado venceu sua primeira Libertadores. Sem ser favorita, a LDU Quito levou o Equador ao primeiro título continental após derrotar o Fluminense, também nos pênaltis.

Pelas demais confederações, entraram: Pachuca (Concacaf), Gamba Osaka (Ásia), Al-Ahly (África) e Waitakere United (Oceania). Mais uma vez, um clube japonês levou o título asiático. Então, a vaga do país-sede caiu novamente nas mãos do vice continental, o australiano Adelaide United.

O Mundial teve início com o confronto os times do Pacífico Sul, e o Adelaide venceu o Waitakere por 2 a 1. Nas quartas de final, o Pachuca eliminou o Al-Ahly por 4 a 2, na prorrogação. Na outra chave, o Gamba Osaka derrubou outra vez o Adelaide, por 1 a 0.

Chegada a semifinal. Primeiro com a LDU, que não teve problemas para fazer 2 a 0 no Pachuca. Depois, no dia 18 de dezembro, com o Manchester United, que enfrentou o Gamba Osaka em Yokohama. O primeiro tempo contou com dois gols, marcados por Nemanja Vidic e Cristiano Ronaldo. Os Red Devils deslancharam no segundo tempo com outros três, sendo outro de Ronaldo, um de Wayne Rooney e um de Darren Fletcher. No fim, o Gamba marcou três vezes, e a partida acabou 5 a 3 para os ingleses. Antes da esperada decisão, o Adelaide conseguiu o quinto lugar ao derrotar por 1 a 0 o Al-Ahly, e o Gamba ficou em terceiro ao fazer o mesmo placar no Pachuca.

Manchester United e LDU Quito se enfrentaram no dia 21, sempre em Yokohama. O favoritismo europeu era claro mais uma vez, enquanto os equatorianos se apegavam à famigerada raça sul-americana. O United dominou a primeira etapa, mas o gol não saiu. A LDU ficou esperançosa no segundo tempo e igualou a atuação. Mas a presença dos craques pesou a favor do time inglês. Aos 28 minutos, Cristiano Ronaldo recebeu passe na entrada da área e tocou para Rooney, que chutou colocado no canto esquerdo do goleiro José Cevallos e fez 1 a 0. Manchester United bicampeão mundial, em final mais complicada que o imaginado.


Foto Tadayuki Yoshikawa/AFP

Milan Campeão Mundial 2007

Grandes times merecem grande espaço na história. Um deles, sem dúvida, é o Milan dos anos 90 e 2000, que emendou, praticamente em sequência, quase 20 anos de conquistas e ótimas campanhas. A última cartada importante do Rossonero no futebol aconteceu em 2007, em mais uma edição do Mundial de Clubes, o que o consolidaria como maior campeão de todos até o momento.

Os italianos chegaram outra vez ao Japão depois de conquistar o hepta na Liga dos Campeões, em revanche contra o Liverpool na final. O Mundial reservaria outra "vendetta" para os milanistas: o Boca Juniors - com Juan Riquelme em estado de graça - levou o hexa na Libertadores em decisão sobre o Grêmio, e trouxe a possibilidade de o encontro de 2003 se repetir.

Mas agora seria preciso aguardar os outros continentes. A FIFA fez uma pequena expansão na competição, adicionando um representante do país-sede. Geralmente, esse time é para ser o campeão local, mas como o vencedor da Ásia foi o Urawa Red Diamonds, a vaga local foi herdada pelo iraniano Sepahan, vice dos japoneses. Os demais classificados foram: o mexicano Pachuca, pela Concacaf; o tunisiano Étoile du Sahel, pela África; e o neo-zelandês Waitakere United, pela Oceania.

O Mundial de Clubes passou a começar com uma preliminar entre o "local" contra o time oceânico, e  o Sepahan eliminou o Waitakere por 3 a 1. Nas quartas de final, o Urawa fez 3 a 1 no time do Irã, e o Étoile fez 1 a 0 no Pachuca.

Os gigantes entraram na semifinal. O Boca Juniors enfrentou o clube da Tunísia, e passou com um simples 1 a 0. O Milan deu início à jornada no dia 13 de dezembro, em Yokohama, contra o Urawa. Situação que há tempos não se via em Mundiais: uma equipe atuando como visitante. Os italianos tiveram que encarar mais de 67 mil torcedores, embora muitos dos japoneses ali torceram para o próprio Rossonero. A partida foi difícil, mas o Milan conseguiu vencer por 1 a 0, gol de Clarence Seedorf.

Argentinos e italianos repetiram a final de quatro anos antes no dia 16, também em Yokohama. O Boca já não tinha mais Riquelme, mas tinha Martín Palermo. E só. O favorito óbvio era o Milan, com Seedorf, o futuro Bola de Ouro Kaká, Andrea Pirlo, Filippo Inzaghi e o quase santificado Paolo Maldini. Os times começaram o jogo com tudo, com Inzaghi abrindo o placar aos 21 minutos do primeiro tempo, e Rodrigo Palacio empatando já aos 22.

Outro empate encaminhando-se entre os clubes? Que nada, no segundo tempo o Milan passeou. Alessandro Nesta (aos cinco), Kaká (aos 16) e Inzaghi (aos 26) fizeram os gols que confirmaram o tetra mundial ao time italiano. Pablo Ledesma descontou para 4 a 2 aos 40, mas já era tarde.


Foto Junko Kimura/Getty Images

Internacional Campeão Mundial 2006

A reunião de todas as confederações na busca pelo título mundial de clubes foi bem recebida pelo torcedor. Mas nem toda fórmula é perfeita. A FIFA não considerou a história entre 1960 e 2004 por pura birra. A Copa Intercontinental nunca foi organizada por ela, portanto, todos seus campeões acabaram "renegados". A questão é lógica: o Mundial de Clubes só andou para frente depois que a entidade juntou-se ao que deu certo, os acontecimentos de um sucedem os do outro, futebol não é geografia.

O Mundial de 2006 ficou marcado pelo encontro de dois extremos na decisão. Pela América do Sul, o Internacional - com pragmatismo e um conjunto forte - chegou ao primeiro título na Libertadores ao derrotar o São Paulo. Pela Europa, o Barcelona - com um futebol de arte e estrelas de peso - conseguiu sua segunda Liga dos Campeões ao vencer o Arsenal.

Entre os dois clubes, completaram o Mundial: o mexicano América, pela América do Norte e Central; o egípcio Al-Ahly, pela África; o sul-coreano Jeonbuk Motors, pela Ásia; e o neo-zelandês Auckland City, pela Oceania.

Todos os olhos do planeta estavam voltados para o time catalão, amplo favorito e liderado por Ronaldinho, ainda no auge. O Inter, o primeiro rival da carreira do jogador, foi ao Japão com um trabalho sério e silencioso, comandado por Abel Braga e capitaneado por Fernandão. A promessa era de, no mínimo, endurecer uma possível final entre as equipes.

O início do torneio viu o Al-Ahly derrotar o Auckland por 2 a 0, e o América eliminar o Jeonbuk por 1 a 0. O time africano foi o adversário do Colorado na semifinal, no dia 13 de dezembro, em Tóquio. Com um bom futebol, os gaúchos fizeram 2 a 1, gols dos promissores Alexandre Pato e Luiz Adriano. Na outra semi, o Barcelona não tomou conhecimento dos mexicanos e aplicou 4 a 0, o que aumentou ainda mais o favoritismo europeu.

A decisão do Mundial aconteceu no dia 17, em Yokohama. O ritmo da partida foi conforme o previsto: o Barcelona atacando e o Internacional buscando o contra-ataque. Mas o time espanhol empilhou chances desperdiçadas, o que permitiu o sonho aos brasileiros. O fato capital do jogo ocorreu aos 31 minutos do segundo tempo, quando o ídolo Fernandão deu lugar ao rejeitado Adriano Gabiru.

Coisas do destino. Aos 36 minutos, Iarley recebeu lançamento, venceu dividida com Carles Puyol e tocou a bola para Gabiru, que entrou livre na área e bateu na saída do goleiro Víctor Valdés. Depois do gol, foi a vez de Clemer aparecer com grandes defesas e garantir o 1 a 0, que surpreendeu o mundo e o pintou de vermelho.


Foto Daniel Boucinha/Internacional

São Paulo Campeão Mundial 2005

Foram décadas e décadas de conversas, ameaças de boicote, propostas furadas e até uma breve concorrência entre FIFA e Copa Intercontinental. Até que, em 2005, enfim veio a união. O Mundial criado em 2000 nunca teve sua segunda edição realizada (a de 2001, adiada para 2003), e a entidade teve que dar o braço a torcer. Em 2004, ela deu início as negociações com a Toyota, patrocinadora do Intercontinental, e recebeu o consentimento de UEFA e Conmebol.

O novo Mundial de Clubes nasceu de uma fusão entre as duas competições. Todas as confederações passaram a ter seu representante em um mata-mata de mão única, com os times europeu e sul-americano entrando diretamente na semifinal. A FIFA assumiu a organização e a Toyota nomeou o torneio, continuando com a tradição de premiar o melhor atleta da final com um carro. Completando o processo de transição, uma nova taça foi introduzida.

O primeiro participante confirmado foi o Saprissa, da Costa Rica, campeão da Concacaf. Depois, o Liverpool venceu sua quinta Liga dos Campeões e confirmou vaga pela Europa. O terceiro foi o Sydney, da Austrália, vencedor na Oceania. Pela Libertadores, o São Paulo foi tricampeão e levou a quarta vaga. Por fim, o Al-Ahly, do Egito, venceu pela África e o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, venceu pela Ásia.

Voltando após 12 anos ao Mundial, o Tricolor Paulista ficou de camarote aguardando seu adversário na semifinal. E quem veio foi o Al-Ittihad, que derrotou o Al-Ahly por 1 a 0. Na outra chave, o Saprissa fez 1 a 0 no Sydney. Em 14 de dezembro, o São Paulo enfrentou o time saudita no Nacional de Tóquio, que voltava ao cenário mundialista. Com dois gols de Amoroso e um de Rogério Ceni, o Tricolor fez 3 a 2 e garantiu-se na final.

Do outro lado, o Liverpool naturalmente eliminou os costarriquenhos, fazendo 3 a 0. Antes da decisão, os eliminados jogaram mais um pouco. Na disputa do quinto lugar, o Sydney fez 2 a 1 no Al-Ahly. No duelo pela terceira posição, o Saprissa conseguiu 3 a 2 em cima do Al-Ittihad.

No dia 18, em Yokohama, São Paulo e Liverpool lutaram pelo novo título mundial. Os ingleses chegavam com uma série de dez jogos sem levar gols. Mas os brasileiros traziam a velha determinação de sempre, que rendeu dois títulos seguidos nos anos 90. E o tricampeonato foi conquistado pelos pés do volante Mineiro que, aos 27 minutos do primeiro tempo, dominou lançamento de Aloísio e bateu na saída do goleiro Pepe Reina.

Três títulos na história, mas um aos olhos da FIFA, que preferiu por muitos anos renegar a história anterior à do novo campeonato, caindo em contradição e desconhecendo o êxito do torneio que ela própria assumiu.


Foto Arquivo/Reuters

Porto Campeão Mundial 2004

O fim de uma era. Foram 44 anos de disputa entre América do Sul e Europa na Copa Intercontinental, com 42 edições quase ininterruptas, 18 com jogos de ida e volta e 24 com sede no Japão. A edição de 2004, a 43ª, ficou marcada por ser a última organizada por Conmebol e UEFA, com aporte da Toyota. O namoro entre a montadora de carros e a FIFA virou casamento, e a partir de 2005 um novo Mundial entraria no lugar.

Mas antes da mudança definitiva, Liga dos Campeões e Libertadores definiram seus representantes para o fim do ano. Seus campeões não foram as equipes mais qualificadas dos continentes, sendo tratadas até como surpresas, mas o destino quis que fossem elas as últimas e entrar em campo para o c’est fini. No lado europeu, mesmo sem ser considerado favorito no começo, o Porto conquistou o bicampeonato depois de eliminar Manchester United, Lyon, La Coruña, e o Monaco na final, por 3 a 0.

Já pelo lado sul-americano, o quase desconhecido Once Caldas, da Colômbia, conquistou o inédito título continental eliminando só gigantes: Vélez Sarsfield, Santos, São Paulo, e o Boca Juniors na decisão, com empates por 0 a 0 e por 1 a 1, e vitória nos pênaltis por 2 a 0.

As camisas poderiam não ser as mais pesadas, mas tanto Porto quanto Once Caldas entenderam bem o significado de estar presente neste último momento do já velho Mundial, em Yokohama, no dia 12 de dezembro. O público local é que não contribuiu muito para abrilhantar a festa, pois só pouco mais de 45 mil torcedores foram ao Internacional (menos de dois terços da capacidade do estádio).

Com um time superior e jogadores como Maniche, Luís Fabiano, Diego, Benny McCarthy e Ricardo Quaresma (que entrou no segundo tempo), o Porto foi superior ao plantel colombiano, chegando perto do gol em várias oportunidades, mandando quatro bolas na trave, tendo dois gols anulados e parando nas defesas de Juan Carlos Henao. O Once Caldas chegou bem menos, mas também levou perigo quando pôde. Mas a bola não quis entrar em 120 minutos e o 0 a 0 persistiu até a disputa de pênaltis.

Então foi a vez de ocorrer o contrário. Nas cobranças, quase todos quiseram marcar seu golzinho. Maniche errou a quarta batida e Jonathan Fabbro teve a chance de dar o título aos colombianos, mas ele atirou a bola na trave. McCarthy fez 4 a 4 e levou o duelo para a disputa alternada. Na nona cobrança do Once Caldas, John García chutou para fora. A vez da conquista ficou para o zagueiro Pedro Emanuel, que fez 8 a 7 e confirmou o bicampeonato aos Dragões.

Com 19 pênaltis, os deuses do futebol esticaram até onde puderam a última Copa Intercontinental, que fechou suas cortinas com o mesmo sucesso de quando as abriram.


Foto Arquivo/Porto

Boca Juniors Campeão Mundial 2003

Um clima de fim de feira começava a pairar sobre a Copa Intercontinental. A fórmula do Mundial da FIFA, que fora adiado de 2001 para 2003, explodiu definitivamente no ano em que a concorrente parceria entre UEFA, Conmebol e Toyota completou 23 anos. A concorrência estava com os dias contados: a entidade suíça, as duas confederações e a montadora japonesa enfim se entenderam, e a velha ideia de expansão do torneio mundialista evoluiu, embora sem confirmação oficial até o dia da segunda disputa em Yokohama.

Os trabalhos continuaram normalmente no preenchimento das duas vagas do Mundial. Na Libertadores, o Boca Juniors voltava a ampliar seu domínio na década de 2000, conquistando a terceira taça em quatro anos (e a quinta ao todo). O clube argentino derrubou Colo-Colo, Paysandu, Cobreloa, América de Cali, além do Santos na final, com vitórias por 2 a 0 na ida e por 3 a 1 na volta.

Na Europa, o Milan foi hexa da Liga dos Campeões. Os italianos eliminaram Bayern de Munique, Borussia Dortmund, Ajax e Internazionale para chegar na decisão contra o Juventus. O título foi conquistado após empate sem gols e vitória nos pênaltis por 3 a 2.

Cinco títulos mundiais e 11 continentais entraram no gramado do Estádio Internacional no dia 14 de dezembro de 2003. O Milan trazia uma verdadeira seleção, enquanto o Boca colocava a velha raça argentina. A partida foi pegada, e a disparidade entre os elencos não foi vista em campo. O time italiano tentou tomar a iniciativa, mas foi igualmente surpreendido pelas as chances criadas pelos xeneizes.

O primeiro gol foi milanista: aos 23 minutos do primeiro tempo, Andrea Pirlo roubou a bola no campo de defesa, e fez um belo lançamento para Jon Tomasson, que tocou entre as pernas de Roberto Abbondanzieri. Os argentinos não se abateram e empataram aos 28, quando Guillermo Schelotto cruzou na área para o desvio de Iarley, que teria empatado não fosse a defesa do goleiro Dida. O mérito ficou para Matías Donnet, que aproveitou o rebote. Ninguém sabia, mas este gol de empate seria o último na história da Copa Intercontinental.

O que sucedeu-se após o 1 a 1 foi um cenário de tensão e emoção à flor da pele, com uma série de oportunidades desperdiçadas em ambos os lados. O resultado perdurou até o fim dos 90, e depois dos 120 minutos. A grande história ficou para os pênaltis. Abbondanzieri defendeu os chutes de Pirlo e Alessandro Costacurta, e viu Clarence Seedorf jogar para fora. Só Rui Costa fez. Pelo Boca Juniors, um erro e três acertos, cabendo a Raúl Cascini marcar o gol derradeiro, que decretou 3 a 1 no placar e o tricampeonato mundial ao time xeneize.


Foto Arquivo/Boca Juniors

Flamengo Campeão Carioca 2020

Saiu o primeiro campeão estadual de 2020. O Flamengo conseguiu sua 36º taça no Cariocão, em uma disputa onde o futebol ficou em planos menores. Primeiro, por conta da pandemia de Covid-19, que forçou o futebol brasileiro a paralisar por quatro meses (e o Rio de Janeiro foi o primeiro Estado a retornar).

E segundo, por conta da "guerra" com a televisão, pois o Fla não se acertou com a Globo e passou a ter domínio sobre seu próprio direito de transmissão após o Governo Federal assinar a MP 984/2020, que determina que somente o clube mandante tem poderes sobre as imagens das partidas de futebol (antes os direitos pertenciam também ao visitante). Assim, o time rubro-negro passou a fazer suas próprias transmissões pela internet e vendeu os direitos da volta da final para o SBT.

Teve bola rolando no meio disso tudo. Antes da paralisação, o Flamengo conquistou a Taça Guanabara vencendo o Boavista na decisão, por 2 a 1. Com meio caminho andado e no retorno das atividades, o clube foi vice da Taça Rio para o Fluminense, perdendo nos pênaltis por 3 a 2 depois de empatar o tempo normal por 1 a 1.

Na final geral, outra vez contra o Fluminense, duas partidas em um Maracanã de portões fechados e com um hospital de campanha montado ao lado do estádio. O título carioca veio com duas vitórias, por 2 a 1 na ida e por 1 a 0 na volta.

A campanha do Flamengo:
17 jogos | 14 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 34 gols marcados | 11 gols sofridos


Foto Marcelo Cortes/Flamengo

Real Madrid Campeão Mundial 2002

Tóquio agora faz parte do passado. A partir de 2002, a Copa Intercontinental desembarcaria de vez no século 21. Sequer cogitado para uma reforma, o Estádio Nacional não foi um dos escolhidos para sediar a Copa do Mundo naquele ano, pois o Japão preferiu construir praticamente tudo do zero.

Quatro anos antes, surgira o Estádio Internacional, em Yokohama. Com 73 mil de capacidade e bem mais moderna que a sede olímpica de 1964, a casa do local F. Marinos foi a escolhida para fazer a final do torneio de seleções. Diante da nova realidade, Toyota, UEFA e Conmebol viram no novo estádio uma chance para aumentar ainda mais o nível do Mundial Interclubes, tanto o financeiro quanto o do espetáculo em si. Assim, a disputa mudava de sede pela primeira vez em 22 anos.

O primeiro clube europeu a pisar em Yokohama foi também o primeiro a jogar um Mundial, e um dos últimos a atuar em Tóquio: o Real Madrid. O nono título da Liga dos Campeões foi o início da "Era Galáticos" do time madridista, ainda que nem todos eles jogassem no time na época da decisão, vencida por 2 a 1 sobre o Bayer Leverkusen. Antes, o Real já havia derrubado Porto, Bayern de Munique e Barcelona pelo caminho. A conquista ainda marcava os 100 anos de história do clube.

Pela América do Sul, o Olimpia também coroava seu centenário com o tricampeonato da Libertadores. O clube paraguaio eliminou Cobreloa, Boca Juniors e Grêmio, para fazer a história na final contra a surpresa São Caetano: depois de perder a ida em casa por 1 a 0 e sair perdendo a volta fora, virou para 2 a 1 no segundo tempo e venceu por 4 a 2 nos pênaltis.

Campeão da Europa com Zinedine Zidane e Luís Figo no comando do meio-campo, além de Raúl no ataque, e Roberto Carlos e Fernando Hierro na defesa, o Real Madrid dava continuidade aos Galáticos com as chegadas de Esteban Cambiasso e Ronaldo, que seis meses antes do Mundial fazia os dois gols do Brasil na final da Copa contra a Alemanha. A história do Fenômeno em Yokohama não seria somente a do penta. Em 3 de dezembro, ele voltou ao Internacional para ser o nome do jogo contra o Olimpia, que sentiu a pressão de enfrentar uma verdadeira seleção mundial.

Aos 14 minutos do primeiro tempo, Roberto Carlos lançou para Ronaldo, que na entrada da área driblou um zagueiro e abriu o placar após tocar na saída do goleiro Ricardo Tavarelli. O Fenômeno teve outras chances para aumentar a vantagem espanhola, mas foi o reserva Guti quem fez o 2 a 0, aos 38 do segundo tempo, após aparar de cabeça uma bola cruzada por Figo. Sem sofrer perigos em campo, o Real Madrid levava seu terceiro título mundial, o primeiro da nova casa japonesa.


Foto Masahide Tomikoshi

Bayern de Munique Campeão Mundial 2001

Os torcedores conviveram com a disputa de duas competições mundiais entre clubes na virada para o século 21. O torneio da FIFA de janeiro de 2000 foi muito criticado, mas a entidade seguiu com a ideia em frente. Para 2001, a proposta foi a expansão: aumento de oito para 12 participantes, e de duas para três sedes (quatro estádios). Programada para julho e agosto, o Mundial teria os europeus Real Madrid, La Coruña e Galatasaray, e os sul-americanos Boca Juniors e Palmeiras.

A programação estava acertada, porém tudo foi à cabo em maio, quando a ISL - maior parceira da FIFA - decretou falência. Outros problemas de patrocínio fizeram a competição ser adiada para 2003, mas os problemas persistiram e a entidade cancelou tudo vez. Na contramão de tudo, a Copa Intercontinental continuou em alta com sua simplicidade. A edição de 2001 ficou marcada pela despedida de um dos maiores personagens da jornada de 41 anos: o Estádio Nacional de Tóquio.

O Boca Juniors não ficou na mão com o adiamento da FIFA, levou o tetra da Libertadores e conseguiu a vaga para a última decisão na capital japonesa. O time argentino eliminou Deportivo Cali, Junior Barranquilla, Vasco, Palmeiras, e o Cruz Azul na final, nos pênaltis: 3 a 1 depois de vencer e ida e perder a volta por 1 a 0.

Na Liga dos Campeões, o Bayern de Munique superou o trauma de 1999, e também venceu pela quarta vez, passando por Lyon, Manchester United e Real Madrid, antes do Valencia na decisão, igualmente nos pênaltis: 1 a 1 na partida e 5 a 4 nas cobranças.

No dia 27 de novembro, mais de 51 mil pessoas testemunharam o 22º e último Mundial em Tóquio. Boca e Bayern fizeram um jogo de poucas chances de gol e muitas faltas. O trio Juan Riquelme, Guillermo Schelotto e Marcelo Delgado não foi capaz de furar o gol de Oliver Kahn, e ainda sofreu um desfalque nos acréscimos do primeiro tempo, quando Delgado foi expulso por simular um pênalti.

O ataque alemão, que na verdade era composto pelo brasileiro Élber e o peruano Claudio Pizarro, também não conseguiu passar por Óscar Córdoba nos 90 minutos. O gol do título do Bayern de Munique marcado, de um jeito chorado aos quatro do do segundo tempo da prorrogação. Bixente Lizarazu bateu escanteio, Thorsten Fink cabeceou, a defesa argentina não conseguiu afastar, e a bola sobrou para o ganês Samuel Kuffour, que fez 1 a 0 e confirmou o bicampeonato mundial ao clube bávaro. Com certas emoções, o maior dos palcos mundialistas recebeu um desfecho digno.


Foto Imago/HJS

Boca Juniors Campeão Mundial 2000

Nada mudou no planejamento de Conmebol, UEFA e Toyota em razão da criação do Mundial de Clubes da FIFA. A Copa Intercontinental seguiu a programação normal e, no ano 2000, recebeu duas das camisas mais pesadas que o futebol já viu. O Japão falaria espanhol no final do século 20.

Terceiro lugar no Mundial do Brasil em janeiro, o Real Madrid conquistou sua oitava Liga dos Campeões meses depois. No mata-mata europeu, o time merengue derrubou Manchester United, Bayern de Munique, e o Valencia na decisão, com vitória por 3 a 0.

A Libertadores via o surgimento de uma nova dinastia local naquele 2000. O Boca Juniors chegou ao terceiro título sul-americano com Carlos Bianchi no comando técnico e um jovem Juan Roman Riquelme no meio-campo. O clube xeneize eliminou Universidad Católica, El Nacional, River Plate e América do México, antes de bater o Palmeiras na final, em três atos: 2 a 2 na ida, 0 a 0 na volta e 4 a 2 nos pênaltis.

O Mundial mais famoso foi disputado em 28 de novembro. Os dois times chegaram ao Nacional de Tóquio com ótimos conjuntos. De um lado, Raúl, Fernando Hierro, Iker Casillas, Roberto Carlos e Luís Figo. Do outro, Riquelme, Martín Palermo, Óscar Córdoba e José Basualdo. Tantas estrelas em campo traziam a ideia de uma partida movimentada. Mas poucos imaginariam que ela seria decidida em tão pouco tempo.

Já aos três minutos do primeiro tempo apareceu o cara do jogo (e o futuro dono do carro). Palermo abriu o placar ao Boca depois de escorar cruzamento de Marcelo Delgado pela ponta-esquerda. Foi o primeiro toque do atacante na bola, na primeira chance do time argentino. Aos seis, Riquelme deu cabo de um contra-ataque com um lançamento direto do campo defensivo. A bola caiu no pé de Palermo, que ganhou  na corrida contra o lateral Geremi e tocou na saída do goleiro Casillas. Em seis minutinhos, dois gols de El Loco praticamente decidiram o rumo do Mundial.

O Real conseguiu descontar o placar tão rápido quanto sofreu os golpes. Aos 12 da primeira etapa, Roberto Carlos aproveitou uma bola mal cortada de Hugo Ibarra para fazer um golaço da risca esquerda da grande área. Depois do 2 a 1 relâmpago, muitos pensaram que a partida teria uma chuva de gols, mas a bola não tocaria mais nenhuma das redes até o apito final. Melhor para o Boca Juniors, que venceu seu segundo título mundial e voltou à primeira fila do futebol depois de 22 anos. E foi uma volta para durar quase toda a década.


Foto Shaun Botterill/Allsport/Getty Images

Corinthians Campeão Mundial 2000

A Copa Intercontinental e o seu êxito em apontar um campeão mundial sempre despertou na FIFA um tipo de “ciúme”. A entidade buscou, por diversas vezes, algum tipo de parceria e a inclusão de outras confederações no torneio. Só que nunca houve negócio com Europa e América do Sul.

Eis que, na virada do milênio, a FIFA resolveu montar a sua própria competição, anual e paralela à UEFA, Conmebol e Toyota. A ideia, levantada em 1993 e aprovada em 1997, foi o último grande ato de João Havelange na presidência da entidade - e o primeiro de um ainda candidato Joseph Blatter, que viria a ser eleito em 1998.

O Mundial de Clubes estava previsto para acontecer no fim de 1999, e o Brasil acabou (com muito lobby) escolhido como sede. Mas, devido à temporada brasileira terminar somente na semana do Natal, a disputa foi postergada para janeiro de 2000.

Cada confederação indicou seu representante campeão. A UEFA convocou o Manchester United (vencedor da Liga dos Campeões); a Conmebol optou pelo Vasco (vencedor da Libertadores 1998); a Concacaf (América do Norte e Central) designou o mexicano Necaxa; a CAF (África) trouxe o marroquino Raja Casablanca; a AFC (Ásia) foi representada pelo saudita Al-Nassr; e a OFC (Oceania) teve o australiano South Melbourne. Para fechar oito equipes, a FIFA convidou o Real Madrid, campeão mundial de 1998, e a CBF chamou o Corinthians, campeão brasileiro do mesmo ano e que viria a vencer também em 1999.

Embalado e com um ótimo time, o Timão jogou a fase de grupos no Morumbi. Sua estreia foi contra o Al-Nassr, o qual venceu por 2 a 0. No jogo seguinte, contra o Real Madrid, empate por 2 a 2 e um histórico show de Edílson, autor dos dois gols sobre o time espanhol - o segundo com direito a janelinha nas pernas do volante Christian Karembeu. Por fim, 2 a 0 sobre o Raja Casablanca classificou o Corinthians à decisão, que liderou a chave com sete pontos e quatro gols de saldo. O Real foi o segundo com os mesmos sete pontos, mas saldo três.

A final foi jogada contra o Vasco, que vinha de ótimas vitórias sobre o Manchester United e os adversários restantes. Em 120 minutos, nada de gols. Nos pênaltis, Freddy Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu converteram para os corintianos, enquanto só três vascaínos acertaram. Marcelinho Carioca teve a chance de fazer o gol do título, mas perdeu a última cobrança.

Só que a sorte do dia 14 de janeiro de 2000 estava ao lado do Corinthians, e Edmundo também errou o último chute carioca. Por 4 a 3, o Alvinegro chegava ao seu primeiro título mundial, uma taça especial no coração da fiel torcida. E apesar do sucesso da FIFA na organização, o Mundial de Clubes nascia com mais dúvidas do que certezas. Como seria em 2001?


Foto Arquivo/Estadão

Manchester United Campeão Mundial 1999

Inventores do futebol moderno, os britânicos se achavam, durante muitos anos, importantes demais para disputar competições contra clubes e seleções de outros países. Principalmente os ingleses, que sobressaíam diante dos escoceses, galeses e irlandeses. Para eles, o mundo era composto apenas por suas duas ilhas. A figura só mudou nos anos 50, e o preço pela arrogância foi caro. Na Copa Intercontinental, demorou quase quatro décadas para que um time do Reino Unido chegasse ao título.

O feito coube ao inglês Manchester United em 1999, que havia sido vice em 1968. Já com 13 anos de comando no clube, Alex Ferguson encaixou uma ótima equipe, com David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e Gary Neville. Mas o heroísmo no título na Liga dos Campeões da temporada coube a dois reservas: Teddy Sheringham e Ole Solskjaer. Foram eles os autores dos gols na final contra o Bayern de Munique, uma histórica virada de 2 a 1 nos acréscimos do segundo tempo. Antes, os Red Devils já tinham deixado para trás Barcelona, Internazionale e Juventus.

O oponente inglês no Mundial veio do Brasil, que conseguia a terceira taça consecutiva na Libertadores. O Palmeiras enfim chegava ao seu primeiro título com bem lembradas eliminações sobre Vasco, Corinthians e River Plate. Na decisão contra o Deportivo Cali, derrota na ida por 1 a 0 e vitória na volta por 2 a 1 levou o Verdão a precisar vencer também nos pênaltis. E conseguiu fazê-lo, por 4 a 3.

O Nacional de Tóquio recebeu o Mundial de 1999 no dia 30 de novembro. O Palmeiras não devia nada ao United, pois contava com grandes jogadores, como Alex, Zinho, Paulo Nunes, Francisco Arce e César Sampaio. O foco estava todo no time inglês, mas não houve facilidade pelo lado brasileiro, que teve quase o dobro de finalizações durante os 90 minutos.

Dois lances decidiram o título em favor do Manchester United. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Giggs fez boa jogada na ponta esquerda e cruzou na área. O goleiro Marcos saiu mal, não achou a bola, e ela sobrou para Roy Keane finalizar e abrir o placar. Aos nove do segundo tempo, Evair lançou em profundidade para Alex, que saiu de trás da defesa, ficou cara a cara com Mark Bosnich e empatou o jogo. Ou quase isso, pois o lance acabou mal anulado pelo bandeirinha. Até hoje os palmeirenses reclamam do lance, e com razão.

O fato é que o 1 a 0 permaneceu até o fim, apesar da pressão brasileira. E o United, que não mostrou muita coisa no Japão, ficou com o título inédito não só para si, mas também para toda a Inglaterra, que via na quinta tentativa um clube seu ser campeão mundial.


Foto Masahide Tomikoshi

Real Madrid Campeão Mundial 1998

Uma vida inteira pode ser colocada dentro de quantos anos? Para a maioria das pessoas, em mais do que 38. Mas para os torcedores do Real Madrid, 38 invernos foram mais do que suficientes para criar um sentimento nostálgico geral. Durou de 1960 a 1998 o período em que o clube merengue esteve fora do topo do futebol mundial.

Neste meio tempo, o Real co-dominou com o Barcelona o futebol espanhol e levou só três taças europeias: a longínqua Copa dos Campeões de 1996 e as Copas da UEFA de 1985 e de 1986. Milionário, o clube formou uma dos primeiros elencos mundiais da era pós-Lei Bosman. Só quatro espanhóis entraram em campo na final da Liga dos Campeões de 1998, contra a Juventus. O Real Madrid venceu por 1 a 0 e conquistou o sétimo título continental e a vaga ao Mundial. Antes, o time impôs eliminações sobre Feyenoord, Dínamo de Kiev e Monaco.

Ao mesmo tempo que o Real conseguia um retorno de 32 anos à Copa Intercontinental, um grande esquadrão brasileiro chegava ao primeiro título na Libertadores. O Vasco, que tinha uma remota aparição na Copa Rio de 1951 e o título sul-americano de 1948, venceu os dois jogos da decisão contra o Barcelona de Guayaquil, por 2 a 0 na ida e por 2 a 1 na volta. Para chegar à conquista, o cruz-maltino bateu justamente os últimos três campeões do torneio: Cruzeiro, Grêmio e River Plate.

O encontro no Mundial aconteceu no dia 1º de dezembro. O Real Madrid possuía o favoritismo, mas o Vasco chegava com um grupo unido, e que não daria sossego em campo. E diferentemente das três finais anteriores no Nacional de Tóquio, a partida foi lá e cá. Dois fatores foram determinantes para a decisão do título em favor do time espanhol: a sorte e a habilidade de um jovem ídolo.

Os dois times criavam oportunidades, quando uma infelicidade vascaína levou ao primeiro gol do Real. Aos 25 minutos do primeiro tempo, Clarence Seedorf inverteu uma bola para Roberto Carlos no lado esquerdo. O lateral avançou e arriscou a finalização de fora de área. A bola iria para fora, não fosse o desvio do volante Nasa, que tentou afastar de cabeça mas atirou para dentro do gol defendido por Carlos Germano.

Aos poucos, a equipe brasileira equilibrou a partida, chegando ao empate aos 11 do segundo tempo, quando Juninho Pernambucano aproveitou um rebote dado pelo goleiro Bodo Illgner e soltou uma bomba na entrada da grande área. Mas o dia era espanhol. Aos 38, Raúl recebeu lançamento em velocidade, deixou Vítor e Odvan no chão com dois dribles, e marcou 2 a 1 sem chances para a defesa de Germano. E 38 anos depois, o Real Madrid conseguia ser novamente o campeão mundial.


Foto Arquivo/Associated Press